Em nome de Deus, O Clemente, O Misericordioso.
A personalidade e a missão profética de Jesus (as) têm suscitado no decorrer dos séculos as mais variadas polêmicas. A controversa literatura constante e em especial os evangelhos canônicos e os acontecimentos históricos, marcados pelo poder da Igreja Romana, geraram todo tipo de interpretações confusas sobre o verdadeiro caráter de sua missão. As disputas e os cismas no primeiro período da cristandade provocaram distorções que perduram até a atualidade.
O Alcorão como escritura divina definitiva e livre de quaisquer adulterações humanas constitui fonte por excelência para buscarmos o que há de verdade sobre sua natureza e missão profética. Este trabalho tem por objetivo detalhar e definir à luz do Alcorão esses postulados, refutando com a verdade as falsas interpretações e concepções correntes sobre esse assunto. Procuramos estabelecer a partir de alguns versículos alcorânicos uma ordem cronológica dos fatos e citações divinas, o que sem dúvida facilitará a compreensão dos leitores quanto a todos os tópicos principais ligados a Jesus (as) e sua missão profética.
Diz o Altíssimo no Alcorão:
“ESTA É A REVELAÇÃO DO LIVRO INDUBITÁVEL QUE EMANA DO SENHOR DO UNIVERSO.” (32: 2)
E diz, Exaltado Seja, ainda:
“SEMPRE QUE TE REFUTAREM (Ó MOHAMMAD), COMUNICAR-TE-EMOS A VERDADE IRREFUTÁVEL E DELA, A MELHOR EXPLANAÇÃO”. (25: 33)
Possa esse humilde trabalho ser útil aos que buscam a verdade e se firmam a ela.
A NOBRE MARIAM (AS), ESCOLHIDA DENTRE AS MULHERES
Diz Allah, o Poderoso no Alcorão:
“RECORDA-TE DE QUANDO OS ANJOS DISSSERAM: Ó MARIA, É CERTO QUE ALLAH TE ELEGEU E TE PURIFICOU, E TE PREFERIU A TODAS AS MULHERES DA HUMANIDADE! Ó MARIA,CONSAGRA-TE AO SENHOR! PROSTRA-TE E GENUFLECTE COM OS GENUFLEXOS!” (3: 42 , 43)
A virgem Mariam (as), serva predileta de Allah, foi portanto escolhida dentre todas as mulheres, sendo devotada inteiramente a obediência e ao culto a Allah, para ser eleita como um sinal (portento) para o mundo. Devido a sua santidade e amor para com seu Senhor o Alcorão nos relata:
“… CADA VEZ QUE ZACARIAS A VISITAVA NO ORATÓRIO, ENCONTRAVA-A PROVIDA DE ALIMENTOS E LHE PERGUNTAVA: Ó MARIA, DE ONDE VEM TUDO ISSO? ELA RESPONDIA: DE ALLAH! PORQUE ALLAH AGRACIA IMENSURAVELMENTE A QUEM LHE APRAZ”. (3: 37)
Segundo tradições fiéis transmitidas pelo Imam Báqir (as) e pelo Imam Jáfar (as), quando Zacarias (as) a visitava no templo em que ela se mantinha em devoção constante encontrava junto a ela frutos que só eram produzidos em outras épocas do ano. Pela sua adoração pura, Allah determinava que os anjos a servissem e provessem suas necessidades.
Assim o Islam refuta todas as inventivas malignas dos judeus e a depreciação de muitos dos cristãos acerca de Mariam (as), a serva predileta de Allah.
