Nasceu na cidade de Medina, no Hijaz, no dia 15 de Ramadan do ano 3 da Hijra (626 d.C.). Seu pai foi o Imam Ali ibn Abi Táleb (A.S.) o recomendado do mensageiro de Allah e seu sucessor. Sua mãe foi Fátima “Azzahra”, a Senhora das mulheres do mundo e filha do mensageiro de Allah (S.A.A.S.), o seu avô materno e último dos profetas. Sua avó materna foi Khadija bent Khuaileid, a Mãe dos crentes. Seu avô paterno foi Abed Manaf ibn Abedel Muttâleb mais conhecido como Abu Táleb, sheikh dos nobres e protetor do Mensageiro de Deus. E sua avó paterna foi Fátima Bent Assad ibn Hachen, a segunda mãe do Mensageiro de Deus.
Logo que o Imam Al Hassan (A.S.) nasceu seu pai o levou até o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), e este, ao tomar o recém-nascido nos braços exclamou: “Deus te guarde e a teu filho contra o a maldito Satanás”, fazendo em seguida o Azan em seu ouvido direito e Icamat no seu ouvido esquerdo, e depois o chamou de Al Hassan por inspiração de Deus, sendo o primeiro a ter esse nome.
No sétimo dia, o Apóstolo de Deus mandou abater um carneiro em homenagem ao seu primeiro neto, e desde então, o fato passou a ser um preceito e um costume entre os muçulmanos.
Seu Desenvolvimento
O Imam Al-Hassan (A.S.) se desenvolveu no convívio com seu avô, O Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), o qual sempre o envolvia com seu carinho e compreensão, durante longos oito anos, e, após a morte do Profeta Mohammad (S.A.A.S.), o Imam Al-Hassan (A.S.) passou a conviver no lar dos seu pais, o Imam Ali e Fátima “Azzahra” (a paz esteja com ambos), onde aperfeiçoou seus conhecimentos da fonte do Islam, na Escola da Revelação, isto é, beneficiando-se da inspiração que lançou sobre a humanidade os raios da sabedoria e da misericórdia.
Seu Benemérito
Constam no Alcorão Sagrado muitos dos versículos alusivos aos benefícios e qualidades da Linhagem do Apóstolo de Allah, dentre os quais pode-se consultar:
1) O versículo da purificação “At-Tathir”: “… porque Deus só deseja afastar de vós a abominação ó Linhagem da Casa Profética bem como purificar-vos integralmente.” Surata Ahzab, Cap.33, vers. 33.
2) O versículo da polêmica “Al Mobálaha”: “…e diz-lhes: vinde e convoquemos o nossos filhos e os vossos e nossas mulheres e vossas mulheres e nós mesmos e vós mesmos para depreciar afim de que a maldição de Deus caia sobre os embusteiros.” Surata Al Imran Cap.3, vers.61.
3) O versículo da afeição “Al-Mauádda”: “… e dize-lhes: não vos questionareis recompensa alguma senão a afeição aos que me são mais próximos e quem realizar uma boa ação multiplicar-se-lhe as benevolências; Deus é Indulgente e Retribuidor” Surata Ach Chaura Cap.42, vers.23.
Muitas tradições do profeta Mohammad (S.A.A.S.) se referem aos beneméritos do Imam Al-Hassan (A.S.), tais como:
“Aquele que se apraz em contemplar o Senhor dos Jovens do Paraíso, deverá então faze-lo olhando para Al-Hassan Ibn Ali”.
“Tu ó Al-Hassan te assemelhas a mim e a meu temperamento”.
Seus Filhos
O Imam Al-Hassan (A.S.) teve quinze filhos, sendo oito do sexo masculino e sete do sexo feminino, gerados por suas várias esposas.
Maiores Detalhes sobre sua Vida
O Imam Al-Hassan (A.S.) viveu ao lado de seu avô, o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) e à sombra de seus pais, o Imam Ali e Fátima “Azzahra” (A paz esteja com ambos), e dos três, adquiriu a mais elevada educação, passando a ser um muçulmano exemplar, conhecido pelo conhecimento, fé e caráter, passando a ser o caminho iluminado dos que permaneciam no caminho da razão. O Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) dizia sempre: “Al-Hassan é de mim e eu sou dele, e Deus amará aquele que o amar”; e em diversas ocasiões lhe dizia também: “Tu ó Hassan te assemelhas a mim e s meu temperamento”.
