Deus revelou no Alcorão:
“E que surja de vós uma nação que evoque para o bem, ordene pelo obséquio e advirta contra o abominável. Aqueles serão os bem-aventurados”. (C. 3 – V. 104)
Encorajar o bem e melhoria da sociedade é uma grandiosa responsabilidade social, confirmada pelo Islam, o qual encarrega seus seguidores de depurarem o círculo islâmico contra a corrupção e a adulteração, divulgando o bem e a virtude, e convocando as pessoas para a fé e a crença no Islam e sua prática.
Encorajar o bem e se opor ao mal são duas das mais nobres obrigações no Islam, as quais representam um papel importantíssimo na sociedade, contribuindo para se avanço espiritual e para a cooperação na resolução dos problemas, guiando a sociedade para fora do redemoinho do egoísmo, ganância e maldade.
No trabalho de restauração e melhoria da vida social também é importante frisar a luta contra o individualismo e a apatia, que juntos colaboram para que o bem seja minado e o mal seja fortalecido.
A ordem para encorajar o bem e proibir o mal é um preceito divino aos fiéis e de certo modo permeia todas as demais formas de culto, na medida que é o exemplo se dá em ação, não apenas em simples palavras ou conselhos. Não obstante, é requerido de cada um que faça aquilo que estiver a seu alcance nesse sentido, quando se faça necessário opor-se a uma situação de injustiça ou opressão, ou de prevalecimento do erro e da iniquidade. Nas fiéis tradições encontramos uma em particular atribuída ao sucessor do Profeta Mohammad (S.A.A.S.), o Imam Ali ibn Abu Taleb (A.S.), em que se relata que tenha dito: “Aquele que observar excessos sendo cometidos e pessoas sendo coagidas para o mal, e de coração, desaprovar isso, estará a salvo e livre de responsabilidade por esses atos; e aquele que desaprovar esses atos com a língua será recompensado e estará numa posição mais destacada do que o primeiro; mas quem o desaprovar com a ação, para que a palavra de Deus permaneça suprema e as palavras dos opressores permaneçam ínfimas, agarrar-se- á a diretriz e permanecerá no caminho certo, e será
iluminado com a convicção”.
Como sabemos, em muitas situações em que os corruptos possuem autoridade ou influência uma pessoa justa e correta não encontra meios de se opor aos desmandos, e muitas vezes, mesmo combater com as palavras não é possível, então, é obrigatório que a pessoa se oponha ao erro em seu coração. Em outra tradição fiel atribuída ao Profeta (S.A.A.S.) consta que aquele que não desaprova o erro e o mal nem com as mãos, nem com as palavras e nem em seu coração, não possui fé.
Com efeito, a atitude de encorajar o bem e proibir o mal começa por si mesmo e o muçulmano deve buscar conhecimento e sabedoria para a correta execução desta sublime tarefa, sempre levando em conta que o exemplo é mais efetivo do que as palavras. Aconselhar com paciência os que erram por ignorância e firmar oposição aos viciosos requer uma correta percepção das circunstâncias. O próprio Imam Ali ibn Abu Taleb (A.S.) disse: “A firmeza da religião é encorajar o que é bom, proibir o que é
ilícito e observar os limites de Deus”.