A ANUNCIAÇÃO
Diz o altíssimo no Alcorão:
“E QUANDO DISSERAM OS ANJOS: Ó MARIA, POR CERTO QUE ALLAH TE ANUNCIA O SEU VERBO, CUJO NOME SERÁ O MESSIAS, JESUS, FILHO DE MARIA, NOBRE NESTE MUNDO E NO OUTRO E QUE SE CONTARÁ ENTRE OS DILETOS DE ALLAH. FALARÁ AOS HOMENS AINDA NO BERÇO, BEM COMO NA MATURIDADE E SE CONTARÁ ENTRE OS VIRTUOSOS. PERGUNTOU: Ó SENHOR MEU, COMO PODEREI TER UM FILHO SE MORTAL ALGUM JAMAIS ME TOCOU? DISSE-LHE O ANJO: ASSIM SERÁ. ALLAH CRIA O QUE DESEJA, POSTO QUE QUANDO DECRETA ALGO, DIZ: SEJA! E É.” (3 : 45 , 47)
A milagrosa criação de Jesus (as) é anunciada e detalhada aqui: uma criatura originada do sopro do espírito Divino sem o incurso de um pai sobre uma virgem. O epíteto “FILHO DE MARIA” define sua condição milagrosa semelhante a de Adão (as), sendo por isso chamado o Verbo Divino (a palavra de Allah tornada criatura).
Esta verdade, embora conhecida pelos cristãos, gerou falsas interpretações de teólogos que forjaram a crença do logos divino. Tentando provar que o verbo de Deus seria o próprio Deus, tal crença é uma apropriação da filosofia pagã dos gregos e carece de base racional, uma vez que tudo o que existe se originou do Verbo (vontade expressa de Deus) e o próprio Adão (as) embora nascido sem pai (e sem mãe) era um homem, uma criatura. Além disso, se a concepção de Jesus (as) foi sem dúvida, um milagre, um sinal do Poder de Deus Todo- Poderoso, a criação de Adão (as), foi um milagre ainda maior. De maneira que a concepção divina de Jesus (as) não pode servir de argumento para as afirmações dos teólogos cristãos de uma natureza divina do Messias (as).
Assim, diz o Alcorão:
“O EXEMPLO DE JESUS, PERANTE ALLAH É IDÊNTICO AO DE ADÃO, QUE ELE CRIOU DO PÓ ENTÃO LHE DISSE: SEJA! E FOI.” (3 : 59)
O NASCIMENTO DE JESUS (AS)
Diz Allah, o Magnificente no Alcorão:
“E QUANDO CONCEBEU, RETIROU-SE COM O SEU REBENTO A UM LUGAR AFASTADO. AS DORES DO PARTO A CONSTRANGERAM A REFUGIAR-SE JUNTO A UMA TAMAREIRA. DISSE: INX’ALLAH EU TIVESSE MORRIDO ANTES DISTO, FICANDO COMPLETAMENTE ESQUECIDA. PORÉM CHAMOU-A UMA VOZ JUNTO A ELA: NÃO TE ATORMENTES PORQUE TEU SENHOR FEZ CORRER UM RIACHO A TEUS PÉS E SACODE O TRONCO DA TAMAREIRA DE ONDE CAIRÃO SOBRE TI TÂMARAS MADURAS E FRESCAS. COME POIS, BEBE E CONSOLA-TE E SE VIRES ALGUM HUMANO FAZE-O SABER QUE FIZESTE UM VOTO PARA O CLEMENTE E QUE HOJE NÃO PODERÁS FALAR COM NINGUÉM.
E REGRESSOU A SEU POVO LEVANDO-O NOS BRAÇOS. E LHE DISSERAM: Ó MARIA, EIS QUE FIZESTE ALGO EXTRAORDINÁRIO! Ó IRMÃ DE ARÃO, TEU PAI JAMAIS FOI UM HOMEM MAL, NEM TUA MÃE UMA SEM CASTIDADE! ENTÃO ELA LHES INDICOU QUE INTERROGASSEM O MENINO, DISSERAM: COMO FALAREMOS A UMA CRIANÇA AINDA NO BERÇO? E ELE LHES DISSE: SOU O SERVO DE ALLAH, O QUAL ME CONCEDEU O LIVRO E ME DESIGNOU PROFETA. FEZ-ME ABENÇOADO, ONDE QUER QUE EU ESTEJA E ME ENCOMENDOU A ORAÇÃO E A CONCESSÃO DO ZAKAT ENQUANTO EU VIVER. E ME FEZ PIEDOSO PARA COM A MINHA MÃE, NÃO PERMITINDO QUE EU SEJA ARROGANTE OU REBELDE. A PAZ ESTÁ COMIGO, DESDE O DIA EM QUE NASCI, ESTARÁ COMIGO NO DIA QUE EU MORRER BEM COMO NO DIA QUE FOR RESSURRECTO (NO DIA DO JUÍZO)”.
