Por Kamal al-Sayyd
Traduzido por Ismail Ahmed Barbosa Júnior
Agora, caros amigos, vamos juntos à terra do Egito, o antigo Egito. A terra do Rio Nilo, milhares de anos atrás. Naquela terra, milhares de escravos passaram suas vidas carregando imensas rochas para construir os túmulos dos faraós. Aquelas pirâmides, que ainda são os mais importantes monumentos sob o ponto de vista científico, são os túmulos dos faraós. Os faraós acreditavam que após a morte a vida retornaria a eles. Por isso preparavam todos os meios de poder e de autoridade. Acreditavam que quando a vida lhes fosse devolvida, encontrariam tudo devidamente preparado e à sua disposição. Os trabalhadores paupérrimos construíam as pirâmides e em seguida atentavam para as coisas abaixo delas. Viam os barcos cruzando calmamente as águas do Nilo, as tamareiras perto das margens do rio, que corria para o Mediterrâneo. Os trabalhadores eram forçados à lida dia e noite, ainda que fossem chicoteados.
O Presente do Nilo
Heródoto, o historiador grego, chamou o Egito de O Presente do Nilo. Não fosse pelo Nilo, não haveria o Egito. O gelo derrete nas montanhas e corre no Nilo. O rio faz com que as terras do Egito sejam férteis, assim, a agricultura se difundiu por todo o país. O trigo era a principal colheita no Egito. Os egípcios faziam o pão do trigo que colhia e seu pão era similar ao nosso. O cultivo de uvas também se desenvolveu no delta do Nilo. Existiam grandes áreas de cultivo de uvas. Naquele tempo os egípcios cultivavam também legumes como favas e ervilhas. Eles gostavam de cebolas, alho, alface, pepino, etc. Também usavam mel para adoçar alguns alimentos. Apreciavam bastante o cultivo de flores. Elas as usavam como decoração em reuniões e festivais.
Os Meios de Transporte
Havia enchentes anuais. O Nilo era a principal ligação entre o sul e o norte do país. Por isso os egípcios construíam barcos da madeira de algumas árvores. Os barcos tinham um remo e velas feitas de pano. Durante as épocas de cheia as cidades se tornavam pequenas ilhas em meio a uma vasta área de água.
Os Animais
Naquele tempo os egípcios se familiarizaram com muitos animais, tais como gatos e cães. Utilizavam cães para a caça, bois para o trabalho do arado e jumentos para o trabalho de carga. Pastoreavam caprinos e ovelhas em suas terras. Consideravam o porco um animal impuro, pois sua carne apodrecia rapidamente. Os egípcios gostavam muito de comer peixes, que eram abundantes no Nilo. Sabiam que os crocodilos e os hipopótamos eram animais perigosos, e por isso os cultuavam. Também cultuavam leões pela mesma razão. Ainda tomavam como objeto de culto os chacais que viviam nos cemitérios.
A Escrita
Os egípcios conheciam a escrita. Sua linguagem era hieroglífica, que era gravada em sinais.
Por exemplo, o sinal O significava o sol e também significava “dia”.
A História do Egito
A história do Egito se divide em três períodos :
O Primeiro é chamado o Reino antigo (2600 – 2280 ac.)
O Segundo de Reino Médio (2100- 1800 ac.)
O Terceiro de Reino Moderno (1500- 1000 ac.)
Nosso Profeta Mussa Ibn Imran (A.S.) nasceu neste terceiro período. Nos anos 1500-1200 os egípcios possuíam um estado forte. Seu império era tão grande que se estendia aos países de Al Nawba (Sudão) e a Palestina. Os egípcios sabiam que seus inimigos tinham muitos cavalos, assim utilizavam tantos cavalos quantos os seus inimigos possuíam. Neste período, os Faraós se tornaram tirânicos. Se fizeram “deuses” para o povo. Entre eles estavam Tahtamis e Ramsés II. Quando Ramsés II morreu, seu filho Minfitah o sucedeu. Mussa nasceu no tempo de Minfitah.
Os Filhos de Israel
Na história de nosso Profeta Yussuf (A.S.), lemos que Yussuf foi lançado num poço e em seguida foi levado ao Egito. Soubemos que ele viveu vinte anos no Egito e que Ya’qub, sua esposa e seus filhos foram ao Egito ao encontro de Yussuf. Os filhos de Ya’qub, chamados os filhos de Israel, permaneceram no Egito e depois de dez anos se tornaram uma grande nação. Yussuf morreu e centenas de anos se passaram, assim, o povo esqueceu que Yussuf tinham prestado um grande favor ao Egito.
Os faraós governavam o Egito e perseguiam o povo. Os filhos de Israel receberam a maior parte do sofrimento e da tortura. Os homens dentre os filhos de Israel tinham que trabalhar de manhã à noite. Tinham que se satisfazer com uma vida de escravidão e humilhação. Tinham que adorar o Faraó, pois ele era o “deus” do povo. Por isso, os filhos de Israel esperavam por alguém que os salvasse da opressão do Faraó.
Os filhos de Israel herdaram as boas novas do tempo de Yussuf e Ya’qub (A.S.). Aguardavam pelo nascimento de uma pessoa que os salvaria do sofrimento. Enfrentavam a opressão e o sofrimento cada vez maiores, portanto falavam muito sobre o salvador. O Faraó ouviu o povo oprimido comentando sobre este salvador. Os adivinhos também confirmavam isso. Falavam que uma criança nasceria e que ao crescer o mataria. O Faraó teve medo deste vaticínio, assim, pensou numa maneira de destruir os filhos de Israel. Ele decidiu matar todos os meninos recém-nascidos. Designou algumas mulheres para espionarem as israelitas grávidas. O Alcorão descreveu este período negro da história, dizendo: “E NÓS VOS SALVAMOS DO POVO DO FARAÓ, QUE VOS TORTURAVA SEVERAMENTE, MATAVA VOSSOS FILHOS POUPANDO VOSSAS MULHERES.”
O Faraó era perverso. Queria impor sua autoridade sobre o povo do Egito, assim, não poupou esforços para dividi-los, incitando-os a inimizade mútua para dominá-los. Os egípcios consideravam os filhos de Israel forasteiros e escravos. E os castigavam severamente. Quando ouviram dizer que um dos filhos de Israel mataria o Faraó passaram a tratá-los como prisioneiros de guerra de um outro Estado. Devido a isso, os filhos de Israel testemunharam o pior período de sua existência. A polícia do Faraó levou os meninos recém-nascidos. Eles assassinaram e jogaram muitos no Rio Nilo. Portanto, as mães choraram por seus bebês. O Faraó assassinou aqueles bebês que eram belos como flores. Não teve clemência para com eles. Ele era tirânico e arrogante.
O Menino Prometido
Deus desejou que Mussa nascesse. Yokabid, uma mulher piedosa, estava triste porque estava prestes a dar a luz a um bebê. Enquanto isso, a tribo egípcia a visitava com freqüência para saber qual o sexo de seu bebê. Naquela situação crítica, Yokabid deu a luz a um menino. O bebê era muito belo. Aqueles que o viam se encantavam com ele. Deus, o Glorioso, fazia as pessoas amarem Mussa. Por isso, a parteira disse para sua mãe: “Yokabid, não se preocupe. Eu nunca direi nada.” Deus inspirou Yokabid para que amamentasse Mussa. O coração dela estava cheio de amor por seu bebê cuja face era brilhante e inocente. Ela perguntou-se: “Será Mussa o menino prometido?” Os dias se passaram. Os espiões do Faraó procuravam pelos bebês. O Faraó raciocinava de um modo maligno. Queria agentes trabalhando para ele sem nenhum pagamento. Assim, decidiu: “Eu matarei recém-nascidos todos os anos !” No ano anterior ao nascimento de Mussa, Yokabid tinha dado a luz a um menino chamado Harun. Harun era ainda um bebê quando Mussa nasceu. Eles tinham uma irmã alguns anos mais velha. Ela era uma garota boa e esperta. Amava seus irmãos e gostava de cuidar deles. Alguns dias se passaram e Yokabid ainda amamentava seu recém-nascido. Contudo, ela estava preocupada. Achava que os espiões descobririam que tinha dado a luz a um menino. Assim, ela perguntava a si mesma: “O que eu farei? Como poderei proteger Mussa da ameaça do Faraó? Como posso salvá-lo da morte? Como posso salvá-lo das adagas que já mataram tantas crianças inocentes e atingiram com a angústia as suas mães?” Deus, o Glorioso, inspirou a mãe de Mussa para que fizesse uma pequena caixa para colocá-lo dentro e para que a depositasse nas águas do Nilo. A corajosa mulher fez isto e sua filha ajudou-a.
Uma noite, a mãe de Mussa pressentiu o perigo. Sabia que os espiões estavam procurando por recém-nascidos. Assim, Yokabid e sua filha foram ao Nilo na escuridão. A triste mãe olhou para as águas do rio. Olhou então para seu pequeno bebê. Mussa estava dormindo. Ela quis retornar para casa, mas a inspiração a impeliu a entregar a caixa às águas do Rio Nilo. Yokabid olhou para o céu estrelado, e então se sentiu em paz. Yokabid acreditava em Deus. Estava confiante de que Deus protegeria seu bebê de todos os perigos tais como os crocodilos e os hipopótamos. Ela tinha confiança que Deus devolveria seu filho a ela. Naquele momento, cheia de temor, fé e amor, Yokabid pôs a caixa nas águas do Rio Nilo. As ondas brilhavam por causa do luar. Elas tiveram misericórdia do inocente, solitário bebê. E o carregaram para longe. Yokabid ficou olhando para a caixa até que ela desapareceu na escuridão. Yokabid estava quase chorando, mas olhou para as estrelas, para a lua e o vasto céu. Ela glorificou Deus e sentiu paz, e então voltou para casa com sua filha. Ela sentia que voltaria a abraçar seu pequeno bebê outra vez.
O Palácio do Faraó
Yokabid não dormiu naquela noite. Ela pensava em Mussa. Pensava que aquela caixa se precipitava nas ondas do rio. O sol surgiu. O povo despertou. Os pescadores foram para o Nilo. Os agricultores foram para seus campos. Os pastores seguiram para as pradarias. A caixa se agitava em meio às águas do Nilo. Um vagido de bebê saía da caixa. Era o som do choro do bebê inocente que queria um colo quente.
Asyah, a esposa do Faraó, era uma boa mulher, ela, diferentemente de seu esposo, era humilde. Amava o povo. Amava o bem e abominava a opressão. Asyah estava descontente com as ações impiedosas de seu esposo. Naquela adorável manhã, Asyah estava sentada na margem do rio contemplando os barcos. De repente, ela viu uma pequena caixa vindo em direção à margem. A pequena caixa parou na margem como um barquinho. Asyah ouviu um choro de bebê. Havia servas com ela. Um guarda trouxe a caixa. Ele saudou Asyah e depositou a caixa em frente a ela e recuou alguns passos. Neste meio tempo, o Faraó apareceu. Ele caminhava de modo altivo. Em sua mão havia um cetro de ébano, cravejado de pérolas e ouro. Quando ele apontava para algo com seu cetro, seus homens deveriam cumprir suas ordens. O Faraó ficou assustado de ver um bebê na caixa. Ele olhou para o recém-nascido com má intenção. E disse para si mesmo: “Eu mesmo matarei este bebê! Talvez ele seja aquele que me matará e destruirá meu reino!” O Faraó apontou para o pescoço do bebê inocente com seu cetro negro. Os soldados obedeceram sua ordem, Eles pegaram o bebê para matá-lo. Asyah era uma boa mulher, ela não tinha filhos. Quando viu o bebê, se afeiçoou a ele. Naquele terrível momento Asyah correu até seu esposo e disse a ele: “Um refrigério aos olhos, para mim e para ti, não o mate, talvez ele seja de valia a nós, ou possamos adotá-lo como um filho.” Ele percebeu que sua esposa estava firme em sua atitude. E disse para si mesmo: “Minha esposa está triste porque não tem nenhum filho. Por que não desconsidero este bebê? Já não matei tantos outros como ele? O bebê prometido não estaria entre eles?” O Faraó voltou atrás e foi embora. Asyah apressou-se a abraçar o bebê, Mussa.
