02 ago, 2017

Encontro Islâmico no Brasil – Nota de Encerramento

02 ago, 2017

Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso.

Louvado seja Deus, o Senhor do universo, que a paz e as bênçãos de Deus estejam com o senhor dos Profetas e Mensageiros Mohammad ibn Abdillah (S.A.A.S.), seus Ahlul Bait (A.S.), seus bons companheiros e sobre todos aqueles que os seguem verdadeiramente até o dia do juízo final.

Após o apoio de Deus, foi realizado o Encontro Islâmico no Brasil, na cidade de São Paulo, no dia 29 de julho de 2017 (equivalente a 6 de Zul Quidah do ano 1438 hejerita), em duas sessões, uma na parte da manhã e outra na parte da tarde. E após os pronunciamentos os participantes manifestaram as seguintes considerações:

  1. A importância de intensificar os esforços dos sábios e pensadores, e do trabalho em cooperação, para apresentar a verdadeira mensagem iluminada do Islam e seus ensinamentos humanos, partindo do entendimento verdadeiro do Alcorão Sagrado e da tradição profética pura.
  2. A importância de implantar centros educacionais, psicológicos, comunitários e sociais para corrigir os desvios teológicos usados pelos métodos do terror e takfirismo (takfiristas, são aqueles que rejeitam e renegam os demais que não concordam com suas ideias e métodos, portanto em sua opinião podem ser atacados e até mesmo mortos), os quais apresentam riscos e perigos para o bem-estar da sociedade, para assim alcançarmos uma solução prática secando as fontes e o surgimento destes fenômenos repulsivos.
  3. A importância de identificar os veículos de mídia que divulgam o pensamento terrorista e takfiri, e identificar as fontes de sua existência e patrocínio, apresentando respostas a todas as suas desvirtuações.
  4. Os participantes condenaram os decretos takfiri emitidos pelos “agentes dos governantes” e exigiram dos sábios, pensadores e instituições islâmicas que se posicionem perante estes decretos e os repudiem, desmascarando os planos que estão por trás deles e mostrando as consequências negativas dos mesmos sobre a união da nação.
  5. Os participantes abordaram as práticas das correntes radicais e seu papel no enfraquecimento da união islâmica antagonizando as escolas de interpretação e instigando ódio, confrontos e o derramamento de sangue. Afirmaram também que o radicalismo é um dos maiores perigos enfrentados pela humanidade e pela nação islâmica, pois é a porta de entrada do terrorismo. Portanto, devemos todos estar sempre bem atentos, mantendo a união entre os povos e nações, e mantendo o posicionamento contra o radicalismo e o terrorismo entre nossas prioridades.
  6. Os participantes expuseram o que os tiranos do mundo planejam para humilhar os muçulmanos e dividir suas fileiras sabotando sua união, e expuseram a ligação obscura entre os inimigos internacionais da nação e os grupos terroristas e takfiris, pedindo também à nação islâmica que seja consciente e atenta perante a estes planos maliciosos.
  7. Os participantes condenaram os lemas dos takfiristas, que tentam sobrepor uma escola islâmica sobre a outra, e afirmaram que o terrorismo takfiri não possui religião. Assim como pediram a todos os sábios e líderes religiosos que condenem as ações praticadas por estes terroristas takfiri, independente a qual escola pertençam.
  8. Os participantes afirmaram que a questão da Palestina é a causa central de todos os muçulmanos, e que os grupos terroristas e takfiri desejam desviar a atenção da nação desta causa. Por tal motivo, a nação islâmica deverá ficar atenta a este grande perigo, e aumentar sua atenção importando-se com a causa palestina. E que o povo palestino se una para rechaçar este novo plano contra sua causa crucial.
  9. Os participantes afirmaram que os objetivos dos grupos radicais e terroristas é manipular e manchar o que a Resistência Patriótica realiza através de seus sacrifícios, esforços e empenho para defender o que é sagrado. E, portanto, é necessário orientar e conscientizar a nação sobre a diferença entre quem defende a pátria, a dignidade e os valores humanos e entre quem atenta contra os inocentes com ações bárbaras, cometendo homicídios e agressões contra o homem e a natureza, e com isso maculando a imagem do Islam e dos muçulmanos.
  10. Os participantes afirmaram que as correntes terroristas takfiri são a consequência da decadência da civilização islâmica após a colonização ser imposta sobre o mundo islâmico, e por isso, retomar a caminhada da civilização islâmica moderna é o melhor caminho para eliminar estas anomalias de nossa nação.