O milagre de falar ainda no berço, defendendo sua mãe das suspeitas do povo foi um sinal divino que ao mesmo tempo serviu de anunciação de sua mensagem profética. Notem que Jesus (as) desde o início frisou sua condição de servo de Allah e profeta, o que nega a filiação divina atribuída a ele pelas seitas que se formaram mais tarde.
JESUS (AS) ANUNCIA SUA MISSÃO PROFÉTICA AOS JUDEUS
Diz o Altíssimo no Alcorão:
“APRESENTO- VOS UM SINAL DE VOSSO SENHOR: PLASMAREI DE BARRO A FIGURA DE UM PÁSSARO, A QUAL DAREI VIDA E A FIGURA SERÁ UM PÁSSARO COM O BENEPLÁCITO DE ALLAH, CURAREI O CEGO DE NASCENÇA E O LEPROSO, RESSUCITAREI OS MORTOS, COM A ANUÊNCIA DE ALLAH E VOS REVELAREI O QUE CONSUMIS E O QUE ENTESOURAIS EM VOSSAS CASAS. NISSO HÁ UM SINAL PARA VÓS, SE SOIS FIÉIS. EU VIM PARA CONFIRMAR-VOS A TORÁ QUE VOS CHEGOU ANTES DE MIM E PARA LIBERAR-VOS ALGO DO QUE LHES FOI VEDADO. EU VIM COM UM SINAL DE VOSSO SENHOR. TEMEI A ALLAH POIS, E OBEDECEI-ME. SABEI QUE ALLAH É MEU SENHOR E VOSSO. ADORAI-O POIS, ESSA É A SENDA RETA.” (3 : 49 a 51)
Estes versículos sagrados especificam os sinais proféticos com os quais Allah agraciou a Jesus (as), o fortalecendo com o Espírito Santo e o investindo de autoridade decisiva perante seu povo.
Jesus (as) tinha por missão reafirmar a Torá e convocar o povo judeu a retomar a senda divina, pois este, havia se afastado, permitindo que os sacerdotes e os escribas distorcessem as escrituras, e tinha adotado costumes contrários a Religião divina. Sua missão também consistia em abrogar certas proibições temporárias aos judeus por meio do livro a ele revelado “o Injil” (o Evangelho).
JESUS (AS) PROFESSA O MONOTEÍSMO
Diz o Altíssimo no Alcorão:
“SÃO BLASFEMOS OS QUE DIZEM: DEUS É O MESSIAS, FILHO DE MARIA, AINDA QUANDO O MESMO MESSIAS DISSE: “Ó ISRAELITAS, ADORAI A ALLAH, QUE É MEU SENHOR E VOSSO. A QUEM ATRIBUIR PARCEIROS A ALLAH, SER-LHES-Á VEDADA A ENTRADA NO PARAÍSO E SUA MORADA SERÁ O FOGO INFERNAL! OS INÍQUOS JAMAIS TERÃO SOCORREDORES”. (5 : 72)
Este versículo deixa absolutamente claro que, Jesus (as) jamais nomeou a si próprio de “Deus”, ou de filho de Deus, jamais colocou-se como parceiro de Deus no reino, antes, reafirmou a mensagem dos profetas que o precederam: O Monoteísmo. Admoestou seu povo quanto a gravidade desta blasfêmia para que não se desviassem da crença de seus pais, Abraão , Isaac, Jacó, José e Moisés (as). O que evidencia o Alcorão:
“E QUANDO O SEU SENHOR LHE DISSE (A ABRAÃO): SUBMETE-TE A MIM! RESPONDEU: EIS QUE ME SUBMETO AO SENHOR DO UNIVERSO. ABRAÃO LEGOU ESTA CRENÇA A SEUS FILHOS, E JACÓ AOS SEUS DIZENDO-LHES: Ó FILHOS MEUS, ALLAH VOS LEGOU ESTA RELIGIÃO; APEGAI-VOS A ELA E NÃO MORRAIS SENÃO MUÇULMANOS (SUBMISSOS). ESTÁVEIS ACASO PRESENTES QUANDO A MORTE SE APRESENTOU A JACÓ, QUE PERGUNTOU A SEUS FILHOS: QUE ADORAREIS APÓS MINHA MORTE? RESPONDERAM-LHE: ADORAREMOS O TEU DEUS, O DEUS DE NOSSOS PAIS, ABRAÃO, ISMAEL E ISAAC, O DEUS ÚNICO PARA QUEM SOMOS MUÇULMANOS (SUBMISSOS)”.