A face brilhante de Mussa procurava por amor nos corações. Seus olhos claros buscavam por uma face familiar. Porém, não achava . Ele buscava por um seio quente para mamar em paz, mas não encontrava. Mussa chorava alto, assim, Asyah mandou buscar uma mulher para amamentá-lo. Uma mulher veio. Ela colocou Mussa em seu colo, mas o bebê continuava chorando. O bebê estava faminto, porém, se recusava a mamar do seio de qualquer mulher. Mussa continuou chorando. Muito embora estivesse faminto um surpreendente dom o impedia de mamar.
A Promessa Divina
Yokabid tinha fé em Deus. Seu coração a avisou que Mussa voltaria para ela. O que fez aquela mãe angustiada? Ela disse para sua filha: “Vá e procure por teu irmão. Vamos saber o que aconteceu a ele.” A irmã foi até o Nilo procurando pela caixa. Ela não a encontrou. Não perguntou a ninguém sobre a caixa, pois ninguém sabia de seu segredo senão Deus e sua mãe. A irmã viu tudo. Naquela manhã movimentada, ela viu o que estava acontecendo na margem do rio em frente à casa do Faraó, rodeada de árvores. Detrás de uma árvore, ela olhava o que acontecia. Ouviu aflita o choro de seu irmão que procurava pelo seio de sua mãe. Muitas mulheres vieram para amamentá-lo. A irmã de Mussa veio com elas, fingindo ser uma forasteira. Quando viu Mussa, ela quis abraçá-lo. Porém, fingiu que não o conhecia.
Asyah procurava por uma mulher para amamentar o lindo bebê. Por isso, a irmã de Mussa disse: “Quereis que eu vos mostre alguém que cuidará dele para vós e que será bondosa com ele? Asyah ficou contente com aquilo e disse: “Sim, trazei-me logo tal mulher! Ou o bebê morrerá de chorar!” A garota foi correndo. Ela estava muito feliz. Foi até sua mãe para anunciar o que havia acontecido. Yokabid veio. Ela fingiu não conhecer o bebê. Ela se atrasou um pouco, pois não queria que as pessoas suspeitassem dela. Quando Yokabid chegou viu Asyah esperando ansiosamente por ela. Ela pegou Mussa e fez o máximo para ocultar seus sentimentos. Fingiu não ser sua mãe. Subitamente, Mussa silenciou no colo de sua mãe. Asyah ficou feliz quando o viu mamando. Asyah pensou que devia contratar Yokabid para que cuidasse do bebê. Yokabid, não queria levantar suspeitas, portanto disse: “Eu estou amamentando meu filho, Harun.” Asyah disse: “És uma mulher forte. És capaz de amamentar dois bebês ao mesmo tempo, eu a recompensarei bem.” Yokabid fingiu concordar em amamentar Mussa pela recompensa. Assim sendo, Mussa voltou para sua mãe e a promessa de Deus se cumpriu. A fé de Yokabid em Deus se tornou maior ainda. Ela compreendeu que Deus tinha poder sobre todas as coisas e que ninguém podia alterar seus decretos.
Mumfis
Mumfis era a capital dos faraós naquela época. Se localizava na margem do Rio Nilo. O Faraó ordenou que seu palácio fosse construído ao norte dessa cidade. O palácio do Faraó era na margem esquerda do Nilo. Numa área deserta, à oeste da cidade, os Faraós ordenaram que seus túmulos fossem erigidos. Seus túmulos eram chamados de pirâmides. Eles ainda estão de pé na área de Al Jazira. Mussa terminou seu período de amamentação com sua mãe. Ele foi então levado para viver no palácio do Faraó, que era fora da cidade à norte. Mussa cresceu. Ele era um jovem inteligente. Trajava roupas similares as dos nobres egípcios. Todos o consideravam como o filho do Faraó. Todavia, Mussa não era como eles o imaginavam. Ele amava os fracos e tinha pena deles. Odiava os modos do Faráo. Mussa cresceu e seu intelecto se desenvolveu. Era um jovem musculoso, de modo que as pessoas o respeitavam. Porém, Mussa não se deixava enganar por sua força. Ao contrário, aumentava sua humildade. Ele não acreditava que o Faraó fosse como um deus para o povo. O considerava um mentiroso, um falso deus tirânico. Isto porque Mussa pensava ser impossível para um homem ser um deus. Durante este período, o qual durou dezoito anos, Mussa conheceu muitos fatos: soube que não era o filho do Faraó, que não era egípcio, que era filho de Imran, que pertencia ao povo de Israel. Mussa soube que os filhos de Ya’qub (Israel) tinham emigrado da Palestina para o Egito. Que vieram para o Egito depois de Yussuf, filho de Ya’qub, que tinha se tornado um grande líder ali. Além disso, soube que Yussuf tinha salvo o Egito da fome, centenas de anos antes. Então, os filhos de Israel tinham se tornado escravos do Faraó. Portanto, o Faraó os castigava severamente. Matava seus bebês e escravizava seus homens. Ordenava a todos a o adorarem de modo exclusivo. Mussa ia a cidade com freqüência, algumas vezes não se dirigia ao palácio do Faraó. Ele odiava suas roupas finas. Assim, trajava roupas grosseiras. Mussa pensava no destino dos filhos de Ya’qub (Israel), pois se tornariam uma grande nação. Não obstante, os filhos de Ya’qub levavam uma vida cheia de medo e humilhação. Temiam o Faraó, de modo que aguardavam por alguém que os salvasse. Nada podiam fazer senão aguardar.
A Luta contra a Opressão
Mussa não permaneceu indiferente ao que estava acontecendo. Ao contrário, ele não poupava esforços para proteger os oprimidos do Faraó. Por isso, às vezes ele saía do palácio do faraó e ia à cidade para enfrentar aqueles que praticavam a opressão. Quando ele entrava na cidade via alguns egípcios carregando chicotes. Os via fustigando os filhos oprimidos de Ya’qub com seus chicotes sem nenhuma razão. Mussa então se apressava a ajudar os oprimidos. Severamente castigava os opressores, assim, estes fugiam dele. Um dia, Mussa saiu do palácio, que era à norte da cidade de Mumfis. Ao meio-dia, ele entrou na cidade. As pessoas estavam retornando para suas casas. Não havia nenhuma atividade na cidade. As ruas e os becos estavam vazios. Mussa viu dois homens brigando. Um era egípcio e o outro era um dos israelitas. O egípcio estava chicoteando o israelita. Este, pedia ajuda. Mussa correu para socorrê-lo. Mussa era um homem forte. Deus tinha dado a ele um corpo musculoso. Mussa segurou o egípcio e o arrastou. Porém, o egípcio queria continuar sua agressão. Mussa golpeou-o violentamente e ele caiu morto no chão. Mussa percebeu que tinha cometido um pecado mortal. Sentiu que não era seu direito fazer aquilo.
O Faraó estava indignado com Mussa por seus pontos de vista monoteístas. Ele havia ordenado que seus espiões vigiassem o comportamento de Mussa. Mussa pensou que o Faraó tomaria o assassinato de um egípcio como um pretexto para castigar duramente os filhos de Israel. Achou que o Faraó incitaria a maldade dos egípcios contra ele e os filhos de Israel. Não havia ninguém ali que soubesse o que tinha acontecido. Por isso Mussa desapareceu. A polícia procurava pelo assassino. Mussa não retornou ao palácio do Faraó. Temia a severa punição do Faraó, portanto, passou a noite na cidade. Algo inesperado aconteceu. Mussa viu o mesmo israelita discutindo com outro egípcio. O israelita pediu ajuda a ele. Mussa estava aflito com o que tinha acontecido antes., entretanto, se apressou a ajudar o oprimido. Caminhou na direção deles. Se dirigindo para o israelita, disse : “Em verdade, estás num erro manifesto” Tu sempre discutes com as pessoas! Isto não está certo !” O israelita pensou que Mussa o mataria. Por isso ele gritou, dizendo: “Mussa, não queres matar-me como mataste um homem ontem? Certamente queres ser um tirano na terra, não queres ser um dos que agem com retidão.” As pessoas ouviram aquilo, então entenderam que Mussa era um assassino. Assim, os espiões correram ao Faraó para informá-lo disso.
A conspiração
O Faraó e seus oficiais planejaram algo contra Mussa no palácio. O Faraó pensava que Mussa era a pessoa prometida para destruir seu império. Supôs então que Mussa não pararia de espalhar seus perigosos pontos de vista. Antes que seus espiões o informassem, o Faraó soube que tinha sido Mussa o assassino do egípcio. Por isso, o Faraó decidiu matá-lo a qualquer custo. Havia um bom homem egípcio. Este homem gostava de Mussa. Isto porque Mussa possuía distintas qualidades como a bravura, fazendo o bem e auxiliando os fracos. O bom egípcio correu à cidade para procurar por Mussa. Ele entrou na cidade. Perguntou as pessoas sobre Mussa até encontrá-lo. Alertando-o, disse: “Mussa, os oficiais estão planejando assassiná-lo. Portanto eu o aconselho a sair da cidade.”
Mussa não tinha tempo para esperar. Ele achou que o Faraó o mataria, assim, decidiu partir rápido do Egito. Ele atravessou o Nilo e dali se dirigiu para o leste e em seguida para o Canal de Suez. Ele tinha a intenção de alcançar a terra de Madyan. Mussa olhou para o céu e disse humildemente: “Que meu Senhor me guie para o caminho certo!” A polícia do Faraó procurou por Mussa em todos os lugares. Porém, ele estava cruzando os desertos e os caminhos montanhosos entre o Mar Vermelho e o delta do Nilo.
O Caminho para Madyan
O Sinai estava coberto de areia, Mussa estava só naquelas paragens montanhosas nas imediações do litoral do Mar Vermelho. Trinta dias se passaram, e Mussa ainda estava atravessando o deserto do Sinai. Ele cruzava dezenas de milhas a pé, a cada dia, portanto, seus pés incharam. Mussa se alimentava apenas de ervas silvestres. O sol estava prestes a se pôr quando Mussa chegou a terra de Madyan. Mussa contemplou o imenso vale. Ele se sentou numa pedra sombreada por um arbusto. Depois da longa caminhada, Mussa estava exausto. O sol se punha. Pastores robustos estavam guiando seus rebanhos para o poço. Mussa olhava para eles. O Horizonte ocidental estava avermelhado e com um tom alaranjado. Enquanto Mussa contemplava atentamente a natureza, sentiu seu esplendor invadir seu coração. Ele esqueceu suas dores e seu cansaço. Sua alma se fundiu aos átomos do vasto universo. Sua jornada, que durou um mês, fortaleceu sua fé. Fez seu coração se abrir para receber grandes verdades. Mussa ouvia o balido das ovelhas guiadas para o único poço no deserto. Os pastores gritavam. Eles competiam para chegar primeiro à água com seu rebanho. Mussa teve uma nova visão de opressão. Viu que os fortes chegavam primeiro a água. Quanto aos fracos, tinham que esperar. Tinham que suportar o sofrimento da espera e da amargura com paciência. Os robustos pastores enchiam os recipientes para seu rebanho.
Enquanto isso, duas jovens apareceram. Elas retinham seus rebanhos. Esperavam os pastores terminarem de dar de beber a suas ovelhas. Como de costume, Mussa correu para ajudá-las. Ele esqueceu da dor de suas pernas inchadas. Caminhou até elas e perguntou educadamente: “Qual é o problema?” As jovens responderam: “Não daremos água a nosso rebanho até que os pastores retirem suas ovelhas e nosso pai é um ancião.” Mussa estava muito cansado e faminto, entretanto, a hombridade havia criado uma grande força em seu coração. Ele pegou o balde e o lançou dentro do poço. Os pastores ficaram de pé olhando para o forasteiro e seus músculos fortes. Mussa encheu o recipiente com água. Assim, as jovens deram de beber a seu rebanho. Elas estavam contentes. Naquele dia chegariam cedo em casa. Seu pai, o ancião, era o Profeta Shu’aib (A.S.). Ele viu suas filhas chegando mais cedo. Ele perguntou surpreso: “O que aconteceu?” Uma das filhas respondeu: “Um bom rapaz veio a nós. Eu acho que é um forasteiro. Ele teve pena de nós e ajudou-nos a dar de beber ao rebanho.” A outra acrescentou: “Pai, ele parecia estar exausto e faminto.” O pai disse: “Filha, peça a ele que venha à nossa casa para receber seu pagamento.”
