Não te Extravies

Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso

O Desperdício do Tempo

O tempo é um elemento básico na construção, acabamento e realização de tudo, pois ele é em relação à existência, tal qual a água o é para a vida… Afinal, não haveria vida caso não existisse água:

O tempo é um elemento básico na construção, acabamento e realização de tudo, pois ele é em relação à existência, tal qual a água o é para a vida… Afinal, não haveria vida caso não existisse água:

<<… e criamos da água todo ser vivente…>>.
Surat Al-Anbiá – Cap. 21, Versículo 30.

O mesmo ocorre com tudo que existe de fatos e atos, os quais, só se constatariam através do tempo. Por isso é que o tempo é um elemento básico, fundamental e necessário para a existência das coisas e sua realização… e é por causa disso que seu valor e sua importância são complementados pela vida… Por exemplo: a água em relação ao tempo… logo, a inexistência da água significa a inexistência da vida, e, o desperdício de tempo e a falta de seu aproveitamento, significam a falta da capacidade para a realização de qualquer coisa ou sua conclusão…

Por conseguinte, na falta da habilidade do homem e suas possibilidades e capacidades físicas, mentais, materiais e pessoais, deixam-se escapar oportunidades e ocasiões, com o desperdício e a condenação de valores e equilíbrios da potência, sem chegar a criá-la e formá-la…

Portanto, o tempo é o elemento mais precioso na vida do ser humano… pois a vida não teria sentido se o homem não deixar atrás de sí algum vestígio daquilo que realizara e concluíra realmente… e esta vida terrena, é a sua planície e campo, onde ele semea neles o seu esforço, a sua atividade, a sua energia, a sua habilidade e as suas possibilidades… para depois cultivar os frutos resultantes de seu trabalho… tal qual como a especificou o Senhor dos Eruditos, o Imám Ali Ben Abi Táleb (as), dizendo:

– “A vida presente, é o cultivo para a Eternidade”.

Quantas vezes o ser humano se esqueceu da importância do tempo e o valor de sua própria idade, quando ambos eram o capital que ele utilizaria e gastaria?!.. Capital este, fixado e limitado em saldo definido?!.. E, cada minuto de seu tempo é uma subtração de sua idade… que passa e não volta mais, e não há como reavê-lo ou substituí-lo… tal qual a distância de uma viagem que, a cada marcha, vôo ou navegação, ela vai diminuindo ao longo do caminho, até chegar ao destino… Assim é o homem maduro, que possui uma percepção viva, uma compreensão sadia e um conhecimento verdadeiro, e que sabe dar valor à vida e à importância do tempo, respeitando a sua existência e preservando cada instante, minuto e hora de sua idade, pois eles fazem parte vital de sua existência, e nos quais luta e labuta com afinco e esforço em prol de sua própria realização, a fim de obter o devido resultado… Caso contrário, o seu tempo perder-se-á inútilmente!.. E que adiante depois lamentar, sentido e arrependido, pelo tempo perdido depois que ele já se foi e passaram as ocasiões e as possibilidades?!

O Alcorão Sagrado nos aponta aquele homem que se extraviou e depois se arrependeu, por ter negligenciado a obediência a Deus, esquecendo-O… e perdeu seu tempo com as distrações, as futilidades, a indiferença, a perdição, a aberração e a nulidade… e só deu conta de sí na hora do desespero e do arrependimento… e que então, ele começou a perceber que já era tarde para recomeçar, pois já perdera suas forças, sua fortuna, seu prestígio, sua dignidade, sua habilidade e sua possibilidade, sentindo a falta de sua própria frutificação em benefício seu e em obediência a Deus…

O Alcorão o descreve e retrata em sua situação amarga e em sua aparência lastimosa e fatigada, conforme podemos observar nos Versículos que seguem:

<<E no dia em que o injusto(1) morder suas mãos dizendo: Quisera ter tomado a vereda (reta) com o Mensageiro! Ai de mim! Quisera não ter escolhido fulano por amigo! Pois ele me desviou da Mensagem depois de ela ter-me chegado! E Satanás é traiçoeiro para com o homem>>.
Surat Al-Furqán – Capítulo 25, Versículos 27, 28 e 29.

