Palavra do Sr. Hassan Ali Gharib (Presidente da Associação Religiosa Beneficente Islâmica do Brasil) no Encontro Islâmico no Brasil

Em nome do Altíssimo!

Disse Deus, O Altíssimo, em seu Livro Sagrado: “Ó, humanos, por certo. Nós vos criamos de um varão e de uma varoa, e vos fizemos como nações e tribos, para que vos conheçais uns aos outros”.

As palavras chave são conhecer, aproximar, entender, dialogar, escutar, unir e dar as mãos.

As nossas mais calorosas saudações a todos hoje aqui presentes.

Antes de iniciar gostaria de saudar e agradecer ao Centro Islâmico no Brasil, dirigido pela Vossa Eminência Sheikh Taleb Hussein Al-Khazraji, que promoveu esse saudável encontro intelectual. E que esse encontro possa trazer benefícios a todos aqueles que anseiam e procuram por uma vida cheia de inovações espirituais, paz e harmonia entre os povos.

Minhas saudações também ao convidado especial desse encontro, o Ayatullah Dr. Mohsen Araki, um missionário que propaga a paz.

Às demais autoridades religiosas, sociais, intelectuais, diplomáticas e políticas, senhoras e senhores, salam aleikom ua rahmatulahi ua barakatu.

Aqui discutimos um tema de extrema importância em prol de um futuro melhor, mais favorável e pacífico no que diz respeito ao convívio entre as sociedades, já que o mundo precisa de um tempo de reflexão mais qualificada à cerca de teores humanistas.

Qual é o nosso ponto de vista sobre as palavras a seguir e a explicação para o que entendemos por terrorismo, homens bomba, atrocidades, sequestros, guerras, atos de violência? Ou será que há outras definições para a palavra terrorismo? Será que as informações que estão sendo passadas sobre esse assunto polêmico são confiáveis?

Existem centenas de formas de se expressar o que é essa palavra, eu digo o seguinte: “Terrorismo é a forma mais covarde que se possa praticar para tirar injustamente a vida de um ser ou o seu direito”.

A mídia tem como função e papel obrigatório transmitir a realidade dos fatos aos indivíduos, sem influenciar desde a compra de um simples produto à até a escolha de um presidente da república, isto é uma mídia ativa, que traz ao espectador questões importantes, encurtando distâncias, dando chances de reflexão, educando e assim exercendo uma ação social benéfica.

Do outro lado a mídia também, sem querer generalizar é claro, utiliza políticas extremamente cruéis, ou seja, pacotes prontos, que vão desde a forma de sua indução à compra de um produto, uma indução por muitas vezes sutil, a até formas de desmoralizar indivíduos, fazendo-o se tornar um robô ou uma marionete dos meios de comunicação. Infelizmente essa política pode nos acompanhar a qualquer hora do dia, sem respeito a qualquer indivíduo.

É muito triste sabermos que há inúmeras formas e práticas de terrorismo, sendo elas: físicas, psicológicas, religiosas, econômicas, de estado e inúmeras outras.

Porém a forma de terrorismo que vem sendo utilizada nos meios de comunicação traz sutilezas em sua forma de ação, sendo mais cruéis do que em um campo de batalha. Pois a lavagem cerebral de milhões e milhões de seres humanos inocentes somente aumenta o poder econômico e político de certos grupos, desvirtuando os princípios essenciais da evolução da espécie humana em todos os sentidos.

O Islam tem os muçulmanos como seguidores, o cristianismo tem os cristãos como seguidores e o judaísmo tem os judeus como seguidores. E todas estas três religiões celestiais advêm de uma só fonte e de um só Deus. Isso não significa que se amanhã um judeu cometer uma atrocidade a religião judaica é a culpada por isso, como também o cristianismo ou o Islam não seriam em seus respectivos casos.

Essas diferenças devem estar bem claras, todos devem saber disso, mas infelizmente parte do mundo da mídia aponta os muçulmanos como terroristas, estampando nas manchetes de todos os países uma propaganda que deturpa a imagem bela do Islam e macula seu legado.

Os que trabalham na divulgação de uma matéria ou documentário, e dedicam vários anos de sua vida para no final serem pagos para deturpar uma imagem ou desmoralizar uma crença, promovendo conflitos, cisões e guerras estão no mesmo patamar dos que tiram a vida de uma pessoa, sendo considerados assassinos.

Nascemos da paz, somos da paz, viemos da paz e seguiremos sempre com o lema da paz!

Rever os papéis de cada integrante que trabalha nos meios de comunicação é um ato heroico, pois cada um em seu respectivo posto tem seu peso fazendo sua parte, e assim promoverá um mundo melhor. Todos nós somos uma equipe em andamento, todos nós precisamos um do outro, as diversas culturas e religiões enriquecem ao se conhecerem sem preconceitos.

Ao final, não poderia deixar de aproveitar a oportunidade e deixar aqui registrado nosso repúdio às atrocidades que estão sendo cometidas contra o povo palestino, que está encurralado com a incessante construção de assentamentos, invasões a mesquitas e desrespeito aos direitos humanos, este que é um povo milenar e que tem como seu país a Palestina. As injustiças cometidas contra o povo palestino são atos de puro terrorismo perpetrados pelas tropas israelenses.

Mais uma vez expresso o nosso agradecimento aos organizadores deste encontro, e nossas mais calorosas saudações ao Ayatullah Dr. Mohsen Araki, um missionário da paz que merece este título, pois engrandece a todos nós ao buscar a aproximação entre os povos, algo muito relevante para o Brasil, que é um país de grande diversidade, representado pelo nosso querido povo brasileiro, que sempre recepcionou bem a todos, com um sorriso e um grande abraço. Que Deus sempre abençoe este pais maravilhoso!

Hassan Ali Gharib – Presidente da Associação Religiosa Beneficente Islâmica do Brasil
Encontro Islâmico no Brasil – São Paulo, 29 de julho de 2017.

 

 

 

 

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