A Formação à Luz do Islam

Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso

A Formação na Ausência do Islam

A formação de um muçulmano íntegro… a constituição de uma família cuja índole, nobre, forte e tenaz… e a construção de uma sociedade duradoura e feliz, foram as mais elevadas missões dos Profetas e Mensageiros (as).

A formação de um muçulmano íntegro… a constituição de uma família cuja índole, nobre, forte e tenaz… e a construção de uma sociedade duradoura e feliz, foram as mais elevadas missões dos Profetas e Mensageiros (as).

Entretanto, os objetivos e finalidades mais graves e perigosos que ocorreram durante as civilizações antigas, modernas e contemporânea, foram as tentativas de varrerem violentamente a nossa missão na divulgação da Unicidade de Deus, e arruinarem os nossos dogmas celestiais, destruindo com isso, a nossa formação educativa que constituiria a melhor nação, seja pela vida individual, familiar, social ou estatal ao longo da história e das civilizações…

E, quando o dilúvio da corrupção implantou o depravado sistema colonial nos países islâmicos, os primeiros que o apoiaram foram os inimigos do Islam, começando “a ruína moral da individualidade islâmica”, através do alastramento da degeneração da moralidade e do atentado ao pudor de todos os lados de nossas vidas, querendo inclusive, arruinar as fortalezas de nossa formação religiosa e educativa… e assim, toda a degradação e corrupção, acabaram se fixando em toda parte do mundo e se expandindo em todos os campos e espaços… não escapando delas e de sua destruição devastadora, nem a empresa militar, nem o setor político, nem o econômico, nem o social e nem o educativo… Pelo contrário, elas foram aumentando até conseguirem abranger e se infiltrar em alguns dos nossos Centros religiosos espalhados nos recantos do Mundo Islâmico!!

Assim sendo, a enxurrada desse dilúvio devastador, carregava uma pestilência imoral, que é a mentira, a impostura, a inveja, o cinismo, a devassidão, a agressividade, a tirania, a traição, o entusiasmo, o nervosismo, a falsificação, a fraude, a ganância, a voracidade, a astúcia, o embuste e a armadilha, o abuso e a aberração, o escândalo e o despudor, a acumulação desnecessária de bens, a avareza, o luxo excessivo e o esbanjamento, a blasfêmia contra Deus, a usura, a ingratidão para com os genitores, a apropriação dos bens alheios, os privilégios aos cargos públicos, as atribuições de falsos títulos nobilitários, o aumento na dosagem do equilíbrio da balança, a exploração do órfão… tudo isso, a fim de impelir as pessoas à prática do crime, da apostasia, da idolatria, do assassinato, do roubo, do adultério, da prostituição, do alcoolismo, dos jogos de azar, do profissionalismo ilegal, da espionagem a favor dos inimigos e dos expansionistas criminosos, etc…

Infelizmente, algumas autoridades nos países islâmicos, toleram tais crimes, auferindo “Alvarás Legais” para o funcionamento das indústrias de bebidas alcoólicas, como a cerveja, o “araq” aguardente de aniz, o vinho, etc… e abertura de estabelecimentos comerciais para a sua venda, tais como, bares e restaurantes, inclusive clubes, onde ocorre o jogo do “pôquer” e outros por dinheiro… beneficiando com isso os mais elementos e os traficantes!.. Por outro lado, estas autoridades dão às suas Embaixadas no exterior, o direito de aquisição a “preços baixos”, do wisky, do champanhe, dos licores, etc!!!

Contudo, existe outro grupo que faz parte destas autoridades, e seus integrantes mostram-se publicamente contrários a tais práticas, e, indignados, chegam a abominar (hipocritamente) sobre si mesmos a bebida alcoólica durante os eventos nos salões dos palácios e convenções, chegando a assinar Decretos para a sua proibição, mas que secretamente, e em círculos fechados, praticam os jogos de azar e ingerem a bebida alcoólica!!!

E então, na madrugada do Despertar Islâmico atual, eis que se ascenderam as lutas árduas e levantaram as buscas reformatórias, sempre alertas e criteriosas, lideradas por nossos sapientes eruditos (que Deus os apóie e triunfe!).