O Alcorão Sagrado descreve este homem extraviado, de outra forma também cheia de infelicidade, arrependimento e remorso:

<<E aquele que entregará seu registro com a mão esquerda, dirá: Quisera não me tivésse sido entregue o meu registro e não tivésse conhecido o meu cálculo! Quisera que (a morte) tenha sido meu final! De nada me serve a minha fortuna! Meu poder se me pereceu! (e um rigoroso comando dirá): Pegai-o e mantietai-o! E conduzí-o para o fogo ardente!>>. Surat Al-Háqqat – Capítulo 69, Versículos de 25 a 31.

É desta forma que o Alcorão retrata este exemplo de pessoas extraviadas, as quais levaram uma vida desregrada, ávida e inútil, cheia de distrações, perdendo sua fortuna (no jogo ou na prostituição), seu poder e sua saúde, depois que o Alcorão serviu-o e encaminhou-o para outra direção, através de suas evidências e esclarecimentos sobre a vida, e traçou-lhe a serventia proveniente da habilidade do ser humano e seu empenho em busca do bem, da construção, da orientação e das melhorias – <<… porém, Ele vos distinguiu entre sí para vos testar com o que vos agraciou. Empenhai-vos na benevolência…>> e então, ele lhe determina o objetivo, a intenção, a experiência e também a aflição, ou seja, a ansiedade, para que o homem possa descobrir a sua própria natureza e pesquisar sobre a sua identidade e realidade oculta – seja ela boa ou má – impelindo-o à competição pelo bem… e não por causa de lutas vãs e indiferentes, ou desgaste de energias em prol do conflito no campo da maldade, do capricho, da hostilidade, da aberração e da corrupção… E o espírito deste Versículo é o incentivo para a frutificação do tempo e ocupação dos instantes da vida, em uma concorrência pelo movimento vital e aceleração da busca, antes que seja tarde e se perderem as esperanças e as oportunidades.

O Mensageiro (saws) humanitário e intérprete do Alcorão Sagrado, o Guia Mohammad Ben Abdullah Ben Abdel Muttâleb (saws) explicou esta verdade e esclareceu o seu significado e indicação, dizendo:

– “Aproveite as seguintes cinco oportunidades: a tua juventude antes da tua velhice. A tua saúde antes da tua enfermidade. O teu tempo livre depois do teu labor. A tua vida antes da tua morte. A tua riqueza antes da tua pinúria”(2).

O Mensageiro Mohammad (saws) sempre convocou para o aproveitamento das horas propícias e frutificação do seguinte:

A ENERGIA DA JUVENTUDE ANTES DA CHEGADA DA VELHICE…

A SAÚDE ANTES DA CHEGADA DA ENFERMIDADE…

A VIDA ANTES DA MORTE…

O TEMPO LIVRE ANTES DA OCUPAÇÃO (EM AFAZERES PARTICULARES)…

A RIQUEZA ANTES QUE CHEGUE A POBREZA.

O homem, cuja fortuna, força, poder e tempo disponível, não dá conta de sí mesmo e não se apercebe da utilidade de sua juventude, nem avalia a sua energia, habilidade, dinamismo e oportunidades que ele possue, e tampouco lhes dá o devido valor e importância… e passa a negligenciar o aproveitamento e a compreensão de tudo que favorece a busca do saber, da devoção, da prática do bem e da caridade, participando com as atividades sociais… porém, ao chegar à etapa da velhice, e seu cabelo embranquece, as rugas lhe cobrindo o rosto e o corpo, sua energia e força debilitam-se e fenecem, perdendo com isso as suas possibilidades e oportunidades que se lhe apresentaram no passado… e vê-se incapaz para a busca do conhecimento, do labor e até de participar nas questões do bem e da luta do dia-a-dia, etc… começa então sentir na pele a sua aflição e arrependimento pelo que deixou de fazer na mocidade, quando se lhe sorriam os recursos, as condições e ocasiões favoráveis…

Quantos já gastaram inutilmente a sua fortuna com futilidades e prazeres efêmeros?!

