Ayatullah Al-Odhma Assayed Mohammad Hussein Fadlullah
Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso.
ATTAHARA – Explanações sobre “TAHARA’H” (Pureza)
Qual é a regra concernente ao couro que é importado de países não islâmicos? E qual é a regra quanto a realizar a oração vestindo ou usando peças de tal couro?
Resposta:« É considerado puro e permissível para o uso na oração enquanto houver uma possibilidade que tenha o animal sido abatido de acordo a lei Islâmica ».
Qual é a regra referente a água que permanece nos rins do animal depois do abate, ela é pura ou impura?
Resposta:« Evidentemente é pura, a menos que toque algo impuro ».
Qual é a vossa opinião sobre a impureza dos povos do livro?
Resposta:« A evidência que eles são puros é maior de que a evidência do contrário, e também todos os descrentes são puros ».
Se eu trabalho numa fábrica ou vivo numa vila habitada por Muçulmanos e não-Muçulmanos do povo do livro, qual é a regra com respeito de comer em um restaurante com eles ou apertar suas mãos?
Resposta:« É permissível comer com eles e apertar-lhes as mãos mesmo se elas estiverem úmidas. Entretanto, deve ser verificado que a carne provenha de um abate Halal (Islâmico) ».
Qual é a regra quanto a álcool encontrado nos perfumes?
Resposta:« É puro ».
Qual é sua opinião quanto ao álcool industrial?
Resposta:« É puro em todas suas formas ».
Qual é a regra concernente aos inebriantes?
Resposta:« A evidência que o vinho e os demais inebriantes sejam puros (não para consumo oral) é mais forte do que de sua impureza, porém por precaução deve-se evitar tocá-los ».
Podemos admitir a pureza de um muçulmano que bebe inebriantes?
Resposta:« Ele é puro, embora se é sabido que alguma de suas partes diretamente tocarão impurezas, então estas partes são consideradas estarem impuras ».
Como é que um cão de caça não impurifica os pássaros que caça, enquanto é sabido que cães são impuros?
Resposta:« Um cão de caça torna impuro o que carrega em sua boca, mas é possível purificá-lo. Assim quando Deus diz “A carne que tenham capturado”; não significa comer isso sem purificá-lo, mas sim, comer isso sem abate. Em outras palavras, se um cão captura um pássaro e este morre antes de ser abatido, é licito comê-lo, porém deve ser purificado antes ».
TAQLID – Explanações sobre “TAQLID” (Obrigação em seguir um líder)
Se acontecesse de não exister nenhum “Mujtahid” ou “ Marje’ ” (Sábio) em uma certa época, qual seria a obrigação de um muçulmano?
Resposta:« Sob tais condições alguém deve recorrer ao “Ihtiat” (precaução). Se não pode fazê-lo, deve-se agir de modo que seja mais próximo possível deste princípio ».
Se um muçulmano tem uma dúvida para qual ele não pode obter o “Fatwa” (decreto religioso do líder de sua escolha), pode ele recorrer a outro por algum tempo?
Resposta:« É permitido ».
Se uma pessoa deseja praticar de acordo ao “Ihtiat” (precaução) alguns lideres declaram que ele deve seguir outro “Mujtahid” no ato de “Ihtiat” e assim eles dividem os muçulmanos em 3 categorias: “Mujtahid” (o sábio que pode ser seguido), “Muqallid” (a pessoa que segue o Mujtahid), e “Mutat” (alguém que age em acordo os preceitos de precaução). Portanto, declarando que alguém deve seguir precaução sob todas circunstâncias contradizem o que foi dito antes, como pode esta contradição ser superada?
Resposta:« Desde que o “Ihtiat” para aqueles que são aptos de “Ijtihad” ou “Taqlid” é uma questão teórica controversa, uma pessoa deve conseguir prova para recorrer ao “Ihtiat” tanto por meio de “Ijtihad” ou de “Taqlid”. Quanto a categorização acima aplica-se apenas a uma divisão prática de obrigações religiosas mas não ao princípio de obrigação religiosa em si ».
Pode uma pessoa ser “Mujtahid” em certos campos, apenas?
Resposta:« Não há nada que contrarie um “Ijtihad” parcial desde que se tenha habilidade intelectual e também profundo conhecimento do assunto. Entretanto, a faculdade do “Ijtihad” é por sua própria natureza indivisível, porque representa a capacidade intelectual de deduzir julgamentos através de uma abrangente compreensão dos fundamentos.
É permissível ter o “Taqlid” com um “Mujtahid” falecido?
Resposta:« É permissível, muito embora seja uma precaução compulsória seguir um “Mujtahid” vivo ».
É obrigatório continuar a seguir um Mujtahid falecido, se ele quando vivo era, mais sábio do que os que estão vivos atualmente?
Resposta:« É precaução fazer isso, baseado na permissão de seguir o mais sábio. Contudo, a permissão de seguir um “Mujtahid” vivo é mais favorável ».
O Sr. afirma o ponto de vista de que alguém deve recorrer ao mais sábio?
Resposta:« Isto não é obrigatório, exceto em situações onde alguém deseja compreender sob todas condições a realidade das coisas ».