A Misericórdia de Deus
Mussa havia voltado para o seu lugar. Estava faminto, assim sendo, olhou para o céu e disse: “Meu Senhor , em verdade me encontro em necessidade de todo o bem que possas me enviar.” Mussa desejava ao menos uma tâmara para acalmar sua dolorosa fome. Deus, o Glorioso, atendeu sua prece. A filha de Shu’ayb veio até ele, caminhando acanhada. Ela parou perto dele e disse educadamente: “Meu pai te convida para te recompensar por teres nos ajudado .” Mussa aceitou o convite daquele homem generoso (Shu’ayb), assim, acompanhou a jovem até a casa de seu pai. Antes de comer, Mussa agradeceu a Deus, o Glorioso, por ter atendido sua prece. Mussa contou a Shu’ayb sobre o Faraó do Egito que oprimia seu povo. Shu’ayb acalmou seu convidado, dizendo: “Não tenhas medo. Estás seguro dos injustos . O Faraó não governa está terra.”
O Forte e o Fiel
Shu’ayb gostou de seu hóspede. Mussa sempre mencionava Deus, o Glorioso, antes de depois de cada coisa. Shu’ayb adorava Deus, portanto, amava os crentes. Mussa contou a Shu’ayb que pertencia aos descendentes de Ya’qub e de Abraão, o “amigo de Deus.” Assim, Shu’ayb se afeiçoou a Mussa. Shu’ayb soube que Mussa era fiel. Se conscientizou disso durante uma conversa familiar quando sua filha disse: “Meu pai, empregai-o. É melhor que empregues alguém que seja forte e fiel.” Shu’ayb perguntou a sua filha: “Conhecemos sua força. Como sabes de sua fidelidade?” Ela respondeu: “Quando fui a ele para convidá-lo à nossa casa, baixou a cabeça e não olhou para mim. Pediu-me que caminhasse atrás dele e mostrasse o caminho.” Na presença de sua filha, Shu’ayb disse a Mussa: “Desejo que desposes uma de minhas filhas.” Mussa era um homem pobre, portanto, ficou calado por acanhamento. Porém, Shu’ayb disse: “Deverás pastorear meu rebanho por oito anos. Se quiseres fazê-lo por dez anos, estarás nos prestando um favor. Não desejo tornar o casamento difícil para ti, ao contrário, levarei teus direitos em consideração.” Com delicadeza, Mussa respondeu: “Será um acordo entre nós, os termos do qual cumprirei. Não haverá nenhum malefício para mim. E Deus é testemunha do que aqui dizemos.”
A Volta para a Terra Natal
Mussa se casou na terra de Madyan. Se estabeleceu ali, entretanto, não esqueceu o povo oprimido no Egito. Não obstante, começou a desempenhar seu trabalho ativa e sinceramente. Ele pastoreava o rebanho. O levava às pradarias, colinas e vales, e depois o trazia de volta ao fim do dia. Mussa nunca molestou os pastores. Escolhia para o seu rebanho paragens verdejantes e então observava atentamente as criaturas a seu redor. Ele aprendeu muitas coisas: sabia como pastorear o rebanho nos campos. Ele vigiava e protegia as ovelhas dos lobos. O rebanho não sabia o que fazer, atendiam o cajado do pastor. Quando olhavam para o pastor sentiam-se seguras e pastavam em paz. Como era bela a vida naqueles campos de pastagem. Mussa sempre glorificava a Deus. O sol se punha. Cruzava o céu tingindo cores vivas no horizonte e em seguida se punha. A alma de Mussa estava repleta de humildade para o Todo-Poderoso Criador. Assim, Mussa sentia que o Faraó era pequeno e insignificante. Perguntava a si mesmo: “Porque esta frágil criatura, o Faraó, afirma ser um deus ?” Os fracos no Egito temiam o Faraó. Fingiam adorá-lo. Os anos se passaram desta maneira, Mussa viveu em Madyan por dez anos. Ele chegou aos quarenta anos de idade. Sua experiência de vida aumentara. Quando Mussa cumpriu todas suas obrigações, ele quis retornar ao Egito. Sentia que tinha uma tarefa e devia cumpri-la. Num anoitecer de inverno, enquanto o povo de Madyan estava sentado ao redor de suas fogueiras, Mussa disse a Shu’ayb: “O acordo entre nós terminou. Eu devo retornar ao Egito.” “Pedirei a Deus, o Glorioso, que o proteja da maldade do Faraó,” disse Shu’ayb, “Deus concederá a vitória a ti sobre o Faraó, pois tu segues a senda reta .”
Numa linda manhã, Mussa pegou seu rebanho, deixou a terra de Madyan seguindo na direção do Egito. Ele não se esqueceu do Egito naqueles anos todos. Não esqueceu do povo oprimido de lá. Pensava numa maneira de salvar os egípcios da opressão e da ignorância. O povo do Egito tinha se afastado da religião de Abraão, de Ya’qub e de Yussuf. Tinha se esquecido que Deus era o Único Senhor dos mundos e que o Faraó era apenas um ser humano. Quando o homem se esquece de Deus, teme a tudo. Quando crê em Deus e teme somente a Ele, se torna livre e corajoso. Assim , os opressores o temem.
O Chamado Divino
O deserto era muito extenso. Mussa Ibn Imran, na idade de quarenta anos, deixou Madyan para voltar ao Egito. Ele estava cheio de temor quando deixou o Egito só. Viveu na terra de Madyan por dez anos. Se casou, tinha uma família e um rebanho de ovelhas. Agora estava conduzindo seu rebanho para retornar à sua terra natal. Quando Mussa estava atravessando o deserto viu pequenas montanhas à distância. O vento invernal soprava e fustigava a face de Mussa. Enquanto caminhava, protegia seu rebanho com seu cajado. Ele trajava vestes de tecido grosseiro pois sua natureza amava a humildade e a vida simples. Por isso, Mussa abominava o Faraó Minfitah, que trajava roupas de linho adornadas de ouro. Mussa estava então no meio do caminho, nas imediações da Montanha Tur, no Sinai. Escureceu e o vento frio do inverno soprava severamente. Mussa estava confuso pois tinha se perdido no caminho. A esposa de Mussa tremia de frio. Mussa olhava em todas as direções para encontrar o caminho. De repente, uma luz brilhou na direção da Montanha At’Tur. Mussa viu um fogo flamejando à distância, assim, disse a sua esposa: “Eu estou vendo fogo. Fique aqui até que eu traga um tição daquela fogueira para nos aquecer. Eu encontrarei o caminho.” Mussa disse isso e em seguida tomou a direção do fogo flamejante na escuridão. Pouco a pouco ele se aproximou do lugar, mas não encontrou ninguém por perto. Lá, encontrou uma árvore queimando, mas não havia ninguém para que pudesse se informar sobre o caminho para o Egito. Que maravilhoso lugar era aquele! Mussa sentiu que o lugar estava completamente silencioso e calmo. Não havia nenhum vento ou frio ali. O lugar estava tão calmo que Mussa ouvia o som de seu cajado batendo no chão. De repente, Mussa ouviu uma voz. A voz disse a ele: “Tira tuas sandálias. Estás no vale sagrado de Tuwa.” Mussa sentiu medo. Tirou suas sandálias e ficou curioso sobre quem tinha falado. Então ele ouviu a voz dizendo: “Mussa. Eu sou Deus, o Senhor dos Mundos.” A voz arrebatou o coração de Mussa., ele prostrou-se a Deus. As palavras penetravam em seu coração como a luz penetra na água límpida de um lago. Então, Deus ordenou a Mussa: “Mussa, lança o teu cajado.” Mussa obedeceu a Deus e lançou o seu cajado no chão. Uma coisa assustadora aconteceu então. O cajado se transformou numa temível serpente. A serpente começou a rastejar, Mussa assustado, caminhou para trás. Ele ouviu a voz chamando-o do lado direito do vale: “Mussa, venha! Não tenhas medo! És um dos protegidos! Não tenhas medo, pois os Mensageiros nada temem!” Uma maravilhosa luz iluminou o coração de Mussa. Ele sentiu paz e tranquilidade, pois era um Mensageiro de Deus. A voz disse a Mussa: “Ponhas a tua mão em teu bolso e ela sairá branca!” Mussa pôs sua mão em seu bolso e a retirou , e ela tinha uma cor brilhante. Mussa olhou para sua mão. Viu que estava perfeita. Ele prostrou-se diante de Deus. Deus tem poder sobre todas as coisas. Nada pode limitar seu poder. Estes sinais são suficientes para os que crêem no poder de Deus, o Único. Mussa tentava afastar o seu medo. Assim, a voz disse a ele: “Ponha a tua mão sobre o teu peito.” Mussa obedeceu e então sentiu seu coração inteiramente calmo. Deus disse, ordenando a Mussa para que propagasse sua Mensagem: “Vá ao Faraó, ele se tornou um tirano .” Então, Mussa teria que lutar contra os opressores. Teria que aconselhar o Faraó a abandonar sua hostilidade e arrogância e submeter-se a Deus, o Senhor dos Mundos. Mussa pediu a Deus para que enviasse alguém para auxilia-lo em sua tarefa e disse também: “Meu Senhor, eu matei um homem deles. Portanto, temo que me matem.” Mussa lembrava do que havia acontecido dez anos antes. O Faraó jamais esqueceria aquilo. Ele nutria a maldade em relação à Mussa. Tentaria agarrar a oportunidade para matá-lo. Mussa pediu a Deus, dizendo: Meu Senhor, meu irmão Harun é mais eloquente que eu. Permita que ele me ajude e tome parte em minha Mensagem. Se eu for só, me acusarão de estar mentindo. Desejo alguém para apoiar-me e confirmar minha Mensagem.” Deus, o Glorioso, atendeu o pedido de Mussa, e disse a ele: “Fortaleceremos a tua mão com teu irmão. Daremos a ambos uma autoridade, de modo que não vos atingirão. Ide com nossos sinais. Vós e aqueles que vos seguirem triunfarão.” “Mussa, não temas. Estarei contigo. Eu o ouço e o vejo. Ide ambos ao Faraó, que se tornou um transgressor. Então faleis a ele com boas palavras. Quiçá raciocine ou tema.” Em seguida, o silêncio voltou ao Vale Sagrado. O fogo ardente desapareceu. Mussa voltou à sua família, que o esperava. Mussa voltou carregando a tarefa da Grandiosa Mensagem de Deus. Ele encontrou o caminho para o Egito. Por isso, caminhava rápido, batendo seu cajado nas areias do deserto.
A Confrontação
Mussa tomou a direção do sul da capital Mumfis, onde os filhos de Israel viviam. A opressão havia aumentado. A tortura aos filhos de Israel se agravara. Mussa voltou para eles. Anunciou-lhes a boa nova sobre a Mensagem de Deus. Prometeu que os salvaria da opressão. Os filhos de Ya’qub temiam o Faraó, Porém, se sentiam esperançosos. Harun prestou apoio a seu irmão. Mussa ficou mais confiante quando percebeu que havia alguém para apoiá-lo e ajudá-lo. Harun era eloqüente. Quando falava, o fazia em nome da justiça e da verdade. Não temia a ninguém senão Deus. Por isso Mussa pediu a Deus para que fizesse Harun tomar parte na Mensagem. Mussa queria que seu irmão o auxiliasse, que trabalhassem juntos, para abalar a opressão, destruir a maldade e propagar o bem e a justiça.
