Os Evangelhos no Cristianismo

O significado da palavra “Evangelho”

A palavra “Evangelho” é grega e significa “notícia auspiciosa” ou seja, as boas novas de salvação que Jesus (a.s.) apresentou. É um conjunto de livros que foram escritos em períodos sucessivos e que tratam da vida de Jesus (a.s.), seus ensinamentos, seus milagres, sua morte, sua ressurreição, seu retorno. Porém, Jesus (a.s.) não escreveu nenhum deles.

Os Evangelhos canonizados pela Igreja Católica são quatro: Mateus, Marcos, Lucas e João. As igrejas cristãs reconheceram esses Evangelhos no século 3 e rejeitaram todos os outros. Foram confirmados por Irineu no ano 209 d.C., antes de seu anúncio no concílio de Nicéia. Antes dele, no ano 206, Clemente de Alexandria anunciou que se deveria adotar os Quatro Evangelhos. Em 325, o Concílio de Nicéia canonizou-os e rejeitou todos os outros.

O Evangelho de Mateus

Foi escrito por Mateus, um dos doze discípulos de Jesus, que são chamados pela igreja de “Apóstolos”. Ele era arrecadador de impostos do Império Romano na Palestina. Jesus (a.s.) o escolheu para seu discípulo.

A língua do Evangelho é hebraica ou siríaca. Mas concorda-se que a mais antiga cópia é na língua grega e foi perdida. Há controvérsias a respeito da data da compilação desse Evangelho (foi escrito entre os anos 37 e 64 d.C.) Não se especifica o ano em que o Evangelho de Mateus foi concluído, ou quando foi iniciada a sua compilação. Diz-se que quem o traduziu foi João.

O Dr. Bust diz que Mateus escreveu o seu Evangelho em grego antes da destruição de Jerusalém – em 70 d.C. Ele escreveu o Evangelho para os judeus que acreditaram em Jesus (a.s.), por isso se utilizou das previsões que constam na Torá, nos Salmos e no Livro dos Profetas a respeito de Jesus (a.s.), confirmando a veracidade quanto ao retorno de Jesus (a.s).

O Evangelho de Marcos

Foi escrito por João Marcos, denominado simplesmente “Marcos”. Sua origem é judaica, de uma família da Terra Santa, na Palestina. Ele seguiu Jesus (a.s.) no início de sua missão e foi ativo na divulgação do cristianismo em Antióquia, para onde foi enviado com o Apóstolo Paulo. Seu tio materno foi Barnabé. Ele retornou para Jerusalém, encontrou o tio Barnabé e viajou com ele para o Chipre. Separaram-se e Marcos foi para o Norte da África, em meados do século I da Era Cristã. Ele encontrou no Egito uma terra fértil para a sua missão e o adotou como centro missionário. Dali, viajava a Roma e África para divulgar a religião. Permaneceu no Egito até que os politeístas romanos o prenderam e o mataram em 62 d.C.

Os historiadores citam que ele, que negava a divindade de Jesus, escreveu o seu evangelho atendendo ao pedido de povos romanos. Porém, Ibn Batrik tem uma opinião contrária quanto ao autor do Evangelho de Marcos. Ele diz que Pedro é seu autor, escrevendo em cidade romana e conferindo sua autoria a Marcos. Quanto a Irineus, diz: “Marcos escreveu seu Evangelho após a morte de Pedro e de Paulo”.

Os historiadores concordam que a língua deste texto foi a grega, mas discordam, cristãos entre eles, quanto ao tempo em que foi escrito. Horun, por exemplo, afirma que o Segundo Evangelho foi escrito entre o ano de 56 d.C. até o ano de 65 d.C.

O Evangelho de Lucas

O autor é Lucas. Porém, há um mistério a respeito de sua personalidade. Alguns dizem que ele era médico e judeu, tendo acompanhado Paulo nas suas atividades, viagens e trabalhos. É o que as epístolas de Paulo indicam. Porém, o Dr. Bauset crê que ele não fosse de Antióquia, mas um romano que cresceu na Itália. De acordo com este estudioso, quem alega que Lucas era antioquiano está em dúvida. Outros historiadores cristãos dizem que Lucas era pintor.

Há consenso entre os historiadores de que a língua em que foi escrito o Evangelho de Lucas é a grega. Quanto à data da compilação, há um desacordo agudo entre eles, porque o povo para quem foi escrito este evangelho é objeto de discórdia. O Padre Ibrahim Said opina que foi escrito para os gregos, enquanto o Dr. Bauset opina que o Evangelho foi escrito após a destruição de Jerusalém. O mais razoável é que tenha sido escrito durante o período em que Paulo esteve preso, entre os anos 58 e 60 d.C.

O Evangelho de João

Os especialistas cristãos do século 2 negam a autoria do discípulo João ao Evangelho que Jesus amava. Essa negação está baseada na informação de Irineu, que foi discípulo de Policarpo, o discípulo imediato do Apóstolo João, discípulo, por sua vez, de Jesus. O Evangelho de João foi escrito em grego, baseado nos Evangelhos anteriores, com alguns acréscimos. Ele foi escrito para a Igreja em geral, o que indica que o Evangelho de João não se intitula assim por causa de João Batista, mas de outro João. O propósito do autor foi inspirar nos leitores a fé em Jesus Cristo como filho de Deus.Ele também dá ênfase à total dependência humana em relação a Deus para a salvação.

Data da compilação: Não há consenso entre os historiadores a respeito do tempo da compilação do Evangelho de João, o que era de se esperar, uma vez que o seu autor é desconhecido. Foi escrito entre os anos 68 e 98 d.C.

Evangelho de Barnabé

Não pertence aos Evangelhos canonizados. Seu autor se chama José, apelidado de Barnabé (em aramaico, “filho da consolação”). Era um judeu levita, natural de Chipre, como foi informado pelos Atos dos Apóstolos, da autoria de Lucas, no Capítulo 4:36.

Os historiadores cristãos concordam que a mais antiga cópia que conseguiram foi a cópia italiana, que o prelado Karim, um dos conselheiros na corte de um rei russo no ano 1709, encontrou. Junto à cópia italiana foi encontrada uma cópia espanhola, traduzida da italiana, sem se saber, até hoje, quem a traduziu. Quanto à cópia italiana, ela foi traduzida para o inglês pelo orientalista Sale. Só se conhece dela alguns trechos que foram citados pelo Dr. Huain.

O Evangelho foi compilado por Barnabé, um dos apóstolos cheios de Espírito Santo, os verdadeiramente empenhados pela causa da religião que Jesus anunciou. Os historiadores calculam a data de seu achado entre o século 15 e 16 d.C. Eles também acreditam que a cópia italiana encontrada em 1709 é a mesma cópia que o padre Framino encontrou na biblioteca do Papa Xisto V (1572-1585).

 

 

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