A Ablução e suas Razões

Em Nome de Deus Clemente Misericordioso

“E enviamos do céu a água pura” (Alcorão Sagrado)

Palavra de “Dár El Tawheed”

Louvado seja Deus! O Qual nos agraciou com o raciocínio e transbordou sobre nós o conhecimento! Que a prece e a paz estejam com o nosso senhor Mohammad, portador da mensagem da orientação e das diretrizes que iluminaram a vereda da felecidade para os devotos!

Que a paz esteja com “Ahel Al-Bait” familiares do Profeta (S.A.A.S.) e os prestigiosos Imames seus descendentes e Líderes guias!(A.S.) .

E que a paz esteja com os companheiros, filhos da Escola do Islam e com todos que seguem até o Dia da Prestação de Contas!

A proporcionalidade e o equilíbrio nos ensinamentos do memorável Islam, seja por seus dogmas ou seus métodos, deixam uma totalidade de fundamentos nos campos da crença, da jurisprudência e da ética, os quais direcionam-se a tudo que convém ao ser humano, ao Universo e ao que há nele e o rodeia, com tanta minúncia, que deixa o intelecto irresoluto e a mente perplexa.

No tempo em que observamos os ignotos antigos e modernos se empenharem em realizar algumas destas “conveniências”, com a finalidade de corrigir, dirigir e conservar incólume a vida humana, cedo ou tarde, acabam fracassando.. porque elas carregam as sementes débeis e congênitas desde a sua criação, já que surgem adulteradas de um lado ou de outro, em relação aos demais sentidos e aspectos, aptos no cuidado e no interesse.

Por exemplo, alguns povos da Índia têm práticas e hábitos irregulares e forçosos, com o objetivo de exercitar o espírito, e com isso, deixam a sujeira e a imundíce acumularem em seus corpos, sem se preocuparem com o asseio, a higiene e o cuidado com eles. Ao passo que os povos europeus se preocupam demasiadamente com a aparência e o embelezamento material ao lado de uma pobreza exagerada de espírito, da falta de consciência limpa e da falta de pureza n’alma, por causa por causa da sujeição à tirania materialista e à arbitrariedade voraz que se traça sobre os povos desventurados.

Não há nada que se compare com o estigma da moderação e do equilíbrio no Islam, no que concede à necessidade da “pureza da alma” contra a obscenidade da apostasia, da promiscuidade e da idolatria, e no que diz respeito à “pureza do corpo”, do alimento e da indumentária contra as imundíces e a sujeira.

E, se “Dár El Tawheed” apresenta aos seus prezados leitores a busca sobre A Ablução e suas Razões anexando-se-lhe a filosofia da purificação no Islam, é porque o efeito disso, retorna ao comportamento individual e social, e à trajetória do homem nesta vida terrena.

Rogamos a Deus Supremo que nos purifique contra as culpas e os pecados, e nos faça puros de espírito e de corpo…

Sempre leais aos dogmas do Islam!

“Dár El Tawheed”

A Filosofia da Purificação

A higiene e a purificação, são dois princípios básicos que a educação islâmica tem o cuidado de preservar, e, os dogmas a aplicam com bastante rigor e cautela, tornando-os um estigma fundamental ao indivíduo e à sociedade muçulmana.

Portanto, o verdadeiro muçulmano deve se conservar sempre limpo e asseiado, cuidando do seu corpo, de sua roupa, de seu cabelo e de sua aparência em geral, inclusive na sua casa e pertences particulares.

Por outro lado, a sociedade islâmica cuida da higiene geral, tais como, das ruas, das praças, dos prédios públicos e particulares, dos locais de trabalho, dos restaurantes, das mesquitas, dos hospitais, etc..,

E aliás, esta preocupação no Islam é minuciosa e meticulosa quanto à esta questão, tornando-a um hábito e uma obrigação na limpeza e na purificação do muçulmano em sí, sempre alertando-o contra os resultados nocivos e prejudiciais ao corpo e ao espírito, caso não os utilizasse e praticasse.
A tradição (Al-Hadís) menciona um alerta aos muçulmanos, para que utilizassem a higiene e purificação, fazendo delas uma necessidade, conforme o seguinte:

“Deus é Bondoso e aprecia a bondade, É limpo e aprecia a higiene, É Generoso e aprecia a prioridade! Sejais, portanto, asseiados e mantenhais limpos os vossos adros e não vos assemelhais aos judeus”.