Eis que a seguir mencionaremos uma breve ilustração sobre sua biografia:
1) O Lado Espiritual: O Imam “Assadeq” (A.S.), certa vez falou: “O Imam Al-Hassan Ibn Ali (A.S.) foi um dos mais devotos da sua época, e um dos mais desprendidos e generosos”. O Imam Al-Hassan (A.S.) possuía um espírito elevado que o fazia ficar próximo à Deus O Supremo rogando-lhe o perdão por chegar tão perto… tanto é que quando se aproximava da porta da mesquita, levantava o rosto para o céu e exclamava: “Senhor! O Vosso visitante está à Vossa porta… Ò Misericordioso, eis que chega o imperfeito que sou, e excedas sobre mim o que Tens de melhor pelo que possuo de abominável!”.
Quando o Imam Al-Hassan (A.S.) se empenhava na leitura do Alcorão e passava por ele um versículo onde se lia “Yá ayyoha’l Mo-menún…” isto é, “Ó aqueles que crêem…”, parava a recitação e proferia uma frase tipicamente pronunciada durante a peregrinação à Mecca, que diz: “Labbaica Alláhomma Labbaica!”, que significa: “Em atendimento ao vosso chamado Senhor!”
A história nos relata que o Imam Al-Hassan (A.S.) peregrinou vinte e cinco vezes à Mecca, e distribuiu metade de suas riquezas aos necessitados em prol da causa de Deus.
2) O seu bom caráter: Os historiadores mencionaram em suas obras sobre o caráter e a índole do Imam Al-Hassan (A.S.), e que certa vez estava ele passando por um grupo de jovens que estavam comendo. Hospitaleiramente, o convidaram para acompanhá-los em sua refeição e o Imam aceitou; ao terminarem, ele os convidou à sua casa, onde lhes ofereceu uma mesa farta de iguarias, e para lá se dirigiram.
Conta-se que em outra ocasião, o Imám Al-Hassan (A.S.) estava sentado em determinado local quando, ao decidir sair dali, entra um homem paupérrimo. Ao vê-lo, o Imám (A.S.) o cumprimentou trocando com eles algumas palavras e depois, afetuosamente, falou ao homem: “Tu sentaste justamente na hora em que eu ia levantar-me; peço-te pois, permissão para sair”. Apressadamente, o homem lhe respondeu: “Pois sim, ó filho do Mensageiro de Deus! Com isso descobrimos o quanto o Imám Al-Hassan (A.S.) foi humilde e benevolente no seu tratamento para com as pessoas em geral.
No que alude à sua nobreza e generosidade, o Imám Al-Hassan (A.S.) jamais negou auxílio à quem o procurava, beneficiando-o com a abundância. Um dia o perguntaram: “Por que jamais negaste algo àquele que te procurou?” E o Imám (A.S.) respondeu-lhes: “Eu procuro à Deus e Ele me tem atendido satisfatoriamente, portanto, eu me envergonharia, na qualidade de apelante, de repelir àquele que me procura por ajuda; além disso, Deus já me fez acostumar-me no seguinte: Ele me gratifica com as suas bênçãos e eu preencho as pessoas com as graças Dele, pois temo que se eu interromper tal costume, possa eu chegar a ficar privado daquilo que Ele me acostumara”. Com isto, o Imám Al-Hassan (A.S.) era conhecido pela sua generosidade e nobreza de caráter, e muitos o denominavam de “Carim Ahl Al-Bait”, isto é, “O Nobre da Linhagem do Profeta”.
Frases do Imám Al-Hassan
Quando Jenáda Ibn Abi Omaia foi acamado por uma doença terrível que o levou depois à morte, falou ao Imám Al-Hassan (A.S.): “Aconselhe-me ó filho do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.)!” E o Imám (A.S.) lhe respondeu: “Sim, prepara-te para tua viagem e consiga tua fartura espiritual antes que chegue a tua hora derradeira, pois tu pedes o mundo e a morte te convoca, portanto, não te preocupes com o dia que virá no dia em que nele vives, e saibas que nada lucrarás além de tuas possibilidades, porque estará armazenando para os outros, e finalmente, saibas que na vida existe a prestação de contas daquilo que é lícito e a punição daquilo que é ilícito”.
“Faça de tua vida como se ela fosse permanente e da tua eternidade como se fosses morrer amanhã”.
“Se pretenderes a felicidade sem a sociedade em que vives, e a reverência sem o poder, então saia da humilhação pela desobediência a Deus, para o orgulho pela obediência a Deus Protetor e Majestoso”.