ALLAH reitera o status de Jesus e refuta os descrentes e renitentes no erro dizendo:
“O MESSIAS, FILHO DE MARIA, NÃO É MAIS QUE UM MENSAGEIRO, DO NÍVEL DOS QUE O PRECEDERAM, E SUA MÃE ERA SINCERÍSSIMA, AMBOS SE SUSTENTAVAM DE ALIMENTOS TERRENOS, COMO TODOS…” (5: 75)
Desfazendo toda crença de natureza divina de Jesus, ressaltando sua condição humana que o fazia depender de alimentos quando o Deus verdadeiro é livre de toda dependência.
JESUS (AS) ANUNCIA SEU EVANGELHO (INJIL)
Diz Allah, Exaltado Seja no Alcorão:
“… ENVIAMOS JESUS, FILHO DE MARIA, CORROBORANDO A TORÁ QUE O PRECEDEU E LHE CONCEDEMOS O EVANGELHO, QUE ENCERRA ORIENTAÇÃO E LUZ… (5 : 46)
O injil (evangelho) trazido por Jesus é um livro espiritual do qual, parte de seus discursos provavelmente foram transcritas em diversos escritos posteriores, de qualquer modo, em sua forma orginal e pura não chegou até nós. Portanto, não deve ser confundido com os evangelhos canônicos atribuídos a seus seguidores. Estes surgiram décadas depois de sua missão terrena e para os quais não se possuem provas seguras nem de sua autoria, nem da fidelidade de suas cópias, uma vez que seus originais há muito desapareceram. O Injil era a mensagem revelada a Jesus para ser anunciada ao povo de Israel. Os diversos evangelhos surgidos após sua partida contém, portanto, algo dessa mensagem mesclada com palavras humanas que distorceram o sentido real de sua mensagem gerando doutrinas contraditórias e heréticas como a Trindade (surgida cerca de 300 anos após Jesus).
JESUS (AS) ANUNCIA A VINDA DE MOHAMMAD (SAAS)
Diz Allah, o Poderoso no Alcorão:
“E DE QUANDO JESUS, FILHO DE MARIA DISSE: Ó ISRAELITAS, EM VERDADE SOU O MENSAGEIRO DE ALLAH ENVIADO A VÓS, CORROBORANTE DE TUDO QUANTO A TORÁ ANTECIPOU NO TOCANTE AS PREDIÇÕES E ANUNCIADOR DE UM MENSAGEIRO QUE VIRÁ DEPOIS DE MIM, CUJO NOME SERÁ AHMAD. ENTRETANTO QUANDO LHES FORAM APRESENTADAS AS EVIDÊNCIAS (OS SINAIS), DISSERAM : ISTO É PURA MAGIA!” (61: 6)
AHMAD ou MOHAMMAD é a tradução da palavra grega PARACLETO, do original em aramaico (Ahmath), constante no evangelho atribuído a João 14:16, 15: 26 e 16: 7. Na tradução portuguesa consta como “CONSOLADOR”. Não obstante nas enganosas interpretações dos teólogos cristãos é historicamente comprovado que os cristãos primitivos e os judeus tinham pleno conhecimento da vinda desse Profeta que selaria a mensagem divina, pois nas escrituras antigas esse advento era evidente e os sábios estavam cientes disso.
No evangelho apócrifo de Barnabé o nome de Mohammad é anunciado por Jesus em dezenas de passagens e todos os detalhes apontados nas passagens citadas em João evidenciam que Jesus (as) estava a anunciar a vinda de um Profeta, e não do Espírito Santo como algumas seitas cristãs afirmam. Simplesmente, Jesus não poderia estar anunciando a vinda de algo que já estava no mundo (e operando nele próprio).