Quantos cuja força, saúde e energia se descuidaram delas e acabaram contraindo as piores doenças contagiosas, muitas delas ainda sem cura?!

Quantos deperdiçaram seu tempo com a ociosidade e queimaram este tempo como se queimam as pilhas de lixo… ignorando o valor deste elemento vital e precioso da vida?!

As manifestações do extravio e seus motivos são muitas na vida das pessoas… pois aqueles que estudam com minúcia e empenho a razão dos problemas do homem e seu critério moral, econômico, social e religioso, verificam que o extravio e a excentricidade são uma das causas fundamentais que ocasionam as contrariedades e provocam o grande dilema urbano, do qual, o homem vive se queixando.

A seguir, e para dar uma idéia sobre esta questão, mencionaremos três das diversas situações psicológicas e comportamentais nocivas ao ser humano:

A EXTRAVAGÂNCIA

É o uso excessivo das matérias e utilidades, como a água, o alimento, a roupa, a iluminação, etc… de forma que venham a exceder nos gastos, inútil e desnecessáriamente.

O ESBANJAMENTO

É a expressão do desperdício de valores monetários em gastos fúteis, que ultrapassam as necessidades do homem.

O EXTRAVIO

É a negligência com a habilidade, a energia vital, as boas oportunidades e possibilidades que surgem diante do ser humano, tornando-as nulas por falta do seu aproveitamento… E o extravio, é uma questão negativa e é um comportamento aniquilador, resultado da ignorância e do egoísmo do homem que só pensa em só próprio e em seu bel-prazer… porém, as pessoas esclarecidas, cuja personalidade é valiosa e louvável, procuram sempre preservar aquilo que Deus os privilegiou, em se tratando de dom, energia vital, saúde, juventude, condições físicas e financeiras, tempo, etc… agindo sempre com prudência e sabedoria e jamais sacrificando algo, no que diz respeito aos bons resultados gerados para o bem-estar geral.

Portanto, o Islam é uma religião circunstancial e laboriosa, preservativa das boas condições vitais e existenciais do homem e sua frutificação… Zelosa com a natureza humana, para uma vida feliz nesta existência terrena e na Eternidade após a morte.

Deus concedeu ao ser humano a boa energia da natureza generosa… através da terra fértil, da água potável, pura e cristalina, dos produtos que os animais produzem, da mineração, donde se extraem os minérios para a exploração aconômica, da energia solar, etc… e o privilegiou com grandiosas dádivas, com as quais ele pode conservar a fertilização da terra, a prosperidade de sua civilização e civilidade, o avanço da ciência para o uso do bem-estar do próprio homem… passando a viver à sombra da segurança e da paz.

O Alcorão Sagrado, menciona em seus Versículos:

<<E se os moradores das aldeias (os que desmentiram) tivessem crido (em Deus e nos Mensageiros) e não tivessem preferido a blasfêmia e a rebeldia, te-los-íamos agraciados com as bençãos dos céus e da Terra, porém, eles os desmentiram (aos Mensageiros) e Nós os punimos por seus delitos>>. Surat Al-Aaráf – Capítulo 7, Versículo 96.

<<Ó adeptos do Livro (judeus e cristãos versados na Torah e no Evangelho), foi-vos enviado o Nosso Mensageiro para mostrar-vos do muito que vós ocultáveis do Livro (Bíblia) e perdoa a muitos; já nos chegou da parte de Deys uma luz e um Livro esclarecedor (Alcorão), com o qual, Deus orienta com ele àqueles que seguem a Sua complacência e os caminhos da paz, e os tirará das trevas, levando-os para a luz, e os encaminhará para a senda da retidão>>. Surat Al-Má-eda – Capítulo 5, Versículos 15 e 16.

