A História do Profeta Yunus (Jonas) (A.S.)

Por Kamal al-Sayyd
Traduzido por Ismail Ahmed Barbosa Júnior

Os assírios viviam em grandes cidades no vale do Rio Tigre. Naynawa era a maior delas. Era a capital de seu país. Mais de cem mil pessoas viviam em Naynawa. Elas viviam de atividades agrícolas. Semeavam seus extensos campos e criavam seus rebanhos naquela terra fértil. O Profeta Yunus nasceu naquela grande cidade. Quando se tornou adulto viu que seu povo adorava ídolos. Allah, o Exaltado, escolheu seu servo Yunus (A.S.) como Profeta. Yunus acreditava em Allah, o Deus Único e Poderoso. Ele compreendia que os ídolos eram apenas pedras inúteis.

Allah, o Glorioso, enviou Yunus ao povo de Naynawa para instruí-los à adoração a Allah, o Único, e para que abandonassem a idolatria. O povo de Naynawa era bom, mas associavam parceiros a Allah. Adoravam os ídolos desde há muito tempo. O Profeta Yunus foi até eles e iniciou sua pregação, aconselhou-os e disse: “Adorai a Allah somente, o Glorioso. Não associeis nada a Ele.” O povo de Naynawa estava acostumado a adoração dos ídolos. Acreditavam que estes tinham algum efeito em suas vidas. O Profeta Yunus os convocou a adoração a Allah, o Deus Único. Contudo, os esforços de Yunus foram inúteis.

O Profeta alertou-os sobre o resultado de sua teimosia e disse a eles: “Se permanecerdes a adorar os ídolos, Allah, o Glorioso vos castigará .” O Profeta Yunus estava zangado com o povo de Naynawa. Ele avisou-os da punição de Allah. Yunus deixou Naynawa e foi embora. Ele rumou para o mar mediterrâneo. Achava que Allah castigaria o povo de Naynawa.

Muitos dias se passaram. Porém, não recebeu nenhuma notícia sobre o povo de Naynawa. Ele inquiriu muitos viajantes sobre eles: “Como está o povo de Naynawa?” “Está vivendo bem,” respondiam os viajantes. O Profeta Yunus estava surpreso. Allah não tinha punido o povo de Naynawa. Por esta razão, ele continuou sua viagem para o Mar Mediterrâneo.

Arrependimento

Então, deixemos o Profeta Yunus continuar sua jornada. Retornemos para a grande cidade de Naynawa. O que tinha acontecido na cidade? Por que Allah não castigou seu povo? Quando o Profeta Yunus deixou a cidade ele estava zangado. Depois de alguns dias o povo de Naynawa avistou sinais ameaçadores. O céu estava cheio de nuvens negras e havia algo como fumaça no céu. Algumas pessoas tementes viram aqueles sinais. Chegaram à conclusão que Allah castigaria o povo de naynawa e destruiria a todos. Eles compreenderam que Allah reduziria a cidade a ruínas.

Em virtude disso, os tementes alertaram o povo contra o castigo de Allah. Disseram: “Tenhais misericórdia de vós mesmos! De vossos filhos e filhas! Por que sois teimosos? Yunus jamais mentiu. Allah certamente vos punirá.” O povo de Naynawa viu os sinais do castigo de Allah de maneira que começaram a pensar no seu destino e no destino de seus filhos e filhas, e da cidade. Compreenderam que os ídolos não lhes seriam de nenhuma valia. Que eram meras pedras que seus antepassados haviam fabricado com suas próprias mãos. Assim, perguntaram entre si: “Por que adoramos ídolos? Por que não adoramos a Allah?

O povo de Naynawa queria se arrepender. Eles estavam desatentos e então se tornaram conscientes. Estavam adormecidos e então despertaram para a verdade. Por esta razão começaram a procurar pelo Profeta Yunus. Eles anunciaram sua fé em Allah, o Glorioso. Todavia, Yunus tinha deixado a cidade e ido para um lugar distante. Ninguém sabia para onde ele tinha ido. Assim eles se reuniram num lugar. Um dos tementes veio e disse: “Ó povo de Naynawa, anunciai vossa fé em Allah. Allah é misericordioso para com seus servos. Demonstrai a Ele vosso arrependimento. Pegueis vossos bebês e façam-nos chorar. Tireis vosso gado dos campos de pastagem de modo que tenham fome e chorem.”

O povo fez isso. Eles tiraram os bebês de suas mães. Os recém-nascidos e suas mães choraram. Os animais choraram devido à fome. Assim, não houve nenhuma atividade na cidade de Naynawa. Todo o povo da cidade chorou por seus pecados, e então eles se tornaram crentes em Allah, o Deus Único. As nuvens negras se dissiparam pouco a pouco e então o céu azul começou a surgir. O sol brilhou novamente. O povo de Naynawa se alegrou com a grande clemência de Allah, com a benção da fé e da vida.

Eles aguardavam pelo retorno de seu Profeta. Porém, sua espera foi inútil. O Profeta Yunus estava zangado quando partiu. Ele não voltava. Para onde ele tinha ido?