E assim, os crentes militantes se dispuseram à resistência com coragem e bravura contras as decomposições e declínios morais, através das mãos (em lutas armadas), da linguagem (pela imprensa falada e escrita, e pelos discursos) e do coração (pela fé e esperança), os quais empenharam-se nestas lutas abençoadas e se embrenharam nas batalhas pelo bem contra o mal, a fim de diminuírem as proporções da corrupção moral, que destruiu as nossas sociedades durante a fase ausente do Islam, mas que infelizmente, e é de se lamentar, a outra parte corrupta e nociva continua se alastrando pelos campos da vida.

Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso

A Formação à Luz do Islam

Dentre todas as nações, Deus privilegiou a nossa nação islâmica, tornando-a digna e preciosa, e já posição prestigiosa diante d’Ele, através da vinda de um Mensageiro, portador de uma doutrina que:

purifique a mente…
fortifique a alma… e
eduque a índole.

Uma doutrina que purifique a mente contra a obscenidade da apostasia e da idolatria através de uma crença unificada, completa, abrangente e universal, para que se alojasse nas mentes sadias, a fim de levá-las aos mais longínquos horizontes do conhecimento, confrontar as oposições mais ferrenhas e derrubar as teses e teorias mais evidentes que os opositores expõem…

Uma doutrina que fortifique a alma com os conceitos da devoção, a fim de confirmar ao homem a importância da elevação do espírito e da fraternidade humana, libertando as pessoas do ciclo da ignorância, da arrogância e do despotismo, tornando-os igualitário diante do Senhor do Universo…
Uma doutrina que eduque a índole através dos conhecimentos morais e educativos, o que aliás, sempre foi a esperança humana, por mais que tenham sido requintadas e finas as suas graduações, e mais adiantados em civilidade, urbanidade, polidez e desenvolvimento.

Deus Supremo revelou:

<<Deus conferiu o grande favorecimento aos crentes quando Ele enviou de dentre eles um Mensageiro, recitando-lhes Seus versículos, absolvendo-os e ensinando-os o Livro e a jurisprudência, por terem estado antes em evidente aberração>> – Surat Ále Imrán – Cap. 3, Vers. 164.

O que se percebe em nossa fantástica religião islâmica, é que a <<formação virtuosa>> é a sua estruturação global em todos os centros ideológicos e as regras dogmáticas, sendo ela um estigma genérico e nela se simboliza o Islam.

Encontramo-la nos conhecimentos, assim como podemos encontrá-la nas batalhas militantes (Jihád)… e Deus Majestoso revelou o seguinte:

<<… e dize: Ó Senhor meu, aumente-me em conhecimento!>> Surat Taha – C. 20, Vers. 114.
Com este versículo alcorânico, se nos mostra ser uma forma de humildade em busca do saber e absorção de conhecimentos cada vez mais, como também, é uma imagem encarnada do quadro de reconhecimento dos próprios defeitos… e é uma declaração pela devoção ao Único e Eterno Criado.
Deus Supremo revelou também:

<<… e combatei em prol dos caminhos de Deus aqueles que vos combatem e não os agrideis (antes), pois Deus não estima os agressores>> – Surat Al-Baqara – Cap. 2, Vers. 190.

Portanto, as normas da justiça, da fidalguia e do temperamento refinado, são preservados no Islam, inclusive no trato com os inimigos, quando se emaranham as engrenagens e se inflama a guerra.
Observa-se que este estigma está presente na essência do debate com “Ahel Al-Kitáb”(1), assim como se encontra nos campos do consumo, da benevolência e da caridade.

Deus Altíssimo revelou:

<<… e debata com elas na melhor forma possível…>> – Surat Annahl – Cap. 16, Vers. 125.

Por conseguinte, a discordância e o desentendimento no ponto de vista e no ideal de cada uma das partes, a nada levam e tampouco surtem efeito benéfico através da imposição, da crueldade ou da violência, mas sim, pelo diálogo ao se expor que o grandioso método do Islam impele à boa índole, por considerá-lo o melhor meio de se conduzir à persuasão, à orientação e às diretrizes.

Deus Glorioso revelou:

<<As palavras cordiais e a indulgência, são preferíveis à caridade seguida de perjúrio…>> – Surat Al-Baqara – Cap. 2, Vers. 263.

<<Ó vós que crestes! Não canceleis as vossas caridades com lembretes pela vossa generosidade ou pela injúria…>> – Surat Al-Baqara – Cap. 2, Vers. 264.