ALLAH ANUNCIA A JESUS (AS) SUA ASCENÇÃO AOS CÉUS
Diz o Alcorão:
“E QUANDO ALLAH DISSE: Ó JESUS, POR CERTO QUE POREI TERMO A TUA ESTADA NA TERRA, ASCENDER-TE-EI ATÉ MIM E SALVAR-TE-EI DOS INCRÉDULOS…” (3: 55)
Diante da descrença e da rebeldia dos judeus que tinham a intenção de assassinar o Messias (as), Allah, em sua justiça e misericórdia decidiu salva-lo desse destino cruel e fez com que fosse elevado aos céus e que em seu lugar morresse uma outra pessoa.
Existem diversas versões sobre quem teria sido essa pessoa; versões que eram correntes entre os primeiros cristãos. Estes se dividiram entre os que propagaram a crença de que Jesus teria morrido e ressuscitado e aqueles que creram que ele tinha sido salvo da crucificação. A crença da morte e da ressurreição só se tornou dominante muito tempo depois, quando a facção formada em torno de Paulo se expandiu. Muitos dos relatos que afirmavam que Jesus havia sido salvo da crucificação foram então destruídos. O Alcorão não informa quem teria sido a pessoa que tomou seu lugar, entretanto, reitera que ” certamente os judeus não o mataram”.
Se adotarmos como orientação a lógica da não-existência de contradição em Deus, concluiremos que a crucificação de Jesus (as) como um plano divino seria claramente contrária a Justiça Divina. Como poderia Deus, Sábio e Justo, exigir o sacrifício do sangue de um homem sem pecado para pagar os pecados dos homens? Esta doutrina ilógica foi adotada por um grupo dos primeiros cristãos (paulinianos) e foi imposta nas décadas seguintes, amparada nas crenças pagãs dos gregos que, a medida que se convertiam, traziam para o cristianismo suas crenças antigas na divindade feita carne e no sacrifício humano para aplacar a ira divina. A comparação do chamado “sacrifício do cordeiro de Deus” com os sacrifícios do judaísmo antigo são ridículas. O sacrifício animal não tem qualquer relação com o sacrifício humano!
O que evidencia o ALCORÃO:
“E POR DIZEREM: MATAMOS O MESSIAS, JESUS, FILHO DE MARIA, O MENSAGEIRO DE ALLAH, EMBORA NÃO SENDO NA REALIDADE CERTO, QUE O MATARAM, NEM O CRUCIFICARAM, SENÃO QUE ISSO LHES FOI SIMULADO. E AQUELES QUE DISCORDAM QUANTO A ISSO, ESTÃO NA DÚVIDA, PORQUE NÃO POSSUEM CONHECIMENTO ALGUM, ABSTRAINDO-SE TÃO SOMENTE EM CONJECTURAS; PORÉM, O FATO É QUE NÃO O MATARAM. OUTROSSIM, ALLAH FEZ COM QUE ASCENDESSE ATÉ ELE, PORQUE É PODEROSO , PRUDENTÍSSIMO.” (4: 157, 158)
Assim, foi simulado aos descrentes judeus que matavam a Jesus, quando na verdade outra pessoa (que com o poder divino foi transfigurada para que se assemelhasse a ele) estava sendo levada ao calvário. E Allah assim o fez para que os descrentes fossem mais longe em seu erro tomando o Messias como falso e se pondo a aguardar o Anticristo que os guiará para a ruína, tal será o castigo dos criminosos que renegaram a mensagem divina e rejeitaram o verdadeiro Messias.
O ALCORÃO ANUNCIA JESUS (AS) COMO UM SINAL DO FINAL DOS TEMPOS
Diz o Altíssimo no Alcorão:
“E (JESUS) SERÁ UM SINAL DO ADVENTO DA HORA…” (43: 61)
Este versículo sagrado e diversas tradições fiéis asseguram que Jesus (as) descerá dos céus no final dos tempos com a missão de destruir o Anticristo que surgirá e desviará grande parte da humanidade. Depois disso, Jesus (as) desfará todas as falsidades forjadas em seu nome e sobre ele, convocará a humanidade à senda divina (Islam) completando sua missão definitivamente.
A título de aprofundar alguns dos postulados apresentados, selecionamos algumas passagens dos evangelhos canônicos que se interpretadas com discernimento permite-nos concluir que corroboram o Alcorão em muitas de suas declarações sobre Jesus (as).