Por conseguinte, a limpeza, o asseio e a beleza, são os destaques na vida do indivíduo e da sociedade material islâmica.

O asseio se distingue da purificação nos conhecimentos dogmáticos, apesar de serem compatíveis, pois a purificação se compreende pela: ablução, lavagem e ou ‘tayammom’, isto é, limpar- se esfregando a parte desejada do corpo com areia, em casos excepcionais, tais como, depois do ato sexual da mentruação, das ventosidades, dos excrementos, etc… que a jurisprudência islâmica e delimitou e esclareceu (1).

A purificação no Islam se aplica em diversas ocasiões, dentre as quais, no culto, como a oração (Açalát), o jejum (Açaum), ao entrar na mesquita, ao circunda a Caaba, etc…

O Islam não se limita na pureza material, para conservar o asseio do corpo, da roupa, dos objetos, etc… mas também, e de uma forma integral, na pureza da alma, do coração e de tudo que diz respeito à consciência e ao espírito, purificando-se do rancor, da falsidade, da hipocrisia, da extravagância, da opressão, da promiscuidade, e de todas as atitudes e ideologias adulteradas e deturpadas, para que o ser humano possa ser integralmente purificado, interna e externamente.

Por isso, o Alcorão Sagrado impele à pureza da matéria, conforme podemos verificar nos seguintes Versículos Alcorânicos:

“Receba de seus bens uma caridade que os purifique e os confirme por ela, e roga por eles, e Deus é o Oniouvinte, Sapientíssimo” – Surat Attaubah – C. 9, Vers. 103.

“… é uma mesquita que se fundou sobre os alicerses da piedade desde o primeiro dia, ela é portanto, mais digna orares nela. Nela há homens que anseiam para serem purificados e Deus aprecia os que se purificam” – Surat Attaubah – C. 9, Vers. 108.

“Consultar-te-ão acerca da menstruação, dize-lhes: Isto é nocivo! Abstende-vos pois, das mulheres menstruadas e não vos acerqueis delas até que se purifiquem, e quando tiverem se purificado, podeis se aproximar delas, como Deus vos tem imposto, porque Deus ama os que se arrependem e os que estão purificados” – Surat Al-Baqara – C. 2, Vers. 222.
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1. Se as impurezas da urina, fezes, sangue, cadáver, etc… tocaram em algo ou alguem, estes tornaram-se imouros, caso contrário, estariam insetos da imundíce, o que se chamaria de purificação.

“ Ó vós que crestes! Quando dispuserdes à oração, lavai os vossos rostos e as vossas mãos até os cotovelos, e enxugai as vossas cabeças e os vossos pés até os tornozelos, e se praticastes o sexo, higienizai-vos, e se estiverdes enfermos ou em viagem, ou veio algum dentre vós de lugar escuso, ou houver tocado nas mulheres e não tenha encontrado água, que recorra então à areia (ou terra limpa) e esfrega com ela seus rostos e suas mãos. Deus não deseja impor sobre vós alguma isolação, porém, Ele deseja purificar-vos e concluir sobre vós a Sua bênção, para que lhe agradeçais” – Surat Al-Má-eda-C. 5, Vers.6.

Com o que foi mencionado, o Alcorão confirma a convocação de Deus à purificação da alma através do arrependimento, do ato em repartir e oferecer algo do dinheiro e da fortuna entre os necessitados, e majoração das práticas do bem e da obediência a Deus, assim como convoca à purificação da matéria com a água ou com a terra, tornando essas práticas um hábito e um dever de todo muçulmano, a fim de fazê-lo um ser asseiado, limpo e purificado no meio social em que vive, livre das impurezas, da sujeira e dos micróbios que definham o corpo e prejudicam a saúde. Por outro lado, a sujidade e a imundíce deformam a beleza da vida em sí e sua essência. Consequentemente, esta convocação tem como objetivo constituir um ser humano limpo de coração, tendo o espírito inseto das obscenidades, corrupções e deturpações.

Deus abomina o coração maligno e maldoso, e aquele que é como tal, o seu final será a ruina e a tortura infernal, conforme o Versículo Alcorânico abaixo:

“para que Deus possa distinguir entre o maligno e o bondoso e amontoe os maus uns sobre os outros, ajuntando-os a todos, e, arrojá-los-á no Inferno. Estes são os derrotados” – Surat Al-Anfál – C. 8, Vers.37 .