No Mar

O Profeta Yunus chegou ao mar Mediterrâneo. Ele parou no porto. Esperava por um barco para ir até uma das ilhas. Um barco chegou e estava cheio de passageiros. Quando o barco ancorou, alguns desembarcaram e outros subiram a bordo. O Profeta Yunus estava entre os que embarcaram. Os marinheiros içaram velas e o barco partiu. Quando o barco estava no meio do mar, fortes ventos sopraram e as ondas se encresparam. Enquanto o barco cruzava o mar agitado, uma baleia apareceu. A baleia surgiu no meio das ondas se elevou e caiu batendo violentamente seu rabo nas águas, o que causou um grande estrondo semelhante a uma explosão. Os peixes assustados, se afastaram dali. A baleia parou por um momento, e em seguida, esguichou água como uma fonte. A baleia se lançou em direção a embarcação e se virou rapidamente. Moveu seu rabo formando uma imensa onda. A onda golpeou a embarcação com violência. O capitão do barco disse para si mesmo: “A baleia quer afundar e destruir o barco.”

A criatura era imensa enquanto o barco era pequeno. O Capitão via apenas uma solução. Ele tinha que satisfazer a baleia com um dos passageiros. Assim, os passageiros tiraram a sorte. E esta caiu para Yunus, o Profeta de Allah. Yunus rumou corajosamente para enfrentar seu destino.

O Profeta Yunus sabia que o tinha acontecido era de acordo com a vontade de Allah. Portanto, ele não teve medo quando se lançou nas águas profundas. Os passageiros e a tripulação viram a baleia indo na direção de sua vítima. Depois disso não viram mais nada. Yunus e a baleia desapareceram. A embarcação estava livre do perigo. O que aconteceu no mar?

No Estômago da Baleia

As ondas tragaram Yunus. Quando ele nadava para se salvar do perigo viu a baleia se aproximando e abrindo sua grande e assustadora boca. Alguns momentos se passaram. Yunus estava na boca da baleia, e então foi engolido, indo para seu grande e escuro estômago. No estômago da baleia, Yunus disse a Allah: “Não há Deus senão Tu. A glória pertence a Ti. Em verdade fui um dos injustos.” Yunus disse estas palavras porque tinha fé em Allah, que tem o poder sobre todas as coisas. O Profeta Yunus sentiu que tinha que retornar a Naynawa, e não seguir para alguma ilha remota. Por esta razão Yunus começou a glorificar a Allah o Criador.

As horas se passaram. Yunus continuava no estômago da baleia. Mais horas se passaram, enquanto a baleia nadava pelo mar profundo. O Profeta Yunus ainda estava glorificando a Allah, dizendo: “Não há Deus senão Tu. A glória pertence a Ti. Em verdade fui um dos injustos.” Dias e noites se passaram desta maneira.

A Praia Segura

Allha, o Glorioso, quis que a baleia se aproximasse da praia de uma das ilhas. Enquanto a criatura se aproximava, seu estômago se encolheu e água saiu dele. Yunus estava em meio a água, e então foi expelido nas areias de uma praia. Allah teve misericórdia de Yunus. Fez com que ele fosse deixado numa praia sem rochas. Se houvesse rochas na praia, o corpo de Yunus teria sido ferido. Yunus estava muito fraco. Estava quase morrendo de sede. Não conseguia se mover. Necessitava descansar à sombra. O que fez ele quando se encontrava sozinho na areia da praia?

Allah, o Glorioso, fez surgir uma planta (cabaceira) que fez sombra sobre Yunus. O Profeta Yunus se sentou à sombra das grandes folhas daquela planta. Enquanto isso ele se alimentava de seus frutos. Vale a pena dizer que os frutos dessa planta contém substâncias úteis para a recuperação dos tecidos da pele e para o fortalecimento do organismo. Além disso, moscas não se aproximam dessa espécie de planta. Allah, o glorioso, salvou Yunus do ventre da baleia. Assim, o Profeta Yunus compreendeu que Allah tinha o poder sobre todas as coisas. Yunus se recuperou e voltou a cidade de Naynawa .

O povo da cidade recebeu-o calorosamente. Eles todos acreditaram em Allah, e portanto não foram punidos. As crianças brincavam. Os homens trabalhavam em suas terras. Os animais pastavam em paz nos campos. Yunus ficou feliz quando percebeu que seu povo tinha se tornado crente em Allah.

“E também Jonas foi um dos mensageiros. O qual fugiu num navio carregado. E se lançou à deriva, e foi desafortunado. E uma baleia o engoliu, porque era repreensível. E se não se tivesse contado entre os glorificadores de Deus, teria permanecido em seu ventre até ao dia da Ressurreição. E o arranjamos, enfermo, a uma praia deserta, e fizemos crescer, ao lado dele, uma aboboreira. E o enviamos a cem mil (indivíduos) ou mais. E creram nele, e lhes permitimos deleitarem-se por algum tempo.” (Alcorão Sagrado C.37 – V.139 a 148)

“E (recorda-te) de Dun-Num quando partiu, bravo, crendo que não poderíamos controlá-lo. Clamou nas trevas: Não há mais divindade do que Tu! Glorificado sejas! É certo que me contava entre os iníquos! E o atendemos e o libertamos da angústia. Assim salvamos os fiéis.” (Alcorão Sagrado C.21 – V.87 e 88)

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