O símbolo do espírito esportivo, presente na atividade física competitiva, é a conduta louvável que todo esportista deve seguir. Todo esportista que não leve esse espírito consigo e não possua essa conduta pode ser forte fisicamente, porém é fraco na sua personalidade.
O esportista conhecido pela sua ilusão, egoísmo, fraude e atrevimento convida para a rejeição e a censura aguda, enquanto o esportista que possui modéstia, cooperação, tolerância na aceitação da derrota, que enfrenta seu concorrente com o peito aberto e o coração puro, sem reações e crispamentos, acusações e insultos é um esportista portador de excelente caráter. Carrega, dentro de si, o verdadeiro espírito esportivo.
Dentre os sinais desse espírito está o que diz um esportista: “Quero ganhar… porém, se não conseguir ganhar, terei sido corajoso por tentar.” Esse espírito de abertura, que aceita a perda e a derrota como sendo um resultado natural em qualquer jogo ou competição, parece com o espírito do combatente que, ao perder uma batalha, fica com a esperança de ganhar outra. Não se frustra nem desanima com a derrota. A frase: “(…) terei sido corajoso por tentar” está repleta de esperança. O esportista, se fracassar na vitória que tinha esperança em obter, promete a si outra vitória, “a vitória da tentativa”, porque a tentativa, em si é um treino, e o treino gera o aperfeiçoamento. É uma experiência, e a experiência gera conhecimento.
Podemos dizer que a tentativa representa a vontade de continuar a viagem e não parar num só ponto. Outro esportista apresentou o seu amor ao esporte, dizendo: “Eu amo o desafio”, o que significa que ele aprecia descobrir a capacidade do homem em ambientes desafiadores. É um espírito que deve continuar fora do círculo esportivo, também. Os desafios sociais, políticos e culturais são muitos. Quando alguém de nós, seja jovem ou adulto, moça ou idosa, não tiver mais o espírito esportivo desafiador, estará abrindo mão da vida.
Se o espírito esportivo, que constitui o bom caráter, coadunar-se com o espírito religioso do esportista muçulmano, revelará a firmeza de personalidade e a robustez de princípios. Aquela firmeza que um educador descreveu como: “Deus! Quanta força inquebrantável o homem possui!” Essa afirmação constitui o segredo de todo o universo; uma pequena palavra que transforma o mundo, a humanidade e a vida! Porém, a competição para se alcançar o primeiro lugar, a tentativa de quebrar o recorde, a determinação para se alcançar metas grandes e distantes não são motivos para se ultrapassar as regras e os princípios do jogo e desrespeitar as regras morais e suas virtudes.
É agradável obter a vitória. É uma manifestação de um grande empenho para se alcançar o resultado esperado. “O valor de cada pessoa reside no que ela conhece melhor”, como a tradição diz. Porém, a conquista de grandes valores, mais do que um lugar no podium, deve ter prioridade na nossa avaliação. E este é um aprendizado fundamental para todos os seres humanos, especialmente os rapazes e moças. O temor constitui valor: “Sabei que o mais honrado, dentre vós, ante Deus, é o mais temente.” (49:13); o conhecimento constitui valor: “Poderão, acaso, equiparar-se os sábios com os ignorantes?” (39:9); o bom comportamento constitui valor: “… para testar quem de vós melhor se comporta” (67:2); o empenho na causa de Deus constitui valor: “Deus concede maior dignidade àqueles que sacrificam os seus bens e as suas vidas do que aos que permanecem (em suas casas)” (4:95).
A competição na prática do bem, em todas as ações, tem prioridade: “… que os que aspiram a isso diligenciem em sua aspiração” (83:26). “Que trabalhem para isso, os que aspiram lográ-la!” (37:61).
OLHOS:
“O esportista dotado de modéstia tem dentro de si o verdadeiro espírito esportivo”
“A competição não pode desrespeitar as regras morais e suas virtudes”
“A conquista de grandes valores deve ter prioridade na vida do ser humano”