O sexo na ótica do Islã

O ser humano tem instintos, desejos e cobiças ilimitados. Se ele fosse deixado prisioneiro de seus desejos e instintos entrariam seus desejos e suas cobiças entrariam em choque e seria incapaz de alcançar qualquer objetivo nobre e sublime.

O desejo do ser humano pela fortuna, pelo conhecimento, pela constituição da família, o gosto por sexo, por beleza, e por outras tendências naturais são necessários para a sua perfeição e sua felicidade no mundo. Essas tendências não acontecem por acaso, mas para se complementarem perante a consciência, percepção e conhecimento e não há duelo entre eles, cada um deles possui a sorte e os limites específicos. Se for dado a cada um deles a sua justa sorte, acontecerá o equilíbrio e a estabilidade e isso é suficiente para a perfeição e a felicidade humana. O duelo começa quando se dá a alguns deles uma parte maior do que a outras, satisfazendo-a e dando-lhe maior ou menor liberdade.

A justiça não constitui em igualar entre as pessoas e satisfazer suas tendências, mas dar a cada pessoa a sua parte legal e racional, que tem influência em sua perfeição e felicidade. O Sagrado Legislador estabeleceu os limites legais e justos para cada ser e tendência. Quanto ao ser humano, ele é incapaz de limitá-la com minúcia.

O Imam Ali (AS) disse: “Quem agir sem conhecimento, prejudica mais do que beneficia.” As leis e os conhecimentos religiosos possuem limites para satisfazer essas tendências e instintos. Por isso, as leis islâmicas foram denominadas de “limites de Deus”: “Tais são os limites de Deus; não os ultrapasseis.” (2:229). É preciso se apegar a esses limites, sem aumentar nem reduzir.

Dentre as distinções do Islã está o fato de que ele reconheceu as leis de todos os instintos humanos. Não há monasticismo no Islã: “Seguem a vida monástica, que inventaram” (57:27), nem instinto animal: “Não são mais do que o gado; ou são mais irracionais ainda!” (25:44). Há limites para a satisfação dos instintos. Ele limitou o desejo sexual com o casamento e o desejo pela fortuna com o comércio legal.

De acordo com o Islã, a felicidade não se mede com o deixar de prejudicar aos outros apenas, mas não se prejudicar também. Quem toma bebidas inebriantes e os que praticam jogos de azar talvez bebam ou joguem de forma que não prejudiquem aos outros, mas prejudicam a si mesmos. Daí os textos legais estabelecem o não prejudicar aos outros nem à própria pessoa. O Profeta (S) disse: “Não se deve prejudicar aos outros nem à própria pessoa no Islã.” Deus, o Altíssimo, diz: “E não vos impôs dificuldade alguma quanto à religião” (22:78), que significa que o Islã não estabelece uma lei que permita causar prejuízo ou dificuldade à própria pessoa ou aos outros.

Para a proteção da própria pessoa e a proporção da felicidade ao indivíduo e à sociedade Deus colocou esses instintos e essas tendências no ser humano. A existência dos instintos e das tendências é necessária para uma vida equilibrada e feliz, com a condição da moderação na sua utilização. A vida feliz e bem sucedida depende da moderação dos instintos.

O Imam Ali (AS) disse: “Se não fosse o nosso desejo pelo Paraíso e o nosso temor pelo Inferno, a recompensa ou o castigo, devemos exigir a excelência de conduta, que indica o caminho do sucesso.”

Nós sabemos que os instintos e os desejos naturais são de dois tipos:

Os instintos não espontâneos: como o comer e o beber. Quer o ser humano queira ou não, está sujeito ao estimulante ou não, ele deseja a comida e a bebida naturalmente, de forma de se não atendê-la perecerá.

Os instintos e os desejos espontâneos: como o desejo sexual. Não é como o desejo por alimento, mas segue o pensamento e a sujeição ao estimulante. Ele necessita o que a move do exterior. São necessários elementos que proporcionem o seu aparecimento, o seu aumento ou a sua diminuição. É o estar sujeito aos estimulantes, a inexistência das enfermidades. Assim, o ser humano consegue dominá-los e orientá-los.

A religião islâmica, sem dúvida, não diminui a importância do sexo nem a nega. Pelo contrário, concede-lhe um significado elevado, dignifica-o com o positivismo completo, o caso que remove os vestígios dos sentimentos pelo pecado ou pelo erro. De acordo com essa visão, o Islã permite ao instinto aparecer com alegria e sinceridade. Assim, a vida se torna uma forma complementar, empenhando-se em agradar a Deus de um lado e a prática do sexo de acordo com a moral elevada de outro. De um lado, isso significa que a vida cotidiana do muçulmano abrange, em sua essência, um diálogo permanente com Deus, e do outro, um diálogo entre o sexo masculino e o feminino. Isso com o objetivo de tornar a vida uma tentativa perseverante e constante de agregar a religião com o sexo através do qual há a perpetuação da espécie humana.

Deus, o Altíssimo, diz: “Ó humanos, temei a vosso Senhor, que vos criou de um só ser, do qual criou a sua companheira e, de ambos, fez descender inúmeros homens e mulheres.” (4:1). Em outro local, no Livro Sagrado, diz: “Elas são vossas vestimentas e vós o sois delas. Deus sabe o que vós fazíeis secretamente; porém, absolve-vos e vos perdoa. Acercai-vos agora delas e desfrutai do que Deus vos prescreveu.” (2:187). Portanto, a lei islâmica estabelece as relações sexuais em dois lados conjuntos: A complementação e o prazer. Por isso, vemos que as atividades físicas não estão estabelecidas apenas de acordo com a Vontade de Deus e de acordo com a organização universal, mas é, em princípio, um dos grandes sinais de Deus e indício de Sua Onipotência.

Então, a religião conserva a profundeza desse relacionamento amoroso no círculo sexual legal advertindo veementemente do desvio da linha da legislação e do código legal que foi instituído para estabelecer os limites importantes da relação entre os dois sexos.

O Islã rejeita com veemência o seguir métodos anormais para satisfazer os desejos sexuais porque age no âmbito contrário à afeição dos dois sexos. Por isso, o Islã considera isso uma maneira concupiscente, contrária ao método e à natureza da vida, que leva a pessoa para clausura da ambiguidade e da obscuridade para, no fim, causar a destruição de toda organização universal.

Por isso, a maldição cerca aqueles que praticam a masturbação, o homossexualismo o lesbianismo ou a prática de bestialidades porque são métodos desviados que significam, na sua essência, a negação do ser humano à sua espécie e a adoção e o estabelecimento do fenômeno da outra espécie.

Por isso, o Islã incentivou o casamento precoce para não cair nos desvios e escorregões dos instintos sexuais. Tentaremos, nos próximos números, falar em detalhes do assunto para proporcionar ao nobre leitor, através de sua leitura ver a flexibilidade do Islã no que diz respeito às relações matrimoniais e à cultura do sexo.

 

 

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