“Ó filho de Adão! Abstenha-te de tudo o que Deus abomina e tornar-se-á dos veneradores. Contenta-te com aquilo que Deus lhe reservou e serás rico. Mantenhas a boa vizinhança e te tornarás mulçumano, e sejas amigo dos outros da mesma forma que gostarias que eles os sejam para contigo e serás um dos justos”.
“Sempre que Deus abre a porta de uma questão à alguém, lhe reserva a porta do atendimento; e sempre que abre as portas da boas ações de um homem, lhe reserva a porta da aceitação; e sempre que abre a porta da gratidão ao devoto, lhe reserva a porta da abundância”.
“A destruição do homem se define em três formas: o orgulho, a cobiça e a inveja. O orgulho destrói a fé e a religião, e por causa dele, o demônio foi amaldiçoado; a cobiça é a inimiga da alma, e por causa dela Adão retirou-se do Paraíso; e a inveja é o agente da maldade, e por causa dela, Caim matou Abel”.
Seu Governo como Imam
O Imam Al-Hassan (A.S.) tomou posse do Imamato após a morte do seu pai, o Imam Ali Ibn Abi Táleb (A.S.), de acordo com a recomendação de seu avô, o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), que cumpria a ordem de Deus Supremo para tal, perdurando seu mandato por dez anos, de 40 a 50 da Hijra, correspondente ao ano 661 a 671 d.C.
Síntese da situação geral na Era do Imam Al-Hassan
Depois da morte de seu pai, o Imam Ali (A.S.), no ano 40 da Hijra, o Imam Al-Hassan (A.S.) tomou posse do poder pela vontade do povo. Entretanto Moáuiya, governante da Síria, começou a maquinar formas de lograr e burlar a fé das pessoas, chegando a utilizar o terror quando se tornava necessário, a fim de solidificar o seu governo, perseguindo os partidários e simpatizantes do Imam Ali (A.S.), insultando declaradamente a memória do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), determinando inclusive, que fosse injuriado durante as oratórias nos púlpitos, e a partir daí Moáuiya passou a torturar todo aquele que apoiava o Imam Ali (A.S.), tomando-lhe seus bens, boicotando seus negócios ou mandando matá-los . Assim, o terror de Moáuiya se estendeu com a guerra entre os próprios muçulmanos, particularmente os moradores de Al Cúfa, a capital islâmica de então, subornando os oficiais do Imam Al-Hassan (A.S.) com valores exorbitantes para dissensão do Exército, a fim de entregar-lhe as estratégias do Imam, e por outro lado, corrompia alguns dos amigos do Imam Al-Hassan (A.S.) com o vil metal, para difamar seu prestígio e sua moral.
Diante das evidências de uma política astuciosa e da hipocrisia que Moáuiya utilizava em seus vis artifícios e politicagens, através do suborno e da calúnia, para que os próprios oficiais chegassem a trair a confiança do Imam (A.S.), este se viu obrigado a firmar acordo com o déspota governante da Síria, do qual citaremos alguns itens:
1) Que Moáuiya procedesse segundo o Alcorão Sagrado e os preceitos do seu Apóstolo.
2) Que fossem cessadas as ofensas e injúrias contra o Imam Ali (A.S.), principalmente durante as oratórias nos púlpitos.
3) Que a segurança do povo fosse respeitada, principalmente para os xiitas (seguidores do Imam Ali).
4) Que ninguém fosse nomeado “Califa” como sucessor de Moáuiya após a sua morte, a não ser o Imam Al-Hassan (A.S.) se ainda estivesse vivo ou o Imam Al-Hussein (A.S.).
Entretanto, Moáuiya recusou tais acordos vociferando: “Os acordos propostos por Al-Hassan, estão todos sob os meus pés! Não concordarei com eles por nada!”
A morte do Imam Al-Hassan (A.S.)
Moáuiya sempre planejou eliminar o Imam Al-Hassan (A.S.), que sofreu vários atentados, até que a última tentativa teve sucesso através de um poderoso veneno ministrado por uma de suas esposas de nome Jaada Bent Al-Ach’ at, atraída por riquezas e um casamento vantajoso com Yazid, filho de Moáuiya, se ela fosse bem sucedida no ato criminoso. Traiçoeiramente, Jaada ofereceu ao Imam Al-Hassan (A.S.) uma iguaria envenenada, ficando ele se debatendo de dores terríveis durante quarenta dias, até que seu fígado se despedaçou, morrendo após este grande sofrimento. Antes, porém, recomendou ser enterrado ao lado de seu avô, o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.); entretanto Aicha, a viúva do Profeta Mohammad, recusou que se atendesse ao pedido do moribundo e ele foi enterrado no cemitério do Al-Baqui, em Medina.