MATEUS C.4 V. 9 E 10: “ENTÃO SATÃ LHE DISSE: TUDO ISTO TE DAREI SE PROSTRADO ME ADORARES. E JESUS RESPONDEU: VAI-TE SATANÁS, POIS ESTÁ ESCRITO: “AO SENHOR TEU DEUS ADORARÁS E SÓ A ELE SERVIRÁS.”
JOÃO C. 20 V.17: “ORA, A VIDA ETERNA É ESTA: QUE TE RECONHEÇAM A TI COMO UM SÓ DEUS E A JESUS COMO TEU ENVIADO”.
MARCOS C. 12 V.29: “JESUS RESPONDEU: O PRIMEIRO DE TODOS OS MANDAMENTOS É ESTE: OUVE ISRAEL; O SENHOR NOSSO DEUS É O ÚNICO SENHOR, E AMARÁS O SENHOR TEU DEUS COM TODO O TEU CORAÇÃO, TODA A TUA ALMA, TODO TEU ENTENDIMENTO E COM TODAS TUAS FORÇAS…”
LUCAS C. 18 V. 18 A 19: “ENTÃO UM DOS PRINCIPAIS FEZ-LHE ESTA PERGUNTA: BOM MESTRE, QUE DEVO FAZER PARA OBTER A VIDA ETERNA? E JESUS LHE RESPONDEU: POR QUE ME CHAMAS DE BOM? NINGUÉM É BOM SENÃO DEUS.”
Os versículos acima evidenciam-nos que:
1. JESUS JAMAIS DISSE SER DEUS e jamais ordenou que o adorassem, que o tomassem por senhor do universo ou o confundissem com o DEUS ALTÍSSIMO.
2. Pregou a fé monoteísta e não inovações e falsidades como o poder de salvação por seu sangue ou o seu sacrifício para pagar pecados, crenças forjadas muito depois de sua morte e propagadas pelos inimigos da fé dos primeiros cristãos que se infiltraram entre eles para corromper a mensagem de Jesus (as).
MATEUS C.5 V.16: “ASSIM RESPLANDEÇA A VOSSA LUZ DIANTE DOS HOMENS PARA QUE VEJAM AS VOSSAS BOAS OBRAS E GLORIFIQUEM A VOSSO PAI QUE ESTÁ NOS CÉUS.”
MATEUS C. 5 V. 44: “EU PORÉM VOS DIGO; AMAI VOSSOS INIMIGOS E ORAI PELOS QUE VOS PERSEGUEM PARA QUE SEJAIS FILHOS DO VOSSO PAI QUE ESTÁ NOS CÉUS”.
JOÃO C.20 V.17: “SUBO PARA O MEU PAI E VOSSO PAI, MEU DEUS E VOSSO DEUS”.
Obs: Na linguagem utilizada por Jesus (as) ao povo a acepção de “pai” e filho ou filhos era tão somente para simbolizar o “amor” ou o laço de amor entre Deus e os seus servos obedientes. A condição seria “fazer a vontade de Deus”. Como vemos, a contradição entre a passagem que o nomeia “filho unigênito” é flagrante.
Esta simbologia aliás, é empregada em diversos livros da bíblia (Adão, Davi e Salomão são chamados filhos de Deus). Cerca de duzentos anos depois de Jesus, os inovadores inspirados pela mitologia pagã dos gregos iniciaram a crença herética de que Deus teria gerado um filho, e destruindo os textos antigos, compuseram cópias com introduções que davam apoio a suas falsas doutrinas.
Palavras Finais
A crença em Jesus (as), em sua missão profética e em seu retorno no final dos tempos é parte indivisível da Fé dos muçulmanos. Da mesma maneira, é ponto pacífico que é obrigação de todo muçulmano honrá-lo e respeitá-lo, predicando a verdade sobre sua natureza e missão. E isto implica refutar todas as falsas crenças forjadas no decorrer dos séculos, que terminaram por dividir os seres humanos em disputas teológicas afastando-os do monoteísmo original. Queira Allah guiar-nos para esta fé, inspirando-nos para a conduta do bem e da obediência às suas leis e o afastamento do mal.