Assim sendo, aquele que gasta por amor a Deus e pratica a caridade pela devoção a Ele, não deve avantajar-se por obsequiar ou se exceder, porque a sua prática é um ato de caridade, e todo homem que pratica a caridade, Deus lhe aumenta com Sua graça em dezenas de vezes…

Este estigma se esclarece nas devoções tal qual como o é nas ações. Deus Onipotente revelou Seus versículos no que diz respeito ao comportamento dos devotos:

<<Ai dos devotos, que são negligentes em suas orações.>> – Surat Al-Máun – Cap. 107, Vers. 4 e 5.
<<… e quando se dispõem à oração, fazem-no com indolência…>> – Surat Annissá – Cap. 4, Vers. 142.

Portanto, não teriam sentido a oração e demais devoções, se não forem de acordo com o objetivo dos dogmas islâmicos, isto é, quando houver falta de sinceridade, de índole generosa, de educação refinada e de comportamento exemplar por parte dos devotos.

E Deus Supremo revelou:

<<… e harmonizai-vos com elas pelo obséquio…>> – Surat Annissá – Cap. 4, Vers. 19.

<<… mas aquele que foi redimido de sua culpa por seu irmão, deverá indenizá-lo pelo obséquio e compensá-lo consideravelmente com a gratidão… >> – Surat Al-Baqara – Cap. 2, Vers. 178.

Conseqüentemente, os contratos matrimoniais, as leis punitivas, as indenizações e demais normas, condutas e harmonias, estão cercadas pelo tênue e refinado temperamento islâmico.

Logo, o <<Temperamento Islâmico>> é um aditivo associado a tudo que diz respeito ao Islam, a fim que se concretize o objetivo na Mensagem fantástica em seu papel educativo, para a elevação do comportamento do homem, o desenvolvimento da civilidade e a felicidade da humanidade, da melhor forma possível e com o mais completo estatuto… e tudo isso, para a formação de seres humanos nobres e generosos.

O Profeta Mohammad (saws) falou:

– “Fui enviado a fim de completar a nobreza dos temperamentos”.

Em outra ocasião ele (saws) disse:

– “A nobreza dos temperamentos está à vossa disposição, pois Deus Protetor e Majestoso me enviou por causa dela”.

Certa vez, um homem foi consultar o 6° Imám da Linhagem do Mensageiro de Deus (saws) Jaafar “Açádeq” (as):

– “Ó filho do Mensageiro de Deus, fale-me sobre a nobreza dos temperamentos!”.

Com o sorriso benévolo nos lábios, o Imám “Açádeq” (as) respondeu:

– “O perdão para aquele que te oprimiu; a aproximação com aquele que te abandonou; a doação para quem te privou e a menção da verdade, mesmo sobre ti, nem que venha a te constranger”.

O 8º Imám da Linhagem do Mensageiro de Deus (saws) Ali Ben Mussa “Al-Reda” (as), quando falava sobre os seus ancestrais (as) e sobre o avô deles, o Mensageiro de Deus (saws), dizia:

– “Apegai-vos a boa índole, pois ela tem o seu lugar no Paraíso; e alertai-vos contra a má índole, porque o seu lugar se encontra no fogo”.

1. “Ahel Al-Kitáb” significa “Os Versados da Bíblia”, que são os judeus no caso do Velho Testamento, e os cristãos no caso da Bíblia por completo.

Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso

A Índole Condenável

O Islam resguardou e preservou a boa índole com bastante cuidado, tornando-a uma condição necessária à salvação da fé no(a) muçulmano(a)… pois aquele que poluiu a sua índole, dissipou-se a fé de seu coração.

O 6º Imám Jaafar Açádeq’ (as) falou:

– “A má índole poluiu a fé assim como o vinagre deteriora o mel”.

Portanto, quando a fé se degenera, aloja-se em seu lugar a abjuração. Assim sendo, o mau elemento, não tendo fé, não lhe pode haver perdão, porque a sua contrição não será sincera e não estará acompanhada de arrependimento pelo que fez de maldade… por outro lado, ele não estará decidido com firmeza de não mais repetir o seu erro, e tampouco se empenhará de praticar a bondade a fim de compensar o mal que fizera e apagar suas crueldades; e, por causa de sua má índole, passa a se justificar por suas culpas, permanecendo no pecado… Então perguntamos: Que perdão caberia a alguém como este?!!

O Imám Ali Ben Abi Táleb (as) falou nesta questão:

– “Não há culpa que não tenha perdão, e não há arrependido que não receba a sua remissão, exceto o mau caráter, porque ele não se redime de sua culpa, caindo em outra pior”.