Mussa e Harun decidiram ir ao palácio do Faraó, fora da cidade. Eles caminharam pela margem do Nilo em direção ao norte. Mussa se apoiava em seu cajado. Ambos trajavam túnicas de lã. Eles avistaram o palácio ao longe. O lugar era magnífico. Seus muros eram construídos de pedras cuidadosamente revestidas de madeira. Quanto ao seu piso, era revestido de mármore. Seu mobiliário era feito de marfim e ouro. Mussa e Harun adentraram o palácio e chegaram a corte real. Ali sentava-se o Faraó num trono de ébano revestido de ouro. Na mão do faraó havia um cetro decorado com ouro e pedras preciosas. Mussa saudou o Faraó de modo cortês, muito embora este o tenha recebido com sua conhecida altivez. O Faraó não prestou atenção à luz que saía dos olhos de Mussa. Não levou em consideração sua humildade e simplicidade. Não atentou para seu forte caráter quando se colocou diante dele corajosamente. Olhou apenas para suas roupas de lã. Comparou as roupas de Mussa e suas próprias vestes de linho decoradas com ouro. Também comparou suas próprias mãos cheias de braceletes de ouro com as mãos de Mussa. Por isso olhou para Mussa com arrogância. O Faraó não estava só. Com ele estavam seu ministro Haman e os seus conselheiros e oficiais. O Faraó reparou atentamente em Mussa. Mussa tinha fugido dez anos antes do Egito e agora retornava com firmeza de fé. “Mussa, tu vieste? “perguntou o Faraó. “Sim,” respondeu Mussa, “Trouxe a ti, o bem deste mundo e do outro.” “O que queres dizer? “perguntou o Faraó. “Deus enviou-me para que tu o sirvas.” respondeu Mussa. “Deus?” perguntou novamente o Faraó. “Deus é o Senhor dos mundos.” respondeu Mussa. “Ele é o Nosso Senhor e o senhor de nossos antepassados.” O Faraó olhou surpreso para os seus conselheiros de estado e então perguntou: “Ouvistes isso?” Mussa acrescentou: “Ele (Deus) é o Senhor dos céus e da terra e de tudo o que há entre eles.” O Faraó olhou zangado para os seus conselheiros e disse de modo zombeteiro: “Decerto seu mensageiro é louco!” Hamam inclinou-se diante do Faraó e se dirigiu a Mussa dizendo: “Tu estás falando sobre perigosos pontos de vista. Todas as pessoas adoram o Faraó e se prostram diante dele. Os filhos de Israel também o adoram. O deus do Egito é o Faraó.” Harun respondeu calmamente: “O Faraó não é um deus.” Então, Mussa disse: “Apenas Deus é o Senhor que devemos servir. É ele quem criou o mundo e a vida. É Deus quem criou as nuvens e envia as chuvas do céu. É ele quem criou as árvores.” Tentando sobrepujar a Mussa, o Faraó disse: “Mussa, tu esqueceste de muitas coisas. Esqueceste que nós o criamos quando eras um bebê.” Mussa disse: “Tu assassinaste os filhos de Israel. Torturaste os homens e escravizaste as mulheres. Isto não é um favor. Já que fizeste os filhos de Israel adorarem a ti.””E quanto ao pecado que cometeste quando fugiste do Egito?” perguntou o Faraó. “Aquilo aconteceu por acidente,” respondeu Mussa, “Eu não tinha a intenção de matar aquele homem. Fugi do Egito pois tu estavas tramando contra minha vida. Deus, o Glorioso, escolheu-me como um Mensageiro a ti. Portanto enviou-me aos filhos de Israel para que tu não mais os tortures.” O Faraó cheio de ira, gritou: “Mussa, não tens o direito de dizer tais coisas. Estás falando sobre questões que nenhum homem sensato pode acreditar! Ninguém pode acreditar que exista um deus que tenha autoridade sobre todas as coisas! Existe alguém que seja capaz de abandonar todos os deuses? Quem tu és?Olha para tuas vestes gastas! Tu não vestes nada digno de ser apreciado. Mussa, ouça-me! Se tu escolheres um deus senão a mim, eu o lançarei num cárcere escuro!” Mussa disse: “Eu te darei uma prova da fidelidade de minha mensagem e de minhas palavras.” O Faraó disse com arrogância: “Uma prova? Qual é a tua prova, Mussa? Dê-me a prova se és veraz! ” Mussa não fez mais nada, exceto colocar seu cajado diante do Faraó. De repente, algo prodigioso ocorreu e assustou o Faraó e sua corte. O cajado de Mussa se transformou numa temível serpente. A serpente começou a rastejar sobre o piso de mármore. O Faraó ficou imóvel e sua face empalideceu. O silêncio dominou o recinto. Não se ouvia som algum exceto o som do rastejar do réptil. Todos viram pela primeira vez o arrogante Faraó quase a ponto de fugir da serpente. O Faraó viu Mussa caminhar na direção da serpente e agarrá-la. Mussa tocou-a e ela transformou-se de novo no cajado. O Faraó estava cheio de maldade. Sentia que seu trono estava em perigo, assim, disse para si mesmo: “Mussa tem uma poderosa arma, o que farei?” O Faraó fingia que o que tinha acontecido tinha sido mera magia. Mussa compreendeu isso, portanto, colocou sua mão em seu bolso e em seguida retirou-a. Sua mão brilhava e iluminava o lugar. Aquilo era um sinal extraordinário. O Faraó não era tolo, quando viu o que tinha acontecido, porém, era arrogante. Ele não pensava sobre nada senão em seu trono e seus interesses. Caminhou até Mussa e perguntou: “O que desejas?” Mussa respondeu da maneira própria dos profetas: “Quero que tu libertes os filhos de Israel para que eu os conduza, basta o que eles sofreram de tortura, humilhação e escravidão.” O Faraó disse para si mesmo: “Se eu entregar os filhos de Israel para Mussa, perderei todos os trabalhadores que me servem sem remuneração. Enquanto que Mussa formará um grande exército para ameaçar minha autoridade e meu trono. Prefiro mantê-los como prisioneiros de guerra e utilizá-los no trabalho pesado.” O Faraó quis intimidar os seus conselheiros e incitá-los contra Mussa, assim, ele gritou: “Mussa é um feiticeiro, ele deseja tirar-vos de vossa terra com sua magia.” Os homens da corte olharam surpresos para Mussa, então Haman disse a ele: ” Mussa, existem muitos magos habilidosos para fazer coisas assombrosas. Tu és um deles! Sempre tramaste contra os egípcios a fim de bani-los da terra do Egito. Trarei a ti magos mais poderosos que tu! Portanto, devemos marcar o dia .” Mussa respondeu com calma e fé: “Que seja na manhã do dia de celebração, de modo que o povo do Egito possa comparecer.”
A Derrota dos Magos
O Faraó planejava derrotar Mussa. Pensava que havia muitos magos que poderiam fazer coisas extraordinárias. Então, o Faraó informou o povo do Egito que no dia do Festival testemunhariam uma competição inédita entre magos. Os magos vieram de todos os lugares. Eram temíveis pois tinham longas cabeleiras, cordas e cajados em suas mãos. O Faraó imaginava que os magos salvariam seu trono daquela ameaça, assim, disse a eles: “Mussa alega que existe outro deus além de mim. Desafiou-me com sua mágica. Se o vencerdes eu vos farei conselheiros do Estado.” Um dos magos perguntou ao Faraó: “Nos recompensará, caso o derrotemos?” “Sim,” respondeu o Faraó, “Darei a vós uma grande quantidade de ouro e jóias. O povo se reunirá amanhã de manhã. Amanhã será o dia de Celebração. Desejo que façais uma mágica prodigiosa.” Os mais destacados magos disseram: “Ó Majestade, juramos por teu poder que derrotaremos a Mussa.” O Faraó achou que derrotaria Mussa através da magia.
O sol nasceu e brilhou sobre o Nilo. A água brilhava correndo para o norte. Aquele era um dia alegre pois se comemorava o Festival ou o dia do Ornamento. O povo se vestia com roupas novas e saía à rua. O dia estava movimentado já que assistiriam uma competição entre os magos. O Faraó tinha reunido os maiores magos para enfrentar Mussa e Harun. Algumas pessoas achavam que a vitória dos magos sobre Mussa e Harun seria a vitória dos egípcios sobre os filhos de Israel. Quanto ao povo oprimido, queria que Mussa derrotasse os magos para se vingarem do Faraó, que os tinha oprimido. De sua parte, Mussa e Harun pensavam que derrotariam a descrença, o milagre divino derrotaria os magos, a verdade derrotaria a falsidade. Milhares de pessoas vieram de todos os lugares para assistir a grande competição entre os magos. Os soldados e os guardas se alinharam e então os magos chegaram. Os soldados e os guardas saudaram os magos e o povo se inclinou diante deles. O povo naquele tempo acreditava na magia e os seus praticantes tinham um poder religioso sobre o povo. Mussa e seu irmão Harun chegaram trajando roupas de lã. Mussa carregava seu maravilhoso cajado em sua mão. O silêncio dominou o lugar. Os magos trocaram olhares entre si. Achavam que poderiam derrotar Mussa e seu irmão e que ganhariam ouro, glória e altos postos na corte. Enquanto isso, o som de uma trombeta quebrou o silêncio para anunciar a chegada do Faraó e sua corte. Mimfitah, o Faraó, veio sentado em seu trono real de ouro, carregado por soldados e rodeado de sua guarda pessoal. O povo, os soldados, os líderes e os magos se prostraram diante dele. Todos se prostraram, exceto duas pessoas, Mussa e seu irmão Harun, que não se prostravam a ninguém senão a Deus. O Faraó sentiu seu coração cheio de maldade. Ele decidiu castigar severamente a Mussa e a ensiná-lo a se prostrar ao Faraó, o soberano do Egito. O lugar silenciou outra vez. Todos os presentes aguardavam pelo início da competição entre Mussa e os magos. O líder dos magos disse a Mussa: “Mussa, lança o teu cajado, que nós lançaremos os nossos!” Mussa respondeu: “Eu não sou um mago. Eu vos alerto para o que ireis fazer. Em verdade, Deus vos castigará por vossas ações falsas”. Os magos perguntaram: “Quem lançará seu cajado primeiro?” Segurando com força seu cajado, Mussa respondeu : “Lançai vós , primeiro!” Os magos lançaram muitas cordas e cajados. Começaram a proferir palavras ininteligíveis e a fazer movimentos bizarros. Uma atmosfera assustadora dominou o lugar. Todos os que assistiam tiveram a ilusão que o chão estava repleto de serpentes. O Faraó olhou para os magos. Mussa não temia as serpentes, porém, temia que o povo acreditasse ainda mais na magia. Haman saudou os magos e ordenou que os soldados os aplaudissem. Deus, o Glorioso, inspirou seu servo, dizendo: “Não tenhas medo, em verdade tu és superior, lança pois o que está em tua mão direita .” Mussa olhou para o céu límpido e em seguida lançou seu cajado. Algo inesperado aconteceu. O cajado de Mussa se transformou numa grande serpente. A serpente rastejou e começou a devorar todas as cordas e os cajados, todas as serpentes imaginárias . Os magos trazidos pelo Faraó estavam entre os maiores do Egito. Não havia nenhum que fosse mais habilidoso que eles na magia e no ilusionismo, assim eram familiarizados com os princípios da prática mágica. Na verdade, as cordas e os cajados não se transformaram em serpentes. Ao invés disso, o que aconteceu foi que as pessoas foram levadas a imaginar que viam serpentes, pois os magos usaram de sua habilidade sobre elas.
