Palavras de Aminah al-Sadr (Bint Al-Huda)

Traduzido por Ali Sivonaldo Alexandre da Silva.

As Últimas Horas

Agora devo escrever sobre as últimas horas, que me foram impostas. Não existe caminho além desse; a morte não dispensa ninguém. O Sagrado Alcorão diz:

“Onde quer que vos encontrardes, a morte vos alcançará, ainda que vos guardeis em fortalezas inexpugnáveis.” (C. 4 – V. 78)

Existe alguma fuga das ordens de Deus? A narração Divina diz: Seja Quem For Que rejeita A minha regra, deve deixar a minha Terra e o Céu. Cada crente deve aceitar a morte de um modo disposto; e isso agradará a Deus, Todo-poderoso. Estamos prontos para deixar este mundo? A resposta é: Sim e não. Sinto sua partida porque ele é o caminho que leva ao prazer de Deus e a sua clemência. Os seus dias são provas oferecidas ao homem na qual se faz escolhas. Se eu vivesse mais tempo poderia realizar uma melhor devoção para Deus. Há outra razão para minha tristeza. Os meus amigos e os parentes vão se sentir tristes pela minha partida; mas isto é a natureza da vida. Não sinto, porque a alma não merece uma pena, como um poeta diz… Há que ter cuidado das suas conspirações. O divórcio é três vezes (três vezes na Religião Islâmica) ainda divorciei dele mil vezes… As promessas são falsas e as suas esperanças são desgastadas. Admiro-me como alguns mantêm tal esperança, os bons feitos são as melhores provisões e que o acordo final está nas sepulturas. … Ó, quantas desculpas se sente quando as últimas horas se aproximam. Como são lamentáveis os erros do passado! Como cada um desejaria ter uma nova possibilidade! Cada um está pronto para dar tudo o que cada um tem, para eliminar os pecados. Que maravilhoso é para cada um pedir contas. Que sábio é aquele que considera o resultado de cada passo que toma na vida, para que cada um possa não ter pena dela nas últimas horas. O Sagrado Alcorão diz.: “eu não me escuso, porquanto o ser é propenso ao mal, exceto aqueles de quem o meu Senhor se apieda, porque o meu Senhor é Indulgente, Misericordiosíssimo”. (Surata Youssuf)

Ó Senhor nosso, não desvies os nossos corações, depois de nos teres iluminado, e agracia-nos com a Tua Misericórdia, porque Tu és o Munificiente por excelência. Ó Senhor nosso, Tu consagrarás os humanos para um dia indubitável. E Deus não faltará com a promessa. (Surata Al-Imran)

Inatividade

Este foi um período da inatividade. Graças a Deus, ele não durou muito tempo. Agora que vejo o meu fim aproximar-se, antes do cumprimento do meu objetivo, que deve cultuar por causa de Deus, sinto-me triste sobre aquele período de inatividade. A vida do homem é sem valor, a menos que seja dedicado para trabalhar pela causa de Deus, Todo-poderoso. Como a inatividade é vil! Como é estranho que o homem é desatento aos seus deveres religiosos e negligencia rituais religiosos! Agora, sinto que aqueles últimos dias me culpam pela negligência. Eles arrependem-se tendo passado sem a realização de algo exceto os deveres ordinários. Nada mais foi registrado nas páginas de bons feitos. Aqueles dias envergonham-se de exigir o prazer de Deus, no Dia do Juízo. O que posso fazer? Tudo o que morre não voltará. Deveria ter compensado aqueles dias. Sei que os dias de alguém são contados. Admiro-me se fiz o possível. Só Deus, Todo-poderoso, sabe.

Uma Nova Partida

Contudo, por causa da clemência de Deus, a minha inatividade não durou muito tempo. Algo resultou surpreender-me e injetar uma nova vida em mim. Causou que eu entendesse as minhas responsabilidades totalmente. Normalmente cada um adquire experiência por miséria e dificuldades. Graças a Deus, tal miséria causou que eu entendesse a importância da fé na minha vida.