Contudo, é de se lastimar que em nossa sociedade alguns elementos contaminados com o vírus da “Índole Condenável”, entregues à uma enfermidade comportamentalista permanente, os quais passaram a adotá-la como um procedimento normal em suas reuniões e clubes, e até nas Mesquitas!! Seja antes ou depois da oração!!! Sem darem importância às ilicitudes, às avaliações e nem a dissuasão, tal como:

1) A Calúnia

2) A Falsidade

3) A Maledicência

4) A Intriga.

Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso

A Calúnia

É quando se menciona o “irmão” com maldade na ausência dele.

O Islam nivelou e comparou a perpetração da calúnia contra o crente, ao pecado pela ingestão da carne do cadáver ou carcaça animal, e fez desta invencionice um ato mais grave do que o adultério!!

Deus Supremo revelou através de Seu arcanjo Gabriel:

<<… e não espionais uns aos outros, nem caluniais uns aos outros. Acaso poderá algum de vós comer a cerne de seu irmão morto? Vós cheguei a abominá-lo, porém, temei a Deus, porque Deus é Remitente, Misericordioso>> – Surat Al-Hudjirát – Cap. 9, Vers. 12.

O Mensageiro de Deus (saws) disse:

– “A calúnia é pior que o adultério!”.

Então, perguntaram-lhe:

– “Como assim, ó Mensageiro de Deus?”.

E ele (saws) respondeu:

– “É porque o adúltero se arrepende e Deus o perdoa, e o caluniador também se arrepende, porém, Deus não perdoa, a menos que o caluniado o liberte”.

E, pelo fato da calúnia dar a liberdade aos outros alastrarem o boato, o caluniador será o responsável por suas palavras até o Dia da Ressurreição e não será perdoado caso a calúnia que ele ventilou tenha prejudicado o caluniado, mesmo que este confirme a calúnia e o liberte; assim sendo, não lhe servirá nem caberá a neutralidade do arrependimento e nem a renovação do perdão.

O 5º Imám “Al-Báquer” (as), tataraneto do Profeta Mohammad (saws) disse:

– “Por Deus, que não há outro além d’Ele!.. que não se concedeu benefício a um crente nesta vida e na Eternidade, senão pelo seu bom conceito em Deus e pelo afastamento da calúnia contra os crentes!.. E, por Aquele que não há divindade além d’Ele, Deus não levará à tortura o crente que se arrependeu e se redimiu com sinceridade, exceto se ele duvidou de Deus e praticou a calúnia na ausência dos crentes!”.

A calúnia gera o exagero e a vilania entre os crentes, porque o difamador desmoraliza seu irmão através daquilo que Deus o amparava; e quando o seu segredo vem à tona na hora da precipitação, do rancor e da ira, nada mais se pode fazer para consertar o fato, e tampouco servirá ao caluniador além de ter prejudicado a si mesmo, pois Deus detesta e abomina a indecência e a vileza, e proíbe o seu alastramento.

Deus Glorioso revelou:

<<Aqueles que apreciam a difusão da obscenidade contra os que creram, sofrerão torturas dolorosas nesta vida e na Eternidade…>> – Surat Annúr – Cap. 24, Vers. 19.

O Mensageiro de Deus (saws) advertiu contra a calúnia e avisou que Deus Supremo observa o difamado, sonda o seu comportamento e o faz sentir a estagnação daquilo que ele gerou e provocou.

E aconselhava:

– “Não espionem a privacidade do teu próximo e não o embaraceis, pois aquele que constrange seu irmão, Deus o humilhará, e quando Deus o desdenhar, ficará desmoralizado, mesmo que se isolasse dentro de sua própria casa”.

Ó Senhor nosso! Nós imploramos a Tua proteção contra a calúnia e afaste-a dos nossos ouvidos!

Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso

A Falsidade

A falsidade, é tanto ou pior do que a calúnia, porque, se o homem menciona seu semelhante com aquilo que ele não consente e nem aprova a sua divulgação, estará automaticamente caluniando-o, mesmo que estivesse dizendo a verdade, ou não, isto é, mesmo que esteja mentindo, tornando o fato um boato, pois a falsidade é sinônimo de mentira e da calúnia.

É evidente de que a fé não se adapta com a mentira, porque Deus execra o embusteiro, e porque a mentira conduz o mentiroso ao fogo.