Os magos viram o que Mussa fez. Viram seu cajado se transformar realmente numa serpente que rastejou e devorou seus cajados e cordas, de modo que, se prostraram a Deus e compreenderam que Mussa não era um mago como o Faraó tinha dito. Compreenderam que Mussa era um Mensageiro de Deus, o Senhor dos mundos. Por isso, todos os magos se prostraram a Deus e disseram com convicção: “Cremos em Deus, o Senhor dos mundos, o Senhor de Mussa e Harun”. Minfitah, o Faraó, estava a ponto de explodir de raiva e de sentimentos de maldade. A prostração dos magos a Deus e não ao Faraó significava que Mussa havia derrotado o Faraó e que o prodígio de Mussa tinha prevalecido sobre a magia. O Faraó sentia que seu trono estava em perigo, assim, ele gritou aos magos de modo ameaçador: “Credes nele sem que eu vos autorize? Eu sei que o aconteceu. Mussa foi quem vos ensinou a mágica! Eu vos castigarei duramente! Matarei a todos! Vos crucificarei nos troncos de palmeiras! Farei com que outros aprendam a lição convosco!” Todos os magos acreditaram firmemente em Deus num só momento, de modo que disseram numa única voz: “Não tememos a tua ameaça! Foi tu que nos forçaste a praticar a magia! Então, vimos o prodígio de Mussa com nossos próprios olhos! Sabemos pois que o verdadeiro Senhor é Deus! Quanto a ti, és uma pessoa como nós! Doravante, não mais nos prostraremos diante de ti !” Enraivecido, o Faraó disse: “Sabereis quem é mais forte! Eu vos matarei!” Os magos responderam corajosamente: “Não escolheremos nada senão a fé em Deus, o Deus Único, o Senhor dos céus e da terra! Deus perdoará nossos pecados! Enquanto tu, não nos fará nada exceto nesse mundo transitório! E a vida eterna, será para nós e para todos os que crerem.” Um dos magos se voltou para o povo e disse: “O que Mussa fez não foi magia, mas sim, um prodígio de Deus.” O Faraó ordenou a seus guardas para que prendessem os magos. Assim, os guardas os levaram para o pátio de execução. Alguns dos que viram o milagre de Mussa, ocultaram sua fé em Deus. Um homem chamado Hizqal, parente do Faraó, acreditou na mensagem de Mussa. Asyah, a esposa do Faraó, também acreditou.
Naquele dia, o povo se dispersou e voltou para suas casas. Elas comentaram sobre o milagre de Mussa. O povo do Egito e os filhos de Israel sabiam que Mussa e Harun enfrentaram o Faraó e conclamaram o povo a adorar a Deus, o Deus Único. Sabiam que o Faraó era incapaz de vencer Mussa e Harun, portanto, admiraram a brava atitude deles. Mussa tinha a intenção de salvar os filhos de Israel da humilhação e da escravidão. Queria conduzi-los a um lugar distante do Egito de maneira que pudessem servir a Deus longe da opressão dos faraós. Contudo, Minfitah, o Faraó, sempre se recusava a entregar os filhos de Israel a Mussa, pois pensava que perderia muitos escravos que trabalhavam de manhã à tarde sem qualquer remuneração. Nesse tempo, Mussa se tornou o líder dos filhos de Israel. O povo oprimido considerava Mussa como aquele que os salvaria da opressão, da exploração e da escravidão. Mussa vivia com seu povo no sul da capital Mumfis. Vivia em meio aos bairros pobres da cidade. Dali ele liderou a resistência ao Faraó. Muitas histórias emocionantes tiveram lugar neste período. Dentre elas há uma história singular: a história do fim de Qarun, que se rebelou contra Mussa e que foi iludido por seus tesouros e seu ouro. Qual foi a história de Qarun e como foi o seu fim?
O Conflito
A derrota da magia diante do milagre do Profeta teve um grande efeito sobre o povo do Egito, que anunciava sua fé em Deus. O Faraó, que era arrogante e teimoso, planejava impedir as tentativas de Mussa no sentido de propagar a religião da Unicidade Divina. Algumas pessoas da família do Faraó apoiavam Mussa. Dentre elas, Asyah, a esposa do Faraó. Ela anunciou sua fé na mensagem de Mussa, de modo corajoso. Minfitah, o Faraó, era egocêntrico. Amava apenas a si próprio. Por isso, não respeitou sua esposa, a Rainha do Egito, tampouco teve clemência dela. O Faraó intimou sua esposa e ameaçou-a, porém, ela não recuou em sua fé, assim, o Faraó ordenou a seus guardas que a punissem cruelmente. Contudo, Asyah, que possuía fé, olhou para o céu e disse: “Senhor meu, edifica-me uma casa no Paraíso e salva-me do Faraó!” Asyah foi torturada até a morte e adentrou o Reino dos Céus. Ela morreu como mártir em razão de sua fé em Deus. Quando o Faraó soube de sua morte, ficou triste. O Faraó castigava os filhos de Israel com crueldade e assassinava os crentes. Os oprimidos filhos de Israel vinham chorando a Moisés e diziam: “O Faraó tem nos castigado por muitos anos e continua agora a nos castigar!” Pedindo para que tivessem paciência, Mussa dizia: “Pede socorro a Deus! A terra pertence a Deus. Ele concede a seus servos tudo o que desejam. Garanto a vós que os crentes triunfarão no final.”
O Faraó planejava assassinar Mussa. Achava que se o fizesse, seu trono estaria seguro. Existia um homem crente da família do Faraó. Este homem mantinha sua fé em segredo. Ninguém sabia que este egípcio, que era um dos nobres da corte, acreditava na mensagem de Mussa. Ele fingia que visitava os templos. Não dizia nada contra o Faraó, entretanto, apoiava Mussa e a religião de Deus. Quando descobriu um plano contra a Religião de Deus e de seu Profeta, ele enfrentou isso com inteligência. Um dia, o Faraó teve uma reunião com os seus conselheiros e oficiais. O homem estava presente. O Faraó discutia com seus conselheiros um modo de assassinar Mussa. Alguns concordaram com ele, outros se mantiveram em silêncio. Quanto ao homem crente, alertou-os sobre o resultado de tal medida, dizendo: “Por que matar uma pessoa que não tem outra culpa senão a de ter acreditado em Deus? Sua mensagem não é falsa. Ele vos deu prova disso. Acaso vos esquecestes de seu cajado? Que ele derrotou os magos? Que ele vos salvou das enchentes, dos sapos e dos gafanhotos? E acrescentou: “Pedistes a ele muitas vezes que vos salvasse desses desastres. Prometestes crer em sua Mensagem. E quando ele vos salvou, retornastes a vossa teimosia!” “Eu temo que Deus os castigue. Que vosso final seja semelhante ao do povo de Noé, ‘Aad e Thamud. Temo que Deus vos castigue no dia do Juízo.” “Não sei porque duvidais da religião de Deus. Duvidastes antes da Mensagem de Yussuf. Quando Yussuf morreu, dissestes que Deus não enviaria um profeta depois dele. Não desejais seguir a senda reta. Por isso, Deus não guia o povo que segue a senda do erro!”
As palavras de Hizqal foram efetivas. Alguns dos presentes ficaram calados, outros olharam para o Faraó. O faraó voltou-se para seu ministro Haman e disse: “Haman, quero que construa para mim uma torre muito alta , pois quero olhar para o céu para ver o Deus de Mussa . Acho que Mussa é um mentiroso.”
Haman saiu da reunião para cumprir a ordem do Faraó. Quando a reunião terminou os conselheiros e ministros estavam perplexos sem saberem o que fazer. Porém, o Faraó continuou tramando contra Mussa.
Qarun
Qarun pertencia aos filhos de Israel. Deus concedeu a ele uma grande riqueza. Qarun não era grato a Deus por seus bens e nem auxiliava os pobres. Ao contrário, era um homem arrogante. Qarun era rico, possuía muitos tesouros, ele foi iludido por seu ouro e sua prata, de modo que costumava tratar o povo comum com desprezo e orgulho. Ele imaginava que ouro e prata eram as fontes do poder. Qarun costumava vestir-se de modo semelhante ao do Faraó. Os crentes aconselhavam Qarun a abandonar sua arrogância e a não se deixar iludir por seu ouro, prata e riqueza. Diziam a ele : “Não te esqueças do Dia do Julgamento. Não te esqueças da outra vida.Age em prol de tua vida no além. Gastas algo de teu ouro e prata com os pobres. Agradeces a Deus por aquilo que te concedeu. Sejas bom com as pessoas como Deus tem sido bom contigo. Não espalheis a corrupção sobre a terra.” Porém, Qarun respondia com altivez: Eu juntei o que possuo com meu próprio esforço. Sei como ganhar dinheiro. Juntei minha riqueza com a minha habilidade e inteligência!”
Algumas pessoas gostavam dele, de modo que o obedeciam e desobedeciam o Profeta Mussa (A.S.). Tinham esperança que Qarun lhes desse algum dinheiro. Um dia, Qarun vestiu roupas adornadas com ouro e saiu caminhando orgulhosamente diante das pessoas. Algumas delas disseram: “Quão afortunado é! Quisera Deus tivéssemos o mesmo que foi concedido a Qarun!” Entretanto, os crentes disseram: “Ai de vós! A recompensa de Deus é preferível para o fiel que pratica o bem .” Mussa veio e aconselhou a Qarun: “Não espalhes a corrupção na terra. Não te iludas com teus bens e tua riqueza.” Todavia, Qarun era arrogante e nutria más intenções para com Mussa. Por isso, ele tramava contra o Profeta. Algumas vezes, o acusava de ser mentiroso. Reunia os filhos de Israel e espalhava boatos entre eles com falsas acusações contra Mussa. Mussa pediu a Deus que o punisse com severidade, assim, Deus se irou com Qarun, o arrogante. Uma coisa terrível aconteceu, o chão sob o palácio de Qarun tremeu. Qarun viu seu palácio estremecendo e ficou assustado. Ele quis escapar mas o chão se abriu e tragou-o. Naquele instante, Qarun, seu palácio e seus tesouros desapareceram. Porquanto, Qarun se tornou uma lição para as outras pessoas. Alguns o invejavam em razão de sua riqueza. Quando viram o seu destino, lamentaram e compreenderam que as boas ações são melhores do que os tesouros, pois as boas ações beneficiam o homem neste mundo e no outro. Quanto ao ouro, o orgulho, a arrogância e os bens, destroem seus possuidores.
A Salvação
O Faraó, o arrogante, entendeu que os seus conselheiros e os egípcios começavam a pensar sobre os milagres de Mussa, portanto, planejou destruí-lo e impedir que o Egito o seguisse. O Faraó ordenou que uma grande plataforma fosse instalada para ele na margem do Rio Nilo. Mandou que fizessem com que a água fluísse por baixo da plataforma e que anunciassem ao povo que ele faria um importante discurso. No dia marcado, os soldados e os guardas se alinharam ao longo dos dois lados do caminho que levava a plataforma. O trono dourado foi colocado na plataforma. Os adivinhos se posicionaram em cada um dos lados do trono. O povo compareceu e olhou admirado para o trono dourado. Depois de uma hora, o séquito do Faraó chegou. Desta vez, o Faraó estava em pé numa liteira carregada por robustos soldados. O Faraó trajava roupas de linho enfeitadas com ouro, jóias e pedras preciosas. Ele também ostentava uma cruz dupla que demonstrava que possuía o governo do Norte e do Sul do Egito. O Faraó ordenou ao séquito que caminhasse lenta e orgulhosamente. Ele saiu de sua liteira para a plataforma real e sentou-se em seu trono dourado. O povo o olhava com admiração. O Faraó iniciou seu importante discurso: “Eu sou o maior dos deuses do Egito. O Egito me pertence. Os rios correm abaixo de mim. Eu conduzo o país e o povo para a glória. Expulsei os inimigos e construí os diques no oeste de modo que o povo possa viver em segurança. Eu destruirei os inimigos do Egito, arruinarei os filhos de Israel, que são poucos, pois desejam expulsar-vos do Egito. Portanto, deixai-me matar Mussa e que ele suplique a seu Senhor!”
O povo estava muito agitado, assim, saudaram o Faraó, o maior dos deuses do Egito.
No dia seguinte, os soldados se prepararam para cumprir o plano do Faraó, com o objetivo de destruir os filhos de Israel. Os soldados que estavam armados com lanças tomaram bebês inocentes cujas mães choravam e os atiraram no Rio Nilo. Os crocodilos devoraram os bebês e suas mães choravam pedindo a ajuda de Mussa. Quanto aos homens, foram levados para trabalhar na construção de novas cidades. O infortúnio se intensificou, de maneira que os filhos de Israel olhavam para o céu e imploravam à Deus pela vitória sobre o Faraó. Portanto, Deus inspirou a Mussa para que durante a noite retirasse os filhos de Israel do Egito.