Deus Glorificado despreza a aparência suja, abomina a imundíce e detesta quem o é, pois a sujeira deforma a beleza do ser humano e provoca nele o desinteresse pela vida, fazendo-o criar um ambiente asqueroso, sórdido e repelente ao seu redor. Por isso, o Apóstolo Mohammad (S.A.A.S.) se expressou sobre esta verdade, dizendo:

“ Deus abomina o sujo e o desgrenhado!”

A Jurisprudência da Purificação

A Purificação

É a denominação para a ablução, ou lavagem, ou “tayammom”, isto é, fricção do rosto e das mãos com a areia, em razão de sua influência no consetimento à oração.

A purificação se divide em duas partes, a saber:

a) A purificação obrigatória – que é a ablução diária para a oração, tal como a lavagem dos órgãos sexuais após o coito (Al-Janába) e a lavagem da menstruação (Al-Haid), etc…

b) A purificação voluntária – que é a ablução pela intenção de se aproximar a Deus Supremo, a ablução de sexta-feira ou a ablução dos dias festivos, etc…

Os Banhos Obrigatórios ( 1 )

O Islám legalizou seis tipos de lavagens obrigatórias e as determinou sobre nós por suas razões, a prática dos ritos que requerem a lavação, as quais são:

1) O banho após a relação sexual. (AL – JANÁBA ).
2) O banho da menstruação (AL – HAID ).
3) O banho da leucorreia, ou seja, corrimento ( AL – ISTIHÁDA).
4) O banho da parturiente (ANNAFÁS).
5) O banho no caso de tocar os mortos antes dos mesmos serem lavados e já frios, porém, se o toque ocorrer após o banho, ou o corpo ainda quente, dispensa-se o banho.
6) O banho dos mortos.

OBS. – Os cinco primeiros banhos acima, têm uma única forma, pórem, o banho dos mortos se destaca, por quanto o morto é lavado com três tipos de agua, sendo o 1°tipo, a água deve ser misturada com folhas de sidra, o 2° tipo, a água deve ser misturada com cânfora, o 3° tipo, a água deve ser pura e inseta de qualquer produto ou perfume.
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1. No caso de houver impedimento de se lavar, por motivo de falta d’água ou de tempo, ou por doença, etc… o justificado deve se utilizar do “tayammom” depois de limpar-se das impurezas, embora não estiver possibilitado em se lavar.

A Forma do Banho

Caso venha a ocorrer ao responsável tocar involuntáriamente ou não nos órgãos genitais, na secreção do nariz, no sangue, na parturiente ou no morto já frio e ainda não lavado, torna-se-lhe obrigatório de se lavar, a fim de poder cumprir com as obrigações para com os cultos que exigem a purificação da “Questão Maior” (1).

As partes que necessitam serem lavadas, e a forma de sua lavagem, são as seguintes:

a) Banho pela submersão – o que significa que a pessoa deve submergir na água quando se trata de um rio, banheira, piscina, mar, etc, para que a água lhe cobrisse todo o corpo.
b) Ordenação do Banho – e sua descrição:

1. Lavar a cabeça e o pescoço.
2. Lavar o lado direito do corpo.
3. Lavar o lado esquerdo do corpo.

Depois de termos conhecimento sobre os banhos obrigatórios e devidos, e soubemos de suas razões, passamos a detalhar em capítulos especiais, algo sobre as jurisprudências aplicadas aos seguintes:

1 – O SEXO (AL – JANÁBA).
2 – A MENSTRUAÇÃO (AL – HAID).
3 – A LEUCORREIA OU CORRIMENTO ( AL – ISTIHÁDA).
4 – A PARTURIENTE ( ANNAFÁS ).
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1. A “ Questão Maior ” refere-se a toda parte do corpo que precisa ser lavada, após o ato sexual, do monco do nariz, da menstrruação, da leucorreia (corrimento), da parturiente, por tocar nos mortos cujo corpo já esfriou do calor da vida. A “ Questão Menor ” é quando a ablução se torna necessária pela razão dos vestígios deixados pela urina, fezes, ventosidades, cerúmen e secreção dos olhos que ocorre durante o sono.

1- O Sexo (Al-Janába)

Esta questão tem dois aspectos que são:

a) Escorrimento do esperma, seja em qualquer meio ou ocasião.
b)Durante o ato sexual, mesmo que o sêmen não venha a escorrer, e isto é válido a ambos os sexos.