Imaginem como seria a associação da mentira com a calúnia?1 É óbvio de que seria a pura falsidade!!!

O Alcorão Sagrado esclarece o sentido da falsidade e sua punição com seguinte Versículo:

<<Quem cometer um pecado ou uma falta e o imputar a um inocente, sobrecarregar-se-á com a falsidade e o pecado evidentes>> – Surat Annissá – Cap. 4, Vers. 112.

A falsidade deixa vestígios nocivos pela sua prática, gerando a perversão na sociedade… e provoca a falta de confiança entre as pessoas, alastrando a dúvida e a desconfiança…. e com isso, cessam o auxílio mútuo e a colaboração entre si, dizimando a proteção e a afinidade, que são um dos estigmas da sociedade islâmica.

O simulado tem dois papéis prejudiciais: o papel que onera o crente inocente pelo que se lhe atribuiu em acusações falsas, gerando-lhe uma fase má e embaraçosa em sua vida… e o papel que provoca a degeneração da pureza do aconchego e da união islâmica, criando a discórdia e o rompimento das relações entre as pessoas, produzidos pela falsidade, o que causa o rancor e o desentendimento! Deus Supremo revelou:

<<E aqueles que injuriaram os crentes e as crentes com o que não fizeram, sobrecarregar-se-ão pela falsidade e pelo pecado evidentes>> – Surat Al-Ahzáb – Cap. 33, Vers. 58.

Ó Senhor nosso! Nós rogamos a Tua proteção contra a sobrecarga da falsidade ou que cheguemos a ser falsos contra algum crente ou alguma crente!

Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso

A Maledicência

Toda palavra, ação, sinal ou escrita feitos sobre alguém que não deseja a sua difusão, ou, transferi-la para uma terceira pessoa, chama-se a isto de maledicência e seu feitio é a intriga.

A maledicência é a revelação de um segredo, ou sua divulgação, com fins maldosos, oportunistas e desmoralizantes à pessoa em questão, para se destacar e ser o centro das atenções nas rodas dos amigos… ou por outro motivo qualquer… digamos, por inveja, revanche, etc…

Entretanto, nem tudo que se vê ou não se queira a sua divulgação seja denominado por maledicência… quando não se trata de algum motivo ou utilidade pessoal para o muçulmano ou os muçulmanos…

A maledicência não é um impulso para a rebeldia… ou um conselho dado a um muçulmano praticá-la… ou alguma advertência para não cair em inconveniências…. Como também, a maledicência não significa como tal, quando se trata de um testemunho contra o acusado do crime de latrocínio, homicídio, e demais testemunhos… O mesmo se aplica quando da rejeição abominável e na resistência contra os opositores, etc…

Contudo, a maledicência é um dos piores defeitos morais que o Islam abomina, comparando os que a praticam aos filhos que se desconhece de qual pai foram gerados. Deus Onipotente revelou:

<<Sussurrante, maledicente, intrigante estorvador do bem, transgressor, pecador, considerado depois disso tudo um bastardo>> – Surat Al-Qalam – Cap. 68, Vers. De 11 a 13.

O Mensageiro de Deus (saws) perguntou aos que o rodeavam durante uma reunião:

– “Quereis que vos aponte quem vos prejudicam?”.

Unânimes, os presentes afirmaram que “sim”, e ele (saws) lhes respondeu:

– “São aqueles que se ocupam com a maledicência, provocam a dissidência entre os que se amam e os injustos que oneram e oprimem os inocentes… e o maledicente não terá descanso e nem escapará das torturas que Deus lhe imputará na Eternidade após a morte!”.

O Imám Jaafar “Açádeq” (as) disse:

– “O sanguinário não entrará no Paraíso, nem o alcoólatra e nem o maledicente”.

O Imám “Al-Báquer” (as) falou:

– “O Paraíso é vedado aos que se mergulham na maledicência… e os homens aglomerar-se-ão no Dia da Ressurreição e com eles o sanguinário, e este último, receberá o que lhes é reservado ou mais ainda, com a seguinte frase: <<Isto é o que te cabe pelo sangue de Fulano>>, e ele exclamará: <<Ó Senhor, Tu sabes que eu não o matei!>> e então ele ouvirá a voz lhe responder: <<Sim, tu praticaste o delito, pois eu ouvi de Fulano um relato que diz isto e isto, dito por ti, e o relato foi transcrito até chegou a Sicrano o opressor, que acabou matando o caluniado… Portanto, isto é o que cabe a ti pelo sangue da vítima…>>”.

Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso

A Intriga

No entanto, a intriga é tão grave quanto a maledicência, pois o seu objetivo é a discordância entre duas ou mais pessoas, incendiando os ânimos com o fogo da inimizade e da hostilidade entre os crentes.

O Alcorão Sagrado menciona que <<a intriga é pior que o assassinato>>, em consideração à blasfêmia ocorrer através da intriga, que é como mencionamos, é mais forte do que o homicídio… porque o assassínio e a briga são constantes com a blasfêmia… E por isso, Deus aboliu e proibiu todo tipo de extravagância, corrupção e abominações em geral.

E quando o intrigante ganha fama entre o povo, e suas palavras se confirmam, as pessoas passam a dar-lhe crédito, mesmo quando ele chega a inventar a calúnia da intriga… e sua maldade e “a maldade das pessoas são proveniente da maldade daquele que depositou o seu mal na confiança do povo”. Portanto, o intrigante é a própria maldade das pessoas, e é a pior das criaturas… o pior dos traidores, cujo coração cheio de rancor e seu peito arde pela inimizade, aconselhando a conspiração entre os amigos, e jamais se separa da enganação e da hipocrisia, contando só os fatos que provocam a ira, e conversa sobre o que enche os corações com o dolo e a má fé, ao mesmo tempo em que, só acaba prejudicando o derrotado evidente, que são eles mesmos.

Deus Majestoso revelou:

<<Aqueles que violam o pacto de Deus depois do Seu acordo, e desvinculam o que Deus tem ordenado manter unido e corrompem na Terra. Estes são os derrotados>> – Surat Al-Baqara – Cap. 2, Vers. 27.

A intriga, pelo seu vestígio social destruidor e suas manifestações entre as pessoas, faz do intrigante o ser mais abjeto e desprezível que se pode imaginar, não passando de mero vil e ultrajante blasfemo… O Mensageiro de Deus (saws) falou:

– “… e desta nação, dez foram os que blasfemaram contra Deus Magnificente… e com eles, aquele que ajustou um matrimônio ilícito e andou com a intriga…”.

O grandioso Islam, é uma Mensagem educativa, diligente e apurada, que veio para corrigir o comportamento do homem, proibindo-o de praticar tudo o que é nocivo e inconveniente na sociedade em que vive, agindo sempre pelo bem em benefício seu e da humanidade.

E, se a calúnia, a falsidade, a maledicência e a intriga, são crimes praticados pela boca, o Islam determinou normas em sua jurisprudência, que proíbe, sua prática, e aconselha o ser humano dizer o que é correto, verdadeiro e decente, falando sempre com discernimento e bondade, sempre respeitando a privacidade de seu semelhante.

Deus Majestoso revelou os Versículos que seguem através de Seu arcanjo Gabriel (as) ao Seu Mensageiro e Profeta (saws):

<<E dize aos Meus servos que falem o que é de melhor, pois Satanás provoca a dissidência entre eles e porque Satanás é inimigo declarado do homem>> – Surat Al-Issrá – Cap. 17, Vers. 53.

<<Deus não aprecia a vociferação com palavras violentas, exceto daquele que foi oprimido…>> – Surat Annissá – Cap. 4, Vers. 148.

<<… uma boa palavra é como uma boa árvore, cuja origem firme e ramificação (estendida) no céu… e o exemplo de uma palavra maligna é como uma árvore nociva, desarraigada e cujas raízes em cima da terra, não lhe havendo estabilidade>> – Surat Ibrahim – Cap. 14, Vers. 24 e 28.

O Mensageiro de Deus (saws) falou:

– “Aquele que crê em Deus e no Dia do Juízo Final que fale sobre o bem ou se cale… A palavra boa é caridade”.

O Imám “Al-Báquer” alude ao instinto (do amor próprio) como um direcionamento à construção social, fazendo com que o instinto individual seja uma necessidade para se compactuar uma sociedade, através da afinidade, do conhecimento mútuo e da colaboração entre as pessoas.

Deus Glorioso revelou:

<<…e falem boas palavras às pessoas>> – Surat Al-Baqara – Cap. 2, Vers. 83.
<<Dizei às pessoas o que mais aprecias que vos seja dito>>

Ó Senhor nosso! Faze de nós dentre os que creram!

«
»