Numa noite, os filhos de Israel se preparavam para fugir do Egito. Mussa acreditava que Deus salvaria os crentes, assim, ele liderou seu povo em direção ao oriente. Os filhos de Israel cruzaram o Nilo e iniciaram sua perigosa viagem em direção ao Golfo de Suez. Mussa guiava seu povo através do mesmo caminho em que ele havia fugido para Madyan quando era um jovem de trinta anos. Enquanto os filhos de Israel atravessavam o caminho na direção nordeste, a capital Mumfis despertava para ser surpreendida com a fuga dos israelitas.
A intenção criminosa brilhou nos olhos do Faraó, então ele ordenou a seus soldados que avançassem em direção aos filhos de Israel e os perseguissem. O Faraó planejava cercá-los no deserto. Queria matar Mussa e Harun e trazer de volta os prisioneiros de guerra e escravizá-los em seu Reino. Assim, um grande número de bigas movidas por cavalos, tomaram a direção dos filhos de Israel , que acreditavam em Deus e em sua Mensagem. O chão era sacudido pelas patas dos cavalos e o movimento dos soldados. O próprio Minfitah, o Faraó, dirigia sua própria biga e liderava seu exército, que consistia de milhares de soldados.
O Mar se Abre
Dezenas de bigas surgiram ao longe. Corriam velozmente. Os Filhos de Israel se entreolharam e disseram: “Que terrível destino teremos! Morreremos nesta terra! Não temos esperança de salvação!” As crianças choravam, as mulheres gritavam e o pânico dominou-os. Os carros de guerra se aproximaram, então um dos filhos de Israel gritou: “Eles estão perto de nós!” Mussa olhou para o céu e disse: “Não! Meu Senhor está comigo! Ele me guiará!” Naquele momento crítico Gabriel desceu até Mussa portando as palavras de Deus: “Golpeia o mar com o teu cajado!” Mussa caminhou até o mar e de pé sobre uma rocha junto às ondas, golpeou a água azulada com seu cajado. De repente, uma coisa assustadora aconteceu, o mar se dividiu em duas partes, cada uma delas sendo como uma alta montanha, surgindo um longo vale entre elas. O sol iluminou pela primeira vez as areias do fundo do mar. Este foi um grande milagre. Mussa o operou por si mesmo? Não. Deus que operou este milagre com seu próprio poder sem limites. A água era como o sopé de uma montanha. Mussa e os filhos de Israel atravessaram o vale que dividia o mar em duas partes. Os filhos de Israel tiveram renovadas suas esperanças de serem salvos do Faraó opressor. Compreenderam que Deus os resgataria tal como Mussa havia prometido.
O Fim
Minfitah, o Faraó, e seu exército chegaram ao mar. Eles viram o grande milagre com seus próprios olhos, ainda assim não acreditaram em Deus e em seu mensageiro, Mussa. Quando Faraó viu os filhos de Israel atravessando aquele extraordinário caminho, o ódio brilhou em seus olhos. Ele chicoteou seu cavalo, de maneira que logo estava no encalço de Mussa e de seus seguidores. Os soldados fizeram o mesmo. Havia milhares de soldados que nada sabiam senão adorar o Faraó e cumprir suas ordens. Os filhos de Israel alcançaram a praia do lado oriental do Golfo de Suez. Eles pararam e olharam com ansiedade para o exército do Faraó que estava à meio caminho. Naquele momento, um outro milagre aconteceu: as águas do mar se fecharam. As duas montanhas de água se entrechocaram e houve um terrível estrondo! As imensas ondas vieram da direita e da esquerda avançando sobre os milhares de soldados agressores, que eram arrogantes na terra e não acreditavam na Mensagem de Deus.
O Faraó viu-se no meio das poderosas ondas. Sentiu sua pequenez e sua fraqueza. Seu falso sentimento de grandeza teve fim, e então ele gritou: “Eu acreditei que não há divindade senão Ele em Quem os filhos de Israel acreditam e sou um dos que se submeteram a Ele.”
Enquanto o Faraó engolia a água salgada, ouviu uma voz dizendo: “Qual! Pois! E deveras tu desobedeceste antes e foste um dos malfeitores!” “Durante aqueles longos anos tu empenhaste guerra contra a verdade e a justiça, escravizaste o povo, cometeste muitos massacres e negaste os sinais de Deus.” O Faraó compreendeu que enfrentaria um tristíssimo fim.
Então, ouviu a mesma voz dizendo: “Mas hoje preservaremos o teu corpo para que sejas um sinal para aqueles que virão depois de ti. Em verdade a maioria do povo está desatenta de nossos sinais.” O ventre do Faraó se encheu de água salgada e então as violentas ondas o tragaram e o carregaram até a praia. O tirânico Faraó e seus soldados cruéis se afogaram, então, Mussa e Harun se prostraram diante de Deus.
Mas, o que aconteceu depois disso? Qual foi o destino do cadáver do Faraó? O segredo permaneceu através de muitos séculos. Centenas de anos se passaram, o Alcorão revelou o fato e em seguida os monumentos históricos confirmaram-no.
As Múmias
As ondas carregaram o cadáver do Faraó para a praia. Com sua morte, um período de opressão terminou. Os egípcios daquela época mumificaram o cadáver de Minfitah, o Faraó. Eles carregaram sua múmia para o Vale dos Reis no sul do Egito e então o sepultaram num túmulo de pedra. Assim, o segredo permaneceu através dos tempos. Há um século, em 1898, um arqueólogo descobriu a múmia de Minfitah, filho de Ramsés II. No dia 8 de julho de 1907, as tiras que cobriam a face e o pescoço de Minfitah foram retiradas. Em junho de 1975, o governo egípcio autorizou que peritos legistas examinassem a múmia outra vez. Os legistas concluíram que o Faraó havia morrido por afogamento e que tinha sofrido graves ferimentos antes de morrer. Esta múmia confirma as palavras de Deus, o Glorioso: “AGORA CRÊS , AO PASSO QUE ANTES HAVIAS TE REBELADO E FOSTE UM DOS CORRUPTORES! PORÉM, HOJE SALVAMOS APENAS O TEU CORPO PARA QUE SIRVAS DE EXEMPLO À TUA POSTERIDADE. EM VERDADE, MUITOS NEGLIGENCIAM NOSSOS VERSÍCULOS.” (Alcorão C. 10, V. 91e 92)
A provação de nosso Profeta Mussa e de seu irmão Harun havia terminado? Não. O tirânico Faraó se afogou e os filhos de Israel chegaram em paz a terra firme. Contudo, o teste de Mussa (A.S.) não tinha terminado. Desta vez, ele começava sua luta contra os filhos de Israel, pois estes eram rebeldes, ignorantes e opressores, além disso, haviam se desviado da senda reta. Na terra do Sinai, onde viveram, muitas coisas aconteceram. Então, vamos ler. A História de Nosso Profeta Mussa continua .
No Sinai
Os filhos de Israel cruzaram o mar. O milagre encheu seus corações com o Poder de Deus. Jamais tinham visto semelhante milagre em suas vidas. Estavam surpresos de ver as águas estáticas como montanhas. Ficaram atônitos ao ver o fundo do mar, que era tomado de trevas transformado num longo vale onde o brilho do sol se refletia. Se houvesse um átomo de sabedoria no coração do Faraó, ele não teria adentrado aquele vale assombroso. Na verdade, a arrogância o cegara. Não refletiu sobre os sinais de Deus e os milagres de seu Mensageiro Mussa. Não pensou sobre o futuro de seu país e de seu povo. Milhares de soldados apenas sabiam adorar o Faraó e cumprir suas ordens. Nosso Profeta Mussa, Harun e os filhos de Israel ficaram parados contemplando o Faraó. Viram-no dirigindo sua biga e chicoteando seu cavalo. Assim, o corcel real correu velozmente e então as outras bigas o seguiram. De repente, as muralhas das águas cederam, as imensas ondas se chocaram e produziram um terrível estrondo. As ondas vieram de ambos os lados para destruir o Faraó opressor e seus soldados. O destino de Minfitah, o Faraó, foi ser arrebatado pelas ondas, que o destruíram e o tragaram, precipitando-o no fundo do escuro mar. Os filhos de Israel viram o maior milagre da história da humanidade. Viram com seus próprios olhos o Poder Absoluto de Deus. Naquela manhã, os crentes viram um cavalo tão branco como as nuvens. O cavalo quase não tocava a terra com suas patas, parecia flutuar no céu. Um dos filhos de Israel olhou a terra que as patas do cavalo branco tocaram. Ele pegou seu lenço, retirou um punhado de terra e embrulhou em seu lenço. Desejava ter a benção daquela terra.
Depois que o mar tragou o Faraó opressor e seu exército, tornou-se calmo. Os filhos de Israel ficaram felizes. Regozijaram sua salvação da opressão e da agressão e meditaram sobre um brilhante futuro e uma vida segura. Mussa conduziu-os numa marcha para a terra do Sinai. O teste de Mussa havia terminado? Ele havia conseguido salvar o seu povo da opressão, da agressão, dos trabalhos forçados, da tortura, do massacre e do aprisionamento. Os filhos de Israel viveram no Egito por muitos anos, de modo que estavam acostumados a adorar os ídolos e os Faraós. Por isso, Nosso Profeta Mussa tinha que ensiná-los como servir a Deus, o Deus Único, o Senhor de todas as coisas.
A Sede
Os filhos de Israel caminharam no deserto se aproximaram da área montanhosa situada no litoral do mar Vermelho, entre o golfo de Aqaba e o golfo de Suez. Eles ficaram sedentos e seus filhos choravam por água, assim, começaram a procurar por um riacho ou uma fonte de água. Estava muito quente. Os crentes se firmaram na fé na mensagem de Mussa e tinham absoluta confiança em Deus, porquanto, olhavam para Mussa e pediam a ele para que orasse a Deus pedindo água. Algumas pessoas temiam morrer de sede pois estavam caminhando numa terra árida. Os filhos de Israel eram doze tribos. Cada tribo caminhava em seu próprio grupo, porém todas elas caminhavam atrás de Mussa. Mussa se apoiava em seu cajado e possuía total confiança na misericórdia de Deus. Numa curva montanhosa, quando mulheres, crianças e velhos sofriam com a sede, um anjo desceu do céu e inspirou a Mussa: “Golpeia a rocha com teu cajado!” Então, Mussa caminhou em direção da rocha no sopé da montanha e golpeou-a com o seu cajado. Algo milagroso aconteceu, abriu-se uma fenda na rocha e água fresca e pura jorrou dela. Doze fontes jorraram da rocha. Cada tribo dos filhos de Israel se encaminhou para sua própria fonte. Enquanto isso, nuvens brancas surgiam no céu e cobriam os raios de sol.
Os Ídolos
Os filhos de Israel se estabeleceram numa vasta área. A caminho daquele lugar, encontraram algumas pessoas caminhando ao redor de ídolos, pronunciando invocações ininteligíveis e observando ritos pagãos. Alguns dos filhos de Israel disseram a Mussa: “Faze um deus para nós, como os deles.” Nosso Profeta Mussa indignou-se com aqueles que tinham visto o Poder de Deus e procuravam por ídolos para cultuar, em lugar de Deus. Tentando ensinar a eles a religião de Abraão, Mussa (A.S.) disse: “Sois ignorantes!” e acrescentou: “Aqueles pagãos seguem falsos ritos. Por que pedís a mim para que vos guie a um outro deus senão Deus, que vos preferiu à toda a humanidade?”
Os filhos de Israel viveram por muitos anos no Egito. (Desde que) abriram seus olhos, viram os egípcios adorando os faraós, os animais selvagens e ídolos. Por isso, desejavam adorar ídolos, embora afirmassem seguir a religião de Abraão, o amigo de Deus. Os filhos de Israel perguntaram a Mussa: “Como serviremos Deus e não o podemos ver?” Mussa respondeu: “Vós testemunhastes seus sinais. Ele vos salvou do Faraó e de Qarun. Vistes a água fresca jorrando da rocha.” Os filhos de Israel se calaram. Sabiam que as palavras de Deus eram verdadeiras, ainda assim foram teimosos.
O Maná e as Codornizes
Deus, o Glorioso, enviou aos filhos de Israel o maná, que era branco como a neve. O maná desceu do céu e caiu sobre os arbustos espinhosos, era um alimento adocicado. Pela manhã, os israelitas colhiam o maná e o comiam. As codornizes eram pássaros que voavam alto no céu. Deus desejou agraciar os filhos de Israel, de modo que fez as codornizes voarem mais perto e pousarem diante deles. Deus concedeu a eles segurança, água e comida, pois queria que acreditassem nele.