Portanto, se escorrer um desses dois casos acima mencionados, considera-se como ato sexual, e o casal deve se lavar se quiser praticar algum ritual que exija a ablução e purificação, tal como a oração, o jejum ( 1 ), etc…

Entretanto, existem casos em que, se ocorrer algum escorrimento (por alguma razão visual ou mental) durante a prática do ritual religioso, esta torna-se-á nula, exceto se isto acontecer antes, e o (a) praticante se purificar novamente e em tempo hábil, ficando viável nos seguintes:

1) Na oração (com excessão na oração dos funerais), a prece do acometido pela secreção, torna-se inválida, caso ele deixe de se lavar convenientemente.
2) Na Circulação ao Redor da Caaba, torna-se absolutamente sacrílego, pois o circundante está condicionado à purificação inenterrupta da secreção.
3) No Jejum, a sua prática torna-se correta se tiver sido feita a purificação contra as impurezas em geral e sem excessão. Por isso, é inadmessível manter os resíduos da secreção até o surgimento da aurora, ficando-o (a) jejuador (a) sujeito (a) ao julgamento e à expiação. O mesmo ocorre àqueles que se esquecerem de lavar os órgãos genitais, as narinas e demais partes do corpo, especialmente no mês abençoado de Ramadán.
4) Não é permitido àqueles que não se purificaram após o ato sexual tocarem no Alcorão Sagrado, e nem prununciar os atributos de Deus.
5) Não é permitido àqueles que não se purificam após o ato sexual entrarem numa Mesquita e permanecerem nela, e, caso chegarem entrar, deverão sair imediatamente por outra porta. É lhes vedada termenantemente a entrada no “Massjed Annabaui” em Medina, se não tiverem se purificado antes.
6) Não é permitido àqueles que não se purificaram após o ato sexual lerem ou recitarem os Versículos da Prostação, constantes nas chamadas Suratas da Conjuração (Súar Al-Azá-em), que são: Surat Assajda (Cap.32), Surat Fussilat (Cap.41), Surat Annajm (Cap.53), Surat Al-Alaq (Cap.96).

OBS.- Aqueles que praticam o ato sexual, só podem comer e beber depois de limparem e lavarem seus órgãos sexuais, fazendo a ablução, o gargarejo e a inalação. O mesmo ocorre no caso de irem dormir, que só poderão fazê-lo após a ablução ou do “tayammom” se não houver a possibilidade de se utilizarem da água, por algum motivo ou falta dela.

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 1. Durante o período do jejum não é permitida a prática do ato sexual, comer beber, fumar, etc… exceto à noite, quando se permite o desjejum do dia. Nesse caso, o (a) crente deve se limpar e depois se lavar em seguida, sempre antes de romper a aurora, caso contrário, o seu jejum daquele dia, torna-se inválido diante de Deus.

2 – A menstruação (Al-Haid)

É o fenômeno fisiológico caracterizado por uma perda de sangue das mulheres sadias, ocorrendo o fluxo mensalmente e que pode ser chamado de mênstruo ou menstruação. A duração da menstruação equivale no mínimo por três dias e no máximo por dez dias. Entretanto, se a mentruação ocorrer somente por dois dias ou menos, não se lhe aplicam as sentenças circunspectadas. O mesmo ocorre se mênstruo perdurar por mais de dez dias, pois ocorre se mênstruo perdurar por mais de dez dias, pois do 11° dia em diante, não é considerado período de Menstruação.

A Jurisprudência da Menstruação

1) Está vedada a oração para a mulher menstruada, ou seja, a oração não lhe é obrigatória durante o período de sua menstruação e nem nos dias quando escasseiam.

2) O jejum não convém à mulher menstruada, a qual terá de repor os dias não jejuados depois do mês de Ramadán.

3) Tudo que é vedado pelo ato sexual (Al-Janába) o é também para a mulher menstruada, tal como, a entrada na Mesquita, o toque no Alcorão Sagrado, a pronúncia verbalmente dos atributos de Deus Supremo, a leitura de Versículos Alcorânicos, a circulação ao redor da Caaba, etc…

4) Não é permitido o ato sexual com a mulher menstruada.

5) Não é permitido divorciar-se da mulher que acabara o período de sua menstruação (pelo fato de haver alguma possibilidade de estar grávida).

6) É mistér que a mulher menstruada se lavar contínuamente por questões de higiene, principalmente quando termina o seu período, ela deve praticar a lavagem e a ablução de após menstruação, a fim de cumprir com suas obrigações religiosas, devidamente purificada.