O Islam não impele o homem e nem alimenta a sua curiosidade e percepção intelectual por causa da aplicação das habilidades e condições, e tampouco o alerta contra o seu extravio ou nutilidade, porém, ele o torna responsável por elas, e pelas quais, o ser humano terá que prestar contas de como ele as utilizou, no Dia do Juízo Final, pois a partir do momento que ele as aceitou, resta-lhe cumprí-las direcionando-as às atividades do bem, que Deus guiou-o para tal, mostrando-lhe inclusive o modo de sua utilização… Portanto, nada neste mundo existe em vão ou que seja de desinteresse, dano e esforço inútil… pois tudo foi criado por vontade de Deus e colocado em seu devido lugar, a fim de cumprir com seu papel e concretuzar a sua razão de ser… Por outro lado, nada se colocou nas mãos do homem sem que este possa ser responsável pela sua destinação e aplicação… tanto é, o nobre sermão profético (Al-Hadís Annabawi Asharíf) detalha sobre esta realidade científica do ser humano, a fim de estimular a sua percepção social e religiosa, e implantar nele as fontes do bem, para afastá-lo da perdição e evitar que ele venha a cair no abismo da fatalidade, da pobreza e da rebeldia.

O Mensageiro de Deus (saws) falou:

– “Nada escapará no Dia da Ressurreição sem que o homem seja questionado pelas quatro questões seguintes: Sobre a sua existência e de como a utilizou. Sobre a sua juventude e de como a experimentou. Sobre sua atividade e de como a praticou. Sobre a sua riqueza e de como adquiriu e como a despendiou”.

Os nobres textos proféticos se apresentam com detalhes abundantes sobre os valores morais e materiais, e seus significados, e, elucida sobre o estilo, a minúcia e a estruturação da vida, colocando o homem frente a frente com a responsabilidade grandiosa no Dia da Ressurreição.
Por conseguinte, o ser humano é responsável pelo tempo e sua importância na vida, e não lhe é permitido negligenciá-lo, dando prioridade às nulidades, perdendo-o com tagarelices, ociosidades, sono prolongado, preguiça e reuniões fúteis e sem sentido.

Em quantas horas, dias e anos de sua vida, o homem desperdiçou seu tempo nos bares, clubes, casas noturnas, casas de jogo e passatempos inúteis?!

A maioria das pessoas não dá valor a este elemento (o tempo) e o homem passa a marcar encontros com algum amigo ou similar, e não se dá conta da importância do seu compromisso no trabalho, deixando de se preocupar, se poderá atrasá-lo ou não… não cumprindo com o prazo de entrega… inventando ao cliente mil desculpas ou alegando que “não concluiu o serviço por força maior”.

Quantas milhares de horas são queimadas diariamente com o sono dos preguiçosos e dos ociosos, os quais enterram vivo o tempo, no túmulo de seus leitos?! Relegando de lado a energia vital e as atividades, substituindo-as com o relaxamento e os bocejos, sentados à beira da estrada… ou caminhando sem destino… ou se reunindo com os demais desocupados e sem objetivo na vida.
O Criador das existências constituiu a vida da humanidade e fez da noite ser apropriada para o sono e o descando (exceto aos que labutam no horário noturno por força de suas atividades, como as sentinelas, os médicos, os enfermeiros, etc…). Contudo, este princípio foi confirmado de acordo com o seguinte Versículo alcorânico:

<<E fizemos do vosso sono para o descanso; e fizemos da noite uma coberta; e fizemos do dia o meio para o sustento>>. Surat Annabá – Capítulo 78, Versículos 9, 10 e 11.

E a oração da manhã (Salát Assobh) se fez aos primeiros raios do Sol, para que o homem comece o dia com a devoção e celebração de Deus, meditando na grandeza de Seus versículos, pois assim, ele poderá receber seu novo dia com aplicação e labor… e se levantar com o despertar da vida, reanimando-se com os focos luminosos da luz.

A nobre Tradição (Al-Hadís Acharíf) impele o homem para despertar bem cedo e recepcionar o seu novo dia com o labor, em busca da providência e do ganho honesto lícito. O Mensageiro de Deus (saws) exclamou certa vez:

– “Que a minha nação seja abençoada por ser madrugadora!”.

Em outra ocasião, a Tradição afirma os ditos do Profeta Mohammad (saws):

– “Deus Protetor e Majestoso despreza o dorminhoco o desocupado”.

– “O excesso de sono é o afastamento da doutrina e do mundo”.

