“Jihad” é um termo árabe que significa “esforço”. É empregado, em sua acepção religiosa, para todas as formas de “esforço” ou luta para promover o bem, a justiça e a vontade de Deus, em oposição ao mal, a injustiça e a irreligiosidade. Trata-se de um esforço na senda de Deus (e não em busca dos interesses pessoais). Exige conhecimento daquilo que Deus deseja e ama. Qualquer esforço contra a injustiça e a opressão na sociedade humana, para promover a paz, erradicar os males da sociedade ou mesmo remover o lixo das ruas, pode ser entendido como Jihad. Também se aplica ao esforço interior contra as más influências, o egoísmo e as demais tendências malignas.
De modo algum, jihad pode ser confundido com a ideia de “guerra santa”, na qual se busca a “conversão pela força” ou a agressão aos que não pensam como nós. Esse conceito nasceu e foi largamente praticado por civilizações não-islâmicas e não há qualquer base histórica ou filosófica que permita identificá-lo com o Islam e os muçulmanos, uma vez que a conversão no Islam só é válida quando espontânea, livre de qualquer forma de compulsão.
Mas o Jihad pode também significar uma luta armada? Sim. Uma vez que o Jihad abrange todas as formas de esforço para o bem e a justiça, o Islam reconhece o direito de defesa (da comunidade ou nação) contra a agressão, e o uso da força nesse empenho quando for absolutamente necessário. Diante de total ausência de alternativas à luta, o jihad, na forma de uso da força, se torna um dever coletivo. Essa modalidade de jihad foi estipulada por Deus Altíssimo no Alcorão ainda nos primeiros tempos do Islam, quando a perseguição ao Profeta (S.A.A.S.) e aos seus seguidores chegou a um ponto em que não havia outra alternativa senão a defesa. Na ocasião, o seguinte versículo alcorânico foi revelado, autorizando a luta:
“O combate é permitido para os que foram atacados, pois sofreram injustiça, e Deus tem poder para socorrê-los. São aqueles que foram injustamente expulsos de seus lares, apenas porque disseram: Nosso Senhor é Deus! E se Deus não tivesse refreado os homens, uns pelos outros, eremitérios, igrejas, sinagogas e mesquitas teriam sido destruídos, lugares onde o nome de Deus é frequentemente mencionado. Certamente que Deus socorrerá aqueles que O secundarem (em Sua causa). Deus é Fortíssimo, Poderoso”. (C.22 – V.39)