3 – A Leucorreia (Al-Istiháda)

Às vezes ocorre à mulher o que se assemelha à menstruação sem tê-la, escorrendo-se-lhe do local normal e adequado de seu corpo, e isto denomina-se por Leucorreia ou simplesmente “corrimento” na linguagem popular, à qual tem circunspecções especiais no Islám. Como a mulher pode distinguir a leucorreia?

Antes porém, de apresentarmos a jurisprudência adotada para o assunto em questão, passamos a expor os fatos que apontam a Leucorreia, e que são:

1) Todo sangue que escorre da vagina da mulher, e não sendo pela menstruação, ferida, úlceração ou parto, denomina-se por Leucorreia ou Corrimento (Istiháda).

2) A leucorreia normalmente é fria e se distingue da menstruação pelo seu aspecto líquido, esbranqiçado ou amarelado, não acompanhado de sangue e conforme o caso, acompanhado com prurido, irritação e cheiro desagradável, enquanto a mensruação e da cor vermelha ou quase preta.

3) Em certas ocasiões, a leucorreia se assemelha característicamente com a menstruação, porém, é possível distinguí-la da seguinte forma:

a) A maioria das mulheres conhece o seu período mensal de menstruação, enquanto a leucorreia (corrimento), não tem um determinado tempo.
b) Pela duração, pois a menstruação é ocasionada entre três e dez dias, entretanto, se o fluxo sanguíneo se interromper antes de três dias ou se prolongar por mais de dez dias, entretanto, se o fluxo sanguíneo se interromper antes de três dias ou se prolongar por mais de dez dias, será considerada Leucorreia (Istiháda).
c) A Leucorreia pode ocorrer antes da puberdade ou em idade avançada (Oficialmente, acima dos cinquenta anos), visto que, a menstruação é inseta nas mulheres destas duas faixas de idade.

JURISPRÛDENCIA DA LEUCORREIA (AL-ISTIHÁDA)

1) A mulher acometida com a Leucorreia (corrimento), deve cumprir com as obrigações da oração e do jejum, desde que pratique a purificação e a ablução que lhe é exigida. Mais adiante, apresentaremos a forma de limpeza e da purificação, por se distinguir da menstruação neste caso.

2) É permitido à mulher infectada com a Leucorreia (depois de se purificar) entrar na Mesquita e ler os Versículos da Prostação (Suar Al-Azá-em), porém, não lhe é autorizado tocar nas letras do Alcorão e nos atributos a Deus, sejam eles escritos no Livro de Deus ou em outro lugar.

3) É permitido ao homem praticar com sua esposa, se ela estiver infectada com a leucorreia porém, ela deve se banhar convenientemente antes do ato sexual e depois dele.

A Leucorreia (Al-Istiháda) se divide em três partes, pela proporção de quantidade do escorrimento na mulher, a saber:

1) Pequeno Corrimento – É um muco claro, o que é normal, e sua quantidade aumenta antes da ovulação. Para um teste, a mulher deve colocar na entrada da vagina um chumaço de algodão. Se este ficar levemente molhado , considera-se que a Leucorreia é normal. Mesmo assim, a mulher deve se banhar e se purificar antes das práticas sexuais e religiosas, da seguinte forma:

a) Deve se lavar bem toda a região íntima e enxaguá-la com água pura, depois de se enxugar com a toalha límpida, colocar o algodão ou um absorvente (isto, no caso da prática religiosa). Esta operação deve ser executada toda vez que pretender cumprir com o ritual da oração, por exemplo.

b) A mulher, além de se lavar, deve fazer a ablução toda vez que for praticar a oração. Não é conveniente orar duas vezes entre uma ablução e outra.

Digamos que ela fez a lavagem e a ablução e foi orar a Oração do Crepúscolo (Salát-Al-Maghreb), e se manteve limpa e purificada e pretendeu orar a Oração do Anoitecer (Salát-Al-Achá), neste caso, ela deve fazer a ablução novamente, pois para cada obrigação deve haver uma ablução (por causa da intenção ao objetivo), e assim por diante.