Num de seus pronunciamos, dirigidos aos seus amigos, o Mensageiro de Deus (saws) discursou:

– “Ó humanos! Vós tendes ao vosso alcance a sabedoria… Achegai-vos pois, aos vossos sapientes! E se vós tendes uma finalidade, alcancei-vos pois, de vossos objetivos!.. O crente se encontra entre dois temores: a fatalidade que já passou, e ele ignora o que Deus lhe reservou… e a fatalidade que permanece, e ele não sabe como Deus a julgará! Portanto, que o servo tenha o árbitro sobre sí mesmo, porque o que ele fizer nesta existência, será para a sua Eternidade, desde a sua juventude e antes de sua velhice, e, durante a vida antes da morte. E por Aquele que tem Mohammad em Suas mãos! Não haverá crítica e censura após a morte!!! Como nada existe na Eternidade, além da morada no Paraíso ou da morada no Fogo!”.

O 8º Imám Ali Ben Mussa “Al-Reda” (as) em alusão a seu pai Mussa Ben Jaafar “Al-Cázem” (as), disse:

– “Meu pai falou a alguns de seus filhos: ‘Cuidado com a preguiça e a impaciência, pois ambas te afastam da tua sorte, nesta existência e na Eternidade’…”.

Certa vez, diante dos devotos e a exemplo dos piedosos, o 1º Imám Ali Ben Abi Táleb (as), em palestra orientadora, em que ele dividia o tempo e guiava o homem ao estilo de sua vocação profissional e seu aproveitamento, ele disse:

– “Ao crente destinam-se três horas: a hora em que ele se confidencia com Deus; a hora em que ele busca a sua subsistência, e a hora em que ele se permite àquilo que mais lhe apraz… e o aplicado deverá se concentrar em três ocasiões: Numa ocasião para o sustento; numa ocasião para o compromisso e numa ocasião para o prazer lícito”.

É desta forma que o Islam nos esclarece os princípios e valores, e a forma de como produzirmos bons resultados e o aproveitamento deles durante a trajetória de nossas vidas… inclusive, o de como deveremos nos afastar da preguiça, da impaciência e das distrações fúteis, ilícitas e sem utilidade nenhuma, pois a nação que é possuída pela ociosidade e langor, seus filhos perdem a energia, a habilidade e a capacidade, vital, física, psicológica e material, passando a depender de outras nações… vivendo submissa a elas e em condição precária e desigual.

De maneira que, o Islam adverte a nação muçulmana para não cair neste abismo, e lhe exige que seja uma nação independente, auto diligente e exploradora nos campos do conhecimento e do trabalho, içando o estandarte da convocação para o Islam e da orientação dos povos, para seguirem o caminho do bem e da felicidade.

Nota da Tradutora:

1. A exemplo do idólatra Oqba Ben Muaitt, o qual pronunciou os dois testemunhos (Achihádatain):

“Não há divindade além de Deus” e “Mohammad é o Mensageiro de Deus!” e depois voltou atrás, a fim de satisfazer o desejo se seu amigo, também idólatra e inimigo do Islam, Abi Ben Khalaf.

2. Al-Tobari <<Machacát Al-Anwár Fí Ghârer Al-Akhbár>>, p. 170, ed. 1385 Hijrita (1964 a.D.).

A Ociosidade

A ociosidade e o extravio acabam com o tempo, transformando-se em sério problema e em crise econômica na vida do ser humano, seja individual ou socialmente… inclusive a torna uma crise psicológica que afeta a própria pessoa e aos que a rodeiam. Por outro lado, a ociosidade motiva situações embaraçosas, tanto social quanto moralmente… e quando o homem possui uma energia vital e habilidade, e não tem como extravasá-las ou utilizá-las para alguma atividade construtiva… este homem se torna revoltado, desinteressado e destruidor!

A energia humana é semelhante à energia das grandes cataratas, as quais, se forem bem utilizadas, transmitirão bons resultados, tanto ao homem quanto ao cultivo da terra… caso contrário, elas tornar-se-ão perigosas e prejudiciais, propensas às inundações e estados de calamidade.

Por isso e por outras, o homem deve pensar em se livrar da ociosidade, e por conseguinte, ele deve acostumar seus filhos de sobrepujarem este problema grave, impelindo-os ao estudo, ao trabalho e à prática do bem.

