O mártir Ayyatullah Mortedha Motahari nasceu em 2 de fevereiro de 1919, em Farimán, uma cidade ao noroeste do Irã, na província de Khorasán. Seu pai, o Sheikh Mohammad Husain Motahari, foi um homem piedoso e, conseqüentemente, respeitado e amado pelos muçulmanos.
Mortedha Motahari iniciou seus estudos preliminares no Maktab Jana (escola primária tradicional) da localidade de Farimán, e desde cedo demonstrou um talento especial e uma grande devoção pelo conhecimento, assim como uma inteligência aguda e um grande entusiasmo para a compreensão da ideologia islâmica.
Em 1932 se mudou para a cidade santa de Mash-had, onde se encontra a tumba e o santuário de Ali Abul Hassan Al-Redha, o oitavo Imam dos muçulmanos, a paz esteja com ele, e lá se dedicou aos estudos islâmicos preliminares. Aos 17 anos viajou para a cidade santa de Qom, e enquanto o amor pela filosofia islâmica firmava seu caráter, adquiria grandes benefícios dos ensinamentos de ulemas (líderes religiosos) como o Sayyed Mohammad Hoyyat e o Ayyatullah Sadruddín Al Sadr. Em 1940 participou das aulas de grandes professores como o Ayyatullah Boruyerdí e o Ayyatullah Ruhullah Musaui Al Khomeini, este último que mais tarde se tornou o Imam (líder) da Revolução e fundador da República Islâmica do Irã.
Em 1950 começou a interessar-se pela vida e obras de Ibn Sina (Avicena) e junto a discípulos como o Imam Musa Sadr do Líbano e o Ayyatullah Hussain Alí Montazerí participou das aulas do eminente filosofo e sábio islâmico Allamah Mohammad Hussain Tabataba’i, do qual recebeu valiosos conhecimentos e preciosos conselhos. Tabataba’i é o autor do monumental e profundo “Tafsír Al-Mizan” (O Equilíbrio na Interpretação do Alcorão), obra que consta de 22 tomos em língua árabe. Mais tarde, Motahari escreveria um notável comentário sobre outra obra de Tabataba’i chamada “Usul-i-Falsafah” (Fundamentos de Filosofia).
Motahari viajou a Teerã em 1952, e ali pôs todos seus esforços para reativar a educação islâmica dos estudantes universitários, ameaçada pela contaminação estrangeira propiciada pelo regime do Xá. Dessa forma se tornou publicamente ativo, pronunciando discursos revolucionários em centros religiosos e intelectuais. Além disso, participou ativamente na organização das mobilizações dos muçulmanos contra a tirania imperante e a formação de seus quadros, e até os últimos momentos de sua vida não poupou esforços para vitalizar o movimento islâmico revolucionário.
O Ayyatullah Motahari teve um papel preponderante na vitória da Revolução Islâmica de 11 de fevereiro de 1979, que destruiu a dinastia e o sistema criminal dos Pahlaví, e que sob a liderança do Imam Khomeini cortou as mãos sujas do imperialismo norte-americano.
Sua firmeza em evitar que os inimigos do Islam e da liberação dos oprimidos do mundo pudessem subverter a influência de suas idéias fez com que ele fosse alvo das balas de agentes contra-revolucionários a serviço da opressão mundial em 2 de maio de 1979, depois de três meses do triunfo da revolução, enquanto dirigia uma árdua sessão do Conselho Revolucionário Islâmico.