O Tempo Determinado
Em todas as ocasiões os filhos de Israel pediam a Mussa que os fizesse ver a seu Senhor. Eles costumavam ver os egípcios adorando seus ídolos, acreditavam apenas nas coisas materiais. Mussa desejava fortalecer a fé em seus corações, assim, ordenou que setenta homens o seguissem até o Monte At’tur. Mussa disse a seu irmão, Harun: “És meu sucessor sobre os filhos de Israel. Irmão, seguí a senda reta e não o caminho dos malfeitores.” Deus, o Glorioso, ordenou a Mussa que permanecesse no Monte At’tur por um mês. No tempo determinado, Deus falou a Mussa. Mussa disse com um coração humilde: “Meu Senhor, permita que eu o veja.” Deus, o Gloriosos, disse a seu apóstolo: “Tu não podes ver-me. Mas, olha para aquela montanha. Se ela permanecer em seu lugar, então tu me verás.”
Mussa se voltou para uma alta montanha. Um instante de espera se passou. De repente, algo terrível ocorreu. Uma fortíssima luz cobriu a montanha. Destrutivos raios faiscaram. O estrondo dos trovões foi terrível e então a montanha se desfez. O poder Divino destruiu aquela grande montanha. As rochas gigantes ruíram com tal força que sacudiram o solo sob os pés de Mussa. Mussa caiu no chão e desmaiou. Quando voltou a si, não encontrou a montanha. Portanto, ele viu o poder de Deus com seus próprios olhos. Compreendeu que as pessoas que crêem não podem ver a Deus com seus olhos, mas com seu coração. Mussa pediu a Deus para que transmitisse uma lei que regulasse a vida das pessoas e as tornasse felizes nesta vida e na outra. Deus estabeleceu um pacto com seu Mensageiro com suas Sagradas Palavras, de maneira que determinou um prazo superior a um mês. O que aconteceu depois que Mussa deixou seu povo, os filhos de Israel?
O Teste
Deus, o Glorioso, perguntou a seu Mensageiro :”Por que tu estás a frente de teu povo?” Mussa respondeu: “Eles me seguem. Venho à frente (na tua presença) pois desejo fazer a tua vontade.” Deus, o Glorioso, disse: “Teu povo apreciou o bezerro e Al Samiri o extraviou.” Os filhos de Israel comentavam que Mussa tinha ido embora à procura de seu Senhor. Um dos israelitas, chamava-se Al Samiri. No dia da travessia do mar, Al Samiri viu um cavalo celestial tocando a terra com suas patas. Ele viu a terra que tinha sido tocada, se mover, então apanhou um punhado dela e embrulhou-a em seu lenço. Quando Mussa partiu ao encontro de Deus para ouvir suas palavras, al Samiri aproveitou a oportunidade para fabricar um bezerro de ouro. Ele foi aos filhos de Israel e coletou ouro e ornamentos de prata, jóias, pedras preciosas e enfeites de ébano. Al Samiri disse a eles: “Farei um deus para que o adoremos como todas as tribos fazem.” Os filhos de Israel tinham vivido com os pagãos e foram influenciados por suas crenças, portanto concordaram com a opinião de Al Samiri. Al Samiri fabricou um bezerro de ouro e em seguida atirou a terra que tinha recolhido dentro da boca do ídolo. De repente, um som semelhante a um mugido saiu do bezerro de ouro. Al Samiri colocou o ídolo sobre uma pedra e reuniu os filhos de Israel e disse a eles: “Este é o nosso deus e o deus de Mussa.” Com isso, os filhos de Israel contemplaram humildemente o bezerro de ouro. Quando Harun descobriu aquela conspiração, veio aos filhos de Israel e disse: “Meu povo, estais sendo provados por meio deste bezerro. Vosso Senhor é o Misericordioso Deus. Seguí-me e obedecei a minhas ordens. O bezerro é um mero ídolo inútil. Ele não fala a vós e não pode resolver vossos problemas.” Os filhos de Israel não deram ouvidos ao conselho de Harun, além disso, disseram a ele: “Continuaremos a adorar o bezerro até que Mussa retorne.”
O Retorno de Mussa
Deus fez seu Mensageiro aguardar por quarenta noites e então entregou-lhe as tábuas da Lei. Deus, o Glorioso, escreveu seus ensinamentos e explicou sua Lei nas tábuas. Esclareceu aos filhos de Israel o caminho da felicidade terrena e da vida no além. Mussa (A.S.) retornou carregando as Sagradas Tábuas para seu povo. Ele tinha esperança que eles seguissem a lei de Deus. Deus, o Glorioso, tinha informado Mussa sobre o bezerro de Al Samiri. Tinha também avisado que os filhos de Israel tinham adorado o bezerro, assim, Mussa ficou irado. Mussa perguntava a si mesmo: “Por que os filhos de Israel adoram o bezerro que Al Samiri fabricou com suas mãos? Por que não obedecem a Deus, o Glorioso? Acaso não sabem que Deus deu-lhes a vida e o sustento? Não sabem que Deus envia profetas ao povo para tira-lo das trevas da ignorância , para guiá-lo a luz da fé?” À distância, Mussa avistou seu povo se prostrando diante do ídolo de ouro, de modo que ele ficou muito zangado. Ele atirou as tábuas no chão e caminhou na direção de seu irmão Harun. Mussa agarrou-o pela cabeça e gritou com ele: “O que fizeste, Harun? Por que permitiste que adorassem o bezerro? Por que desobedeceste minha ordem?”
Harun respondeu com amargura: “Eu os aconselhei. Disse a eles que o bezerro era um teste. Eles estavam prestes a me matar. Eu tentei afastá-los da adoração ao bezerro. Porém, temi que tu dissesses que eu tinha dividido os filhos de Israel e que eu não tinha aguardado por tua palavra e ordem.” Então Mussa se voltou para Al Samiri e disse: “O que há contigo, Samiri? Por que fabricaste um bezerro para os filhos de Israel? Desejas que adorem ídolos ?” Al Samiri respondeu: “Eu vi as pegadas de um anjo sobre a terra e peguei um punhado dela. Minha alma sussurrou o mal para mim, assim eu atirei a terra na boca do bezerro.” Mussa, irado, perguntou: “Este é o teu deus? Olha como eu o queimarei diante de ti! Os crentes juntaram lenha e a colocaram em volta do bezerro e atearam fogo, assim, o bezerro se reduziu à cinzas em poucos momentos. Nosso Profeta Mussa queria demonstrar aos filhos de Israel que os ídolos eram inúteis e que Deus tinha poder sobre todas as coisas. O fogo se apagou, o bezerro de ouro se tornou um punhado de cinzas, então Mussa e os crentes carregaram as cinzas e as atiraram ao mar. Então, os filhos de Israel viram as ondas levando as cinzas. Em seguida, Mussa disse a eles: “Em verdade, vosso Senhor é Deus. Não há nenhum deus senão Ele. Seu conhecimento abrange todas as coisas.” Então, ele disse a Al Samiri “Vai-te daqui, (tudo) o que dirás nesta vida será : Não me toques!””Passarás o reto de tua vida só, pois viverás cheio de remorso e Deus não quebrará sua promessa com respeito a ti.”
Os filhos de Israel que se prostraram ao bezerro, se voltaram em arrependimento a Deus. Compreenderam que se Deus não tivesse misericórdia deles e não os perdoasse os pecados , contar-se-iam entre os derrotados. Contudo, Deus perdoou seus pecados. Setenta pessoas dos filhos de Israel acompanharam Mussa ao Monte At’tur para testemunharem a revelação da Torah. Ali, os filhos de Israel pediram a Mussa para que lhes mostrasse Deus. Porém, Mussa alertou-os do destino dos descrentes. Disse a eles: “Os olhos não podem ver Deus.”
Entretanto, não aceitaram seu aviso, assim, a terra tremeu sob seus pés e eles foram tomados pelo medo. Raios cruzaram o céu. Atingiram os filhos de Israel e eles tombaram mortos. Pedindo perdão a Deus pelos pecados dos filhos de Israel, Mussa disse: “Meu Senhor, se tu quisesses, terias destruído a eles e a mim antes., nos destruirás por aquilo que os insensatos dentro nós cometeram? Tu és Nosso Guardião, portanto perdoa-nos e tende misericórdia de nós. Tu és o melhor dos perdoadores!” Mais uma vez Deus perdoou os filhos de Israel e deixou-os em paz, pois desejava purificar seus corações da descrença.
O Monte At’tur
Mussa retornou carregando a Lei Divina. Os filhos de Israel ficaram contentes com a Lei que visava guiá-los a uma vida feliz neste mundo e no outro? Não. Não ficaram contentes. A maioria deles rejeitou a Lei Divina porque esta queria que se comportassem bem. Eram egoístas. Não amavam nada senão eles próprios. Mussa pediu a seu povo que pusesse em prática a lei de Deus, porém, se recusaram a fazer isso. Mussa olhou para o céu. Ele estava perplexo, não sabia o que fazer com aquele povo rebelde. Algo terrível aconteceu. Todos os filhos de Israel se aperceberam que o topo do Monte At’tur estava prestes a desabar sobre eles. Ouviram o estrondo das rochas que se quebravam no topo da montanha. Os filhos de Israel então, se fizeram humildes, se submeteram a Deus e prometeram ao Mensageiro de Deus que observariam as ordens da Torah.
As Cebolas
Os filhos de Israel sempre pediam a Mussa coisas extraordinárias. Daquela vez eles pediram por cebolas. Disseram: “Ó Moisés. Não nos conformaremos com um só tipo de alimento! Roga a teu Senhor que nos proporcione tudo quanto a terra produz: suas hortaliças, seus pepinos, seus alhos, suas lentilhas e suas cebolas.””Estamos fartos do maná e das codornizes, queremos comer cebolas, assim, pede a teu Senhor que as envie a nós.” Não disseram: “Pede a Nosso Senhor”. Disseram: “Pede a teu Senhor, em nosso nome”. Não queriam dizer que Deus era o Senhor deles! Ainda assim, Mussa era bondoso com eles e Deus perdoou os seus pecados. Mussa disse a eles: “Trocareis o que é melhor para vós pelo que é pior?”
A Terra Sagrada
Deus, o Glorioso, desejava completar sua graça sobre os filhos de Israel, portanto, Mussa (A.S.) disse a eles: “Meu povo, entreis na Terra Sagrada que Deus prescreveu a vós.” Quando os israelitas ouviram isso, tiveram medo dos gigantes que viviam naquela região. Deus, o Glorioso, queria que os filhos de Israel libertassem aquela Terra Sagrada, de modo que seu povo adorasse somente a Ele. Contudo, os israelitas gostavam da vida confortável. Queriam obter tudo por meio de milagres. Com medo, disseram a Mussa: “Mussa, certamente há um povo forte nela e não entraremos lá até que este povo a abandone.” Queriam dizer: “Vá e expulse os gigantes da Terra Sagrada para que possamos entrar. Quando eles saírem , nós entraremos.” Apenas duas pessoas dos milhares de israelitas se levantaram e disseram: “Se cercardes a cidade e entrardes nela pelo portão, derrotareis os gigantes. Portanto, tendes fé em Deus e nele confieis.” Todavia, os corações dos israelitas estavam cheios de medo, de maneira que disseram a Mussa: “Mussa, jamais entraremos nela enquanto eles lá estiverem.” “Portanto, seguí tu e Teu Senhor, então luteis vós, pois aqui ficaremos sentados.” Mais uma vez os filhos de Israel desobedeceram o Mensageiro de Deus. E disseram ainda: “Se quiserdes lutar, que tu e teu Senhor sigam em frente e lutem”. Mussa ficou triste, então olhou para o céu e disse: “Meu Senhor, não tenho ninguém senão a mim e meu irmão, portanto faze uma separação entre nós e esta nação de transgressores.” Assim, Deus ficou indignado com os filhos de Israel, pois eles magoaram e desobedeceram o Profeta Mussa (A.S.).