Quem são os especialistas a quem alguém deve recorrer para identificar um “Marja’” (exemplo a ser seguido) e quais são os itens requeridos. No exercício dessa função?
Resposta:« Os especialistas devem possuir conhecimento no campo da jurisprudência e de seus fundamentos para distinguir entre vários indivíduos com respeito a habilidade destes para deduzir “Fatwa” ou ser mais sábio. Contudo não é exigido que sejam de uma capacidade intelectual que os habilite a avaliar os “Mujtahids” ».
Consenso geral é um dos métodos que deduzem se as condições do mais sábio são preenchidas, qual é o significado deste termo?
Resposta:« Deve-se recorrer ao consenso geral quando ele tem recursos para verificar fatos, quer seja o consenso entre especialistas apenas ou entre o público em geral ».
Se uma pessoa segue um “Mujtahid” por um certo período, é permissível a ela recorrer a outro que seja igual em conhecimento?
Resposta:« Desde que não afirmamos que seja compulsório seguir o mais sábio, é permitido adotar o “Taqlid” parcial ».
É permissível seguir uma mulher, se ela for a mais sábia?
Resposta:« Sim. Desde que o Taqlid baseia-se em recorrer a aqueles que possuem o conhecimento, sem consideração ao seu sexo ».
Quais são as condições que devem existir em um “Mujtahid” a quem é permitido recorrer?
Resposta:« As condições são habilidade e prática do “Ijtihad” e retidão. Além disso, por precaução que ele seja um homem livre e nascido de um casamento legítimo ».
Se há um certo sábio capacitado em nossa vizinhança e um outro igualmente capacitado em outra região a quem devemos recorrer?
Resposta:« Se ambos sábios são iguais em conhecimento, a regra é escolher um dos dois ».
É permissível continuar a conformar-se ás determinações de um “ Marje’ ” mesmo depois de seu falecimento?
Resposta:« É permissível seguir um “Marje’” depois de sua morte em todas as regulamentações, sem considerar se o “Muqallid” aprendeu sobre elas durante a vida do “Marje” ou depois ».
O que significa o termo “ mais sábio ”?
Resposta:« Significa que um certo “Mujtahid” é o mais capacitado em deduzir regras e preceitos, por meio de seus princípios lingüisticamente e em acordo com os fundamentos da jurisprudência. Além disso, ele deve adequar suas regulamentações com as aspirações gerais do Islam ».
A respeito das questões nas quais a pessoa deve praticar precaução compulsória (Ihtiat) é permitido igualmente recorrer a outros “Mujtahids” ou apenas ao mais sábio primeiro?
Resposta:« O recorrer ao mais sábio é baseado em precaução, recorrer a outros “Mujtahids” é permitido ».
Se as respostas de um “Mujtahid” a uma certa questão variam o que o “Muqallid” (seguidor) deve fazer?
Resposta:« É essencial seguir a precaução até que se tenha o veredicto definitivo de um “Mujtahid”; ou deve-se recorrer a um outro “Mujtahid” se não houver tempo hábil para esperar a resposta de seu próprio “Mujtahid”».
Se as decisões de um movimento ou partido Islâmico a que alguém pertença contradizem as posições de seu “Mujtahid”, o que deve ele fazer?
Resposta:« Não é compulsório para uma pessoa seguir seu “Mujtahid” no que se refere a assuntos políticos, comunitários ou em questões de segurança. Entretanto no que for relativo a regulamentos da religião, a pessoa deve seguir seu “Mujtahid” ».
A diferença de opinião entre juristas pode algumas vezes conduzir a regras divergentes sobre uma mesma questão, enquanto a regra de Deus para cada assunto é apenas uma. Como podemos entender esta aparente contradição?
Resposta:« Muito embora a lei de Deus seja única, as divergências de opinião dos juristas resulta de seus vários métodos em formular e singular lei divina ».
É permitido recorrer a um “Mujtahid” que tem julgamentos em campos limitados de jurisprudência? Seus julgamentos são válidos mesmo com a presença de um mais sábio?
Resposta:« É incondicionalmente permitido fazê-lo. Quanto aos julgamentos, eles são válidos mesmo que ele não seja o mais sábio, porque não é exigido de um juiz que seja o mais sábio. De fato é suficiente a ele ser um “Mujtahid” justo ».
Qual a diferença entre o “Mujtahid” jurista e o “Mujtahid” líder?
Resposta:« O primeiro emite julgamentos em matérias sujeitas ao “Taqlid” enquanto o segundo trata de assuntos gerais da comunidade e na manutenção da ordem de modo geral ».
Qual é o significado de “Wilaayat Al-Faqih”? E quais são os limites da sua autoridade?
Resposta:« “Wilaayat Al-Faqih” significa que o jurista possui a autoridade de julgar (regras) os assuntos públicos e pessoais. Em nossa opinião os limites de sua autoridade são os da política, economia, e segurança ».
O chamado para o “Jihad” se restringe a um Imam infalível (A.S.) ou é um “Mujtahid” justo tem a autoridade a fazê-lo?
Resposta:« “Jihad” não se relaciona a presença de um Imam infalível (A.S.), logo. Um sábio justo pode conclamar ao “Jihad” se existe a necessidade para isso ».