  11. Diante desta condição de crise e violência que os terroristas takfiri implantaram no mundo é um dever dos sábios da nação e líderes religiosos que tripliquem seus esforços para reativar o movimento islâmico, salientando a importância da nação para seguir tal curso retomando o caminho da união.
  12. Os participantes pediram que a história antiga e contemporânea da civilização islâmica seja valorizada, pois a história e cultura islâmica não possuem qualquer relação com as práticas e pensamentos das correntes terroristas do mundo.
  13. Os participantes condenaram os conflitos sectários, étnicos e geográficos que acontecem no mundo islâmico, e pediram aos sábios e líderes da nação que trabalhem pela união, pois esta nação é uma só em sua cultura, ética, visões, esperanças e objetivos, e apenas desta forma poderá se considerar como uma nação verdadeiramente afiliada ao Profeta Mohammad (S.A.A.S.), de outra forma esta nação não o representa.
  14. Os participantes afirmaram a importância da exposição daqueles que estão ligados a organizações internacionais criminosas, afirmando que suas identidades devem ser reveladas, seja qual for sua escola. Salientaram também a importância de identificar estas correntes desviadas e criminosas.
  15. Os participantes parabenizaram o povo iraquiano, sírio e libanês pelas vitórias conquistadas em sua guerra conta o terrorismo, e pediram que mantivessem a esperança em Deus e em seus sacrifícios para que alcancem a purificação dos seus países da peste do terrorismo, estabelecendo novamente a segurança e paz na região.
  16. Os participantes condenaram a injustiça e perseguição que alguns povos da região tem sofrido, especialmente o povo iemenita, que é alvo diário da morte e da destruição. E exigiram que as organizações internacionais interfiram o quanto antes para a paralisação imediata da guerra em prol da segurança de todos os povos.
  17. Os participantes afirmaram a importância da substituição da linguagem da força e da agressão pela linguagem da razão e do diálogo, e que ferramentas pacíficas sejam utilizadas na solução das crises dos países e dos povos, pois é lamentável que haja violação dos direitos humanos em alguns países, o que desrespeita os pedidos e direitos legais dos povos.
  18. Os participantes pediram para os órgãos de educação do mundo islâmico que eliminem toda e qualquer disciplina e material que porventura incentive o ódio, o takfirismo e o terrorismo, e que as mesmas sejam substituídas por valores de convivência pacífica, respeito e aceitação dos seguidores das demais crenças e religiões.
  19. Os participantes condenaram as práticas empreendidas pelos terroristas takfiri contra as minorias não muçulmanas nos países islâmicos, e afirmaram que o Islam é a religião da segurança, felicidade, humanismo, paz e do amor ao próximo, e que os não muçulmanos sempre viveram e devem viver em total harmonia e paz entre os muçulmanos.
  20. Os participantes repudiaram o que as minorias muçulmanas vêm sofrendo no que diz respeito a perseguição ou preconceito em alguns países, especialmente aquelas que levantam a voz pelos direitos humanos. E pediram aos governos destes países que garantam o direito a uma vida digna para todos os cidadãos, inclusive os muçulmanos.
  21. Os participantes condenaram as perseguições bárbaras contra os muçulmanos em Myanmar, e condenaram o silêncio das organizações internacionais.
  22. Os participantes afirmaram a importância da cooperação, aproximação e colaboração dos muçulmanos que vivem ao redor do mundo, para que lutem pela importância do reconhecimento de seus direitos e da cidadania, respeitando a lei e cumprindo seus deveres para o bem da sociedade, avanço e segurança dos países onde vivem.
  23. Os participantes pediram por respeito e liberdade para a mulher muçulmana exercer sua fé, vestindo o véu e preservando sua dignidade e honra. E condenaram todo tipo de violação aos seus direitos, salientando que as jurisprudências islâmicas afirmam a importância da proteção da mulher e sua personalidade, e a liberdade para que ela exerça seu papel na sociedade.
  24. Os participantes apresentaram seus agradecimentos ao Brasil, seu povo e governo, pela boa receptividade e respeito às minorias religiosas e étnicas, que aqui vivem em total liberdade e dignidade. Rogamos a Deus, Louvado Seja, que agracie o Brasil com segurança e bênçãos, e que proteja esta nação de todo o mal, pois Ele ouve nossas orações.

 

Louvado seja Deus, o Senhor do Universo, e que a paz e as bênçãos de Deus estejam com todos vocês.


Encontro Islâmico no Brasil
São Paulo, sábado 29 de julho de 2017 (06 de Zul Quidah 1438)

 

 

 

 

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