A Perambulação
Deus decretou que os filhos de Israel deveriam perambular pelo Sinai por quarenta anos, então, eles tiveram que caminhar perdidos pelas areias do deserto. Viveram em diferentes lugares no deserto por um certo período.
A Vaca
Naquela época, algumas coisas aconteceram. Alguns desses acontecimentos tiveram lugar num mesmo dia. Um assassinato aconteceu durante a noite. O assassino carregou o cadáver e abandonou-o no meio de um caminho. Ninguém sabia quem era o assassino, então os filhos de Israel trocaram acusações entre eles e depois vieram até Mussa para que ele resolvesse o caso. Deus, o Glorioso, inspirou a Mussa para que dissesse aos israelitas que sacrificassem uma vaca. Mussa disse a eles: “Deus vos ordena sacrificar uma vaca.” Perguntaram a ele: “Acaso, zombas de nós?” Respondeu Mussa: “Eu não estou a zombar de vós pois não sou um ignorante! Deus vos ordena sacrificar uma vaca para dar vida a vítima, que vos informará sobre o assassino!” Como de costume, os filhos de Israel se demonstraram teimosos, não cumpriam imediatamente as ordens de Deus, assim, disseram a Mussa: “Roga a teu Senhor para que nos indique as qualidades da vaca (a ser sacrificada).” Mussa explicou a eles: “Deus diz: “Há de ser uma vaca que não seja nem velha, nem nova, de meia-idade portanto ide e cumpri o que vos foi ordenado.” Porém, os filhos de Israel não cumpriram a ordem de Deus. Pediram a Mussa: “Roga a teu Senhor que nos diga a cor da vaca.” Mussa respondeu: “Ele diz que tem de ser uma vaca de cor amarela, que agrade aos observadores.” Eles se foram e em seguida retornaram para dizer a Mussa: “Roga a teu Senhor que nos indique como deve ser, uma vez que todo o bovino nos parece igual”. Mussa disse: “Ele diz que tem de ser uma vaca não treinada para o labor da terra ou para a rega dos campos”. Então, os israelitas disseram: “Agora nos falaste a verdade.” E foram procurar uma vaca. Eles a encontraram com um órfão. Compraram-na do rapaz por um alto preço. Alguns dos israelitas a sacrificaram, pegaram parte de sua carne e golpearam o cadáver com isso. Todos presenciaram este milagre de Nosso Profeta Mussa. O homem que havia sido assassinado ressuscitou e informou aos filhos de Israel quem o havia matado. Disse: “O assassino é meu primo. Ele tirou minha vida para roubar meus bens, portanto Deus o revela diante de todos vós.” De novo, os israelitas testemunharam o poder de Deus. Viram com seus próprios olhos o milagre autêntico de Mussa e sua alta posição perante Deus. Também viram que Deus agraciou o jovem órfão recompensando-o com uma grande soma de dinheiro (pelo animal sacrificado). O jovem órfão era bondoso com seu pai. Um dia ele veio ter com seu pai a respeito de um assunto importante. Viu que ele estava dormindo e não o acordou, deixou-o dormir e foi embora. Quando o pai despertou e soube disso, deu a ele uma vaca de presente a seu filho. Deus quis pois, honrar o órfão em virtude de sua bondade para com o pai, assim, o milagre aconteceu. Sua vaca era exatamente a que Deus desejou usar para ressuscitar o homem que havia sido assassinado.
Al Khidr (Elias)
Naquele tempo, um outro evento ocorreu. Foi quando Deus ordenou a Mussa (A.S.) que fosse a costa marítima para instruir-se com um dos seus servos fiéis. Mussa perguntou a si mesmo: “Onde encontrarei o servo fiel para aprender com ele?” Deus inspirou-o: “Tu o encontrarás em Majjma Al Bahrain.” Mussa levou consigo o jovem Youshi Bin Noon. O sinal era que ele perderia o peixe que havia trazido para comer no caminho. Mussa tomou o caminho e o jovem o seguiu. Mussa disse para Youshi: “Avisa-me quando o peixe desaparecer.” Então, ele continuou a caminhar até chegar em Majjma Al Bahrain. Mussa estava muito cansado, assim, ele pôs seu cajado no chão e adormeceu. Nuvens surgiram no céu e em seguida começou a chover. Quando a chuva cobriu o que eles tinham trazido para comer, o peixe retornou a vida e nadou até o mar em meio à água da chuva. Mussa acordou e chamou Youshi Bin Noon para continuar a caminhada. Satã fez com que Youshi esquecesse do peixe, portanto ele não avisou Mussa sobre o que tinha acontecido. Eles caminharam por um longo tempo até que se cansaram e ficaram famintos. Mussa disse para seu companheiro de viagem: “Estamos cansados depois dessa longa caminhada, traga pois, a comida.” Então, Youshi lembrou-se do que havia acontecido ao peixe e disse a Mussa: “Eu lembro do lugar onde descansamos. A vida retornou ao peixe e ele nadou para o mar. Satã me fez esquecer, e eu não contei a ti sobre isso.” Quando Mussa ouviu aquilo, sua face ficou rubra, e ele disse a Youshi: “É isso que desejamos saber. Vem. Vamos até a pedra onde nos sentamos!” Eles voltaram rápido ao local onde tinham descansado. Ali, Mussa encontrou o homem fiel sentado na pedra e olhando para as ondas do mar. Mussa saudou-o de modo cortês. O homem sorriu para Mussa e o saudou de uma maneira ainda melhor e então perguntou:”Quem és ?” Mussa respondeu: “Eu sou Mussa Ibn Imran”. O homem tornou a perguntar: “És o Profeta dos filhos de Israel?” Mussa, surpreso, perguntou: “Sim, mas como tu sabes sobre mim?” “Aquele que te enviou informou-me sobre ti”, respondeu o homem.
Nosso Profeta Mussa compreendeu que tinha encontrado a pessoa que estava procurando. Mussa (A.S.) disse: “Desejo me tornar teu amigo para aprender contigo o que Deus te ensinou.” O homem fiel disse: “Tu não serias capaz de ser paciente para estares comigo. Como poderias ser paciente em relação ao que não compreendes?” Mussa disse: “Se Deus quiser, achar-me-á paciente e não desobedecerei as tuas ordens.” O homem respondeu: “Se desejas me acompanhar nesta jornada eu tenho como condição que tu não perguntes nada sobre minhas ações, até que eu te faça menção disso.” Nosso Profeta Mussa aceitou esta condição e acompanhou o homem fiel. Quem era aquele homem? Sabia-se que seu nome era Al Khidr (A.S.) e que era um profeta. Onde o encontro aconteceu? Sabe-se que aconteceu no estreito de Gibraltar, entre o mar Mediterrâneo e o Atlântico. Ninguém sabe se o jovem Youshi Bin Noon continuou a jornada com Mussa e Al Khidr ou não. Deus o Glorioso, nos informa dessa jornada no Alcorão Sagrado.
Nosso Profeta Mussa amava o conhecimento, de modo que foi se instruir com Al Khidr. Mussa e Al Khidr caminharam ao longo da praia até que encontraram um ancoradouro e um barco ali. Eles embarcaram e seguiram seu caminho pelo mar. Al Khidr tinha feito um furo no barco antes que eles chegassem em seu destino. Quando Mussa (A.S.) o viu furando o barco, criticou-o dizendo: “Perfuraste o barco para afogar seus tripulantes? Sem dúvida que cometeste um ato insólito!” Recordando Mussa da condição estipulada, Al Khidr disse:
“Não te disse que és demasiado impaciente para estares comigo?” Mussa lembrou da condição e então respondeu: “Desculpa-me por ter me esquecido, por favor perdoa-me.” Eles desembarcaram no porto e chegaram a uma aldeia. Estavam muito famintos e cansados. Não tinham dinheiro para comprar comida. Quando chegaram na aldeia pediram comida aos habitantes, mas estes não os acolheram nem lhes deram comida. Mussa e Al Khidr viram algumas pessoas olhando para um muro que parecia estar prestes a ruir. Ninguém era apto ali para reformar o muro. Al Khidr foi até lá e se pôs a restaurar o muro. Quando Al Khidr terminou seu trabalho , Mussa disse a ele: “Teu trabalho foi muito bom, mas por que não exiges uma recompensa por ele?” Mussa queria que o homem fiel cobrasse algum dinheiro para que pudessem comprar comida. Novamente recordando Mussa da condição estabelecida, o homem disse: “Aqui nos separamos, porém, antes, informarei a ti a interpretação (de meus atos), porque tu és demasiado impaciente. Quanto ao barco, pertencia aos pobres pescadores do mar e quis avariá-lo, porque atrás dele vinha um rei que se apossava, pela força, de todas as embarcações. Avariei o barco para que o rei não o tirasse deles e que mais tarde, pudessem repará-lo. Quanto a este muro, pertence a dois órfãos da cidade, debaixo do qual há um tesouro deles. Seu pai era virtuoso e teu Senhor desejou que alcançassem a puberdade, para que pudessem tirar o tesouro. Isso é do beneplácito de teu Senhor. Não o fiz por minha própria vontade.”
Mussa se despediu de Al Khidr. Ele tinha aprendido algo importante: Há sabedoria além de algumas ações, ninguém conhece a explicação desta sabedoria senão Deus, o Glorioso. Existem algumas ações que aparentam ser más, porém, há sabedoria nelas. Portanto, um homem deve analisar com cuidado antes de julgá-las.
A Torah
Mussa voltou para o seu povo. Ele os instruiu e os guiou para a Luz e a Orientação e os ensinou a Torah. A Torah era o livro de orientação e Luz , como o Alcorão nos diz, porém, os maus sacerdotes os judeus o distorceram depois da morte de Mussa. Os judeus liam os ensinamentos na Torah, porém, os distorciam segundo seus costumes e interesses pessoais. Distorcer a Torah não bastou, eles a encheram de fábulas e mentiras. Por exemplo, lemos no texto da Torah (de nosso tempo): “Quando Adão e Eva estavam no paraíso, comeram da árvore. Quando ouviram o Senhor caminhando entre as árvores, se esconderam. O Senhor perguntou: “Adão onde estás?” Adão respondeu: “Ouví a tua voz e como estou nu, temi e me escondi”. O Senhor perguntou: “Comeste da árvore?” E então o Senhor disse: “Este homem se tornou semelhante a nós, conheceu o bem e o mal. Talvez, encontrará a árvore da vida e comerá dela permanecendo como nós para sempre. Assim, Deus fez com que saísse do paraíso.” A atual escritura chamada “Torah” não é aquela que Deus revelou a Nosso Profeta Mussa (A.S.). Mussa é inocente de todas as mentiras que os maus sacerdotes judeus disseram e acrescentaram à Torah.
Depois de Mussa, Deus, o Glorioso, enviou muitos profetas aos filhos de Israel. Contudo, eles ofenderam e mataram os profetas. Os judeus descrentes se tornaram cruéis. Possuem hábitos e costumes desumanos. Seguem outros livros além da Torah. O principal deles é chamado Talmud Torah, estes livros que reúnem as opiniões e os comentários de seus eruditos, e algumas passagens ensinam doutrinas malignas, tais como:
1. Que o judeu é o povo escolhido de Deus. Quanto aos outros povos e nações, são considerados animais.
2. Os judeus devem sempre se esforçar para minar os demais povos e nações, de maneira que o judeu possa dominar o mundo inteiro.
3. A um judeu é permitido furtar as propriedades do não-judeu.
4. A um judeu é permitido fraudar ao não-judeu, praticar a usura contra ele e forçá-lo a vender seus bens a um judeu.
Falaremos sobre alguns dos demais Profeta de Deus enviados aos filhos de Israel, para que saibamos sobre como eles os trataram.
“E de quando dividimos o mar e vos salvamos, e afogamos o povo do Faraó, enquanto olháveis. E de quando instituímos o pacto das quarenta noites de Moisés e que vós, em sua ausência, adorastes do bezerro, condenando-vos. Então, indultamo-vos, depois disso, para que ficásseis agradecidos. E de quando concedemos a Moisés o Livro e o Discernimento, para que vos orientásseis!” (Alcorão C.2 – V. 51 a 53)