Intercessão

Por Muhammad Tijani

A possibilidade de intercessão para o pecador no dia do julgamento é bastante óbvia pela declaração repetida do Alcorão Sagrado. Declarações estas que foram tão claramente enunciadas que ninguém poderá interpretar de outra maneira.

“Quem poderá interceder junto a Ele, sem o seu consentimento”. Alcorão (2:255).

Isso significa que a intercessão é permitida por Allah, mas apenas àqueles que estão autorizados para tanto ou àqueles que obtiveram essa prerrogativa em função de suas virtudes ímpares. E quem poderia estar mais habilitado para exercer essa graça divina e privilégio único do que o Apóstolo de Allah e sua Ahlul-Bayt?

A questão é que para aquele que sinceramente procura conhecer a verdade, uma resposta correta com lógica simplista, será suficiente. Mas para aquele que tenciona entrar na discussão meramente para argumentar, nem mesmo o Apóstolo de Allah conseguiria satisfazer.

“No dia do julgamento, de nada valerá a intercessão de quem quer que seja, salvo de quem o Clemente permitir e cuja palavra Lhe for grata”. Alcorão (20:109).

Os versículos acima são muito claros e não deixam qualquer dúvida contra, e mencionam Allah e aqueles que estarão possuindo autoridade d’Ele para interceder.

Há outros versículos similares sobre intercessão sendo permitida a particulares, como: “Não lograrão intercessão, senão aqueles que tiverem recebido a promessa do Clemente”. Alcorão (19:87).

É nos deixado claro, aqui, que a redenção ou intercessão é um fato, mas reservado apenas àqueles que receberam a promessa do Clemente para isso.

Intercessão junto a Allah significa ter acesso a Ele, não podendo ser por meio de ninguém além do Profeta Sagrado (S.A.A.S.) e daqueles a quem Allah nomeou para serem seus sucessores aptos disso.

O Profeta (S.A.A.S.) fez a seguinte comparação: “Minha Família (Ahlul Bayt) é como a Arca de Noé, todo aquele que embarcar nela será salvo, e quem se negar a embarcar nela será aniquilado”.

E Allah prescreve ao homem a procura de um vínculo até Ele: “Ó crentes, temei a Allah e procurem por meios de se aproximar d`Ele.” Alcorão (5:35).

Muitos sábios não-xiitas como Hafidh Bu Nuaim Isfahani, em seu Nuzulul Quran Fi Ali; Hafidh Abu Baakr, em seu Maa Nazala Quran Fi Ali; Hafidh Abu Thalabi, em seu Tafsir, dizem que Wazila (meios de aproximação), no versículo acima, significa os descendentes do Profeta Sagrado (S.A.A.S.).

No geral, não se conhecendo a diferença entre amor/amizade) e adoração, alguns esclarecimentos se fazem necessários.

Amor como praticado por aqueles que seguem a Ahlul-Bayt tem sido sempre representado como adoração, justamente para condenar a união do Sagrado como Shirk (politeísmo). Mas devemos considerar e saber que os devotos da Ahlul-Bayt são muçulmanos no sentido preciso e verdadeiro da palavra, e que eles não adoram ninguém além de um único e verdadeiro Allah, amam o Profeta e sua Família e permanecem devotados a eles em conformidade com o mandamento divino.

“Dize-lhes (Ó Apóstolo Mohammad!): Não vos exijo nenhuma Ajr (recompensa) por isto (o serviço de Apostolado), senão o amor a meus parentes”. Alcorão (42:23).

De acordo com essa ordem do Clemente, é nosso dever prestar ao Profeta Sagrado a Ajr (recompensa) de amor e devoção à Ahlul-Bayt exigida por Ele. Em resumo, o amor e respeito são propositalmente e erroneamente definidos como adoração a fim de se difamar os Xiitas, que são retratados Mushrriqeen (politeístas) só porque procuram a intercessão do Profeta Sagrado e de sua Família.

Fonte: Al-Islam.org (Ahlul Bayt Digital Islamic Library Project)

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