Assim, graças a Deus, o homem com preocupações e miséria deve considerar como algo das Suas generosidades. Tal miséria e as dificuldades não devem ser consideradas quanto somente à sua aparência cruel, mas um tanto por quaisquer boas lições tiradas deles. Devemos considerá-los benefícios espirituais e enfrentar tais situações com força e determinação. Revoco tal experiência, e como isso me profundamente afetou. O seu efeito foi tão grande que estive à beira da desesperança. Todo aquele tempo arrastei-me de casa e passei às ruas, como se evitar as farpas daquela experiência. Percebi que estava errada. A casa não teve nada a ver com aquela dificuldade. A saída da casa não fez nenhuma diferença. Fui derrotada quanto a aonde ir ou o que fazer. Então, repentinamente escutei as palavras do Alcorão que vieram de uma distância, como se eu as ouvisse pela primeira vez:

“Quando os mensageiros se desesperavam e pensavam que seriam desmentidos, chegava-lhes o Nosso socorro; e salvamos quem Nos aprouve, e o Nosso castigo foi inevitável para os pecadores”. (Surata Yousef)

Ouvindo aquelas palavras despertei-me como se de um sono que pode fazer-me desesperar-se. Lembrei-me de que Deus, Todo-poderoso, nunca deixa os Seus fiéis na preocupação. Aquelas preocupações são apenas um meio ou um método em direção à perfeição. O ser humano é como um laboratório onde a verdadeira natureza do homem é analisada para que possa aprender coisas sobre ele, descobrir a suas fraquezas e defeitos. Depois daquela experiência continuei a minha vida entre esperanças e dores, flores e espinhos. Os espinhos só são considerados espinhos perto das flores. A esperança vem da dor. Daqui, encontrei-me na harmonia com vários papéis e incidentes. Esperei pelo alívio depois da miséria e esperei tempos mais escuros depois de dias felizes, como se aqueles dias felizes avisassem do que poderia seguir. Os anos prosseguiram e gostei da clemência de Deus completamente. Senti que fui demasiado indigna para receber tal clemência e compaixão. Depreciei o que fiz por causa de Deus. As minhas dores aumentaram devido às minhas faltas. Tais faltas pareceram como resultado de fraqueza ou da preguiça. Estive apreensiva no meu convívio com as pessoas como se eu fosse uma intrusa. Tentei conservar-me longe. Como muito é para cada um sentir-se um autista na realização de deveres de alguém. Fui esmagada pela tristeza e a dor que deslustrou o meu prazer espiritual no serviço a Deus, Todo-poderoso … Foi à clemência de Deus que engolfou o meu interior e me ajudou a superar os obstáculos na vida. Os agradecimentos são para Ele que deixa as portas abertas para Os seus adoradores.

Tempos Difíceis

Devo admitir que sofri a pobreza nos meus primeiros tempos da juventude. Não houve nada para comer ou beber, nenhuma casa, nenhuma roupa! A pobreza é uma situação cruel. Ela traz todas as espécies de miséria e dor. Como isso afetou a minha vida? Isso me destruiu? Fui bastante forte para passar pela experiência dessa fase? De fato, ela foi uma experiência que causou que eu aprendesse a importância da fé na vida das pessoas. Fez-me entender o dito do grande Profeta (S.A.A.S.): “Seja quem for que não compreende o Alcorão não está entre os meus seguidores.”

Alguém pode sofrer a experiência de pobreza e dificuldade financeira, e necessitar de tolerância e autocontrole, cada um pode sofrer uma situação imaginável. A tolerância e o autocontrole originam-se da fé que pode ajudar o homem a superar dificuldades com sucesso. Ensina-lhe ser mestre dele e dos outros. Todos os prazeres terrestres de um homem terminarão logo. Não é de admirar que fui contente com pouco que tive. Nunca pensei que a pobreza significou a decepção ou o fracasso. Ao contrário, tentei beneficiar-me da minha força espiritual e fazer o uso dela em feitos frutíferos. Necessitei das necessidades materiais para ajudar-me a seguir na vida. Daqui, foi necessário para mim estar com os pés no chão, buscando valores construtivos e criativos, e questões sobre a ética que ajudam a formar um caráter completamente consciente das dimensões da existência de alguém. Vim para entender a significado verdadeiro da pobreza e da riqueza. Vim para saber que uma pessoa pobre é aquela cujo valor social depende da sua prosperidade. É elevada uma pessoa quando o equilíbrio das contas do banco de é alto, e baixa, quando é baixo. Ela precisa de dinheiro para comprovar a sua existência social, e o luxo para fazer os outros reunirem-se em volta dele. Ela considera o dinheiro como o sinal da sua existência e da sua dignidade. Ela tem cuidado em guardá-lo porque o seu desaparecimento significa a sua própria inexistência. Nunca deixei tais pensamentos sobre a pobreza envenenar a minha vida com fraqueza e incredulidade. Nunca permiti fazer-me ver a vida com sensações de privação. Estive feliz apesar da minha pobreza. Fui atrás do conhecimento religioso despreocupada, ocupada no que poderia formar a minha personalidade. Muito pouco conhecimento que adquiri deu-me tanto prazer e auto-contentamento que me deu êxito no verdadeiro significado que é. Estive, graças a Deus, feliz com o pouco que tive. Ele é uma Bênção Divina na vida de um fiel.

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