2) Médio Corrimento – É quando a quantidade estiver maior do que o Pequeno Corrimento, visto pela absorção do algodão ou absorvente, sem que o escorrimento chegue a pingar. Nesse caso, a mulher deve proceder da seguinte forma:

a) Deve trocar o absorvente ou algodão em amiude, e, quando pretender a oração, deverá se banhar e se purificar, e depois fazer a ablução, repetindo a operação toda vez que ela for orar.

b) Após a lavagem vaginal, a mulher deve fazer a ablução pela intenção à cada oração, tal como se procede com o Pequeno Corrimento.

3) Corrimento Abundante – Especialmente quando acompanhado de prurido e odor desagradável, pode ser sintoma de uma infecção, e isoo pode ser constatado, quando o absorvente ou o algodão estiverem enxarcados. Nesse caso, a mulher deve proceder da seguinte forma:

a) Deve trocar de absorvente em amiude, e, quando tencionar a oração, ela deverá se lavar e se purificar e depois fazer a ablução, repetindo isso toda vez que pretender orar.

b) A mulher infectada com o Corrimento Anbudante, deve se lavar pela manhã ao acordar.
Antes das 12:00 horas, ela deverá se banhar e fazer ablução para a Oração do Meio-Dia (Salát Azzohr) e Oração da Tarde (Salát Al-Açr).

Antes da Oração do Crepúsculo (Salát Al-Maghreb) e da Oração do Anoitecer (Salát Al-Achá) deverá se lavar e fazer a ablução.

Entretanto, apesar de não lhe obriga fazer a ablução entre as duas orações consecutivas, ela é obrigada a se banhar e purificar entre cada oração e outra, pois a purificação é imprescindível antes de cada oração ou qualquer outro ritual religioso.

Obs:

1) É permitido o jejum às mulheres que têm Corrimento Pequeno e Médio, desde que se purifiquem pela lavagem e ablução. No caso de não haver a intenção à oração, elas estão insetas da ablução após as lavagens.

2) Aquelas que estão infectadas com o Corrimento Abundante, não lhe és permitido o jejum, exeto que se lavem e se purifiquem integralmente durante o dia e da noite, o que é práticamente difícil, por isso, elas estão isentas do jejum.

4 – A Parturiente (Annafás)

É a mulher que dá a luz à uma criança, e o sangue que ela expele, é provocado pelo parto (seja normal ou cesariana).

Particularmente, a Parturiante (Annafás) tem circunspecções determinadas pelos dogmas islâmicos, ligadas à ela, à sua devoção e ao seu relacionamento com seu marido. Contudo, eis que mencionaremos as jurisprudência mais importantes, que dizem respeito à esta questão:

1) O sangue a Parturiente perde após o parto por causa da ruptura dos tecidos internamente, tem duração indeterminada (distiguindo-se de mulher para mulher), devido à sua pouca quantidade, podendo durar por minutos, horas ou dias, e depois cessa, retornando a primeira menstruação depois de quatro a oito semanas.

Por conseguinte, esta perda de sangue logo após o parto, cujo tempo é indeterminado, considera-se este tempo como sendo (O ESTADO FÍSICO DA MULHER QUE ACABARA DE DAR A LUZ) ou seja, simplesmente Parturiente (Nafás), a qual deve se manter a sua higiene impecável, lavando-se e purificando-se a fim de cumprir as obrigações religiosas.

2) O tempo máximo da Parturiente é de dez dias, a contar do início do fluxo sanguíneo( 1) logo após o parto, e, caso o fluxo venha a se prolongar por mais de dez dias, estes dias a mais, não se contarão dentro da jurisprudência islâmica, por considerá-lo sangue de feridas ou leucorreia, ou, outro problema físico.

3) Tudo que é vedado à mulher menstruada, o é também à parturiente, tal como, a entrada na Mesquita, o toque na escrita do Alcorão Sagrado, etc. E, tudo que não convém ser praticado pela mulher menstruada, o mesmo se aplica à mulher que acabara de dar a luz à uma criança, durante o seu período de dez dias após o parto, sendo ela inseta e desobrigada de jejuar, orar, etc, tratando-a com carinho e respeito.

4) A Parturiente deverá repor as orações e os dias de jejum, logo após o término de seu período de convalescença nos dez dias contados a partir do dia do parto.

5) Depois de terminado o período do sangramento pós parto, a parturiente deve proceder o ritual da lavagem e ablução a fim de poder praticar o seu culto religioso imposto com a purificação.

E graças a Deus, Senhor do Universo!


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1. Caso tenha o fluxo sanguíneo se demorado logo após o parto, deve se contar os dias a partir do dia do parto mesmo.

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