Por sua vez, o Governo deve abrir estabelecimentos de Ensino Profissionalizante gratuitos, a fim de ativar as vocações dos filhos de sua nação, direcionando-os depois para os caminhos do desenvolvimento e da fartura.

Mas infelizmente, este teorema vital chamou a atenção das grandes potências e das organizações colonialistas, as quais abafaram o seu incentivo, dispersando nos povos mais fracos o interesse e as possibilidades, e sufocando suas mentes vendando-lhes o conhecimento, para traçar e delimitar suas vidas e sua liberdade, especialmente os povos muçulmanos que se submeteram ao colonialismo, relegando de lado o espírito das práticas islâmicas… e assim, o Sol da civilização islâmica retirou-se e foi se esconder no poente da história… e com isso, perderam suas práticas, seus hábitos, sua dignidade e sua força, e se tornaram inferiorizados e afastados do caminho dos Jurisconsultos islâmicos, dando maior força às grandes potências estrangeiras, as quais adotaram métodos camuflados, atraentes e traiçoeiros, tais como o ensino que absorve as mentes mais inteligentes dos alunos (muçulmanos) sem que estes possam no futuro, se aproveitarem delas em seu próprio benefício e benefício de sua gente…

E estes agressores morais e intelectuais, usam de sua condicção como Grandes Potências militar e financeira e fazem da indústria e da agricultura uma forma de consumo da habilidade e energia vital da Nação Islâmica, sem que esta venha um dia a usufruir de seu próprio labor e tempo, pois não se lhes apresenta a mínima chance adequada, pois o indivíduo era amiude transferido da industrialização comum para outras menos ou mais avançadas…

Por outro lado, estas potências atraem o povo subjulgado para as distrações ociosas e decadentes, a fim de fazê-lo regredir financeira e moralmente…

Em outro estratagema, traçam teias conflitantes que provoquem choques de forças armadas internas de um país islâmico (ou não) motivados por idealismos e desentendimentos religiosos, políticos, raciais e de fronteiras… Tal como agem os sionistas nas terras da Palestina.

Portanto, ó muçulmanos! Estejais alertas e desenvolvei as vossas mentes e civilidades! Recorrei ao estudo, à pesquisa e ao labor com bastante afinco e atividade, a fim que o vosso tempo venha a frutificar através de sementes sadias e perfeitas, para depois ser aproveitado ao máximo com o uso de vossas habilidades e energias vitais, sempre içando para o alto o Estandarte da orientação, da razão e da consciência!

Avancemos para frutificar o tempo e melhorar a disposição da energia vital da nação!

E aquele que dispõe de algumas horas livres, que as utilize para a auto determinação e educação, principalmente, no empenho com seus filhos e sua família, sempre meditando sobre a Eternidade após a morte e o Reino dos Céus e da Terra… e jamais se esquecendo da recitação do Livro de Deus, Sua celebração e Sua glorificação… pedindo-Lhe o perdão e a indulgência… inclusive, deve dedicar algum tempo no aprendizado de outro idioma além do seu, a fim de poder transmitir devidamente e sem destorção a essência do espírito islâmido, àqueles que a desconhecem, e preencher a vida com o dinamismo e a vitalidade.

O homem foi criado por Deus para construir e edificar valores morais e materiais na Terra e seguir a sucessão intelectual e aperfeiçoá-la para uma sociedade sadia e feliz… Tudo isso, na prática e atividade das energias vitais da natureza e do homem e sua habilidade, para o bem da própria humanidade!

E concluindo este tema que é sobre o desperdício do tempo e da ociosidade, eis que mencionamos o seguinte Versículo alcorânico:

<<E à (tribo) Thamúd enviamos seu irmão Sáleh que lhes disse: Ó povo, adorai a Deus pois não tendes divindade além d’Ele, e Ele vos criou da Terra e vos enraizou nela, implorai o Seu perdão e arrependei-vos diante d’Ele, porque o meu Senhor está presente e acolhedor>>. Surat Húd – Capítulo 11, Versículo 61.

E graças a Deus. Senhor do Universo!

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