Nascimento: Medina, 1 de Rajab do ano 57 Hejrita (Equivalente a 12 de maio de 677 d.C.)
Martírio: Medina, 7 de Zul Hijjah do ano 114 Hejrita (equivalente a 31 de janeiro de 733 d.C.)
Tempo de Imamato: 19 anos / Sua idade abençoada: 57 anos
Seu assassino: Hisham ibn Abdel Malek, por envenenamento
Seu abençoado sepultamento: Medina (Cemitério de Al-Baqui)
Seu pai é o Imam Ali ibnol Hussein ibn Ali bn abi Taleb (A.S.) e sua mãe é Fátima bent Al-Hassan ibn Ali ibn abi Taleb (A.S.). Ele é filho de dois Hashemitas, Alawitas e Fatemitas, de dois pais cujo seus avôs eram os senhores dos jovens do paraíso, Hassan e Hussein (A.S.).
Seu nascimento ocorreu na cidade de Medina, no dia 1 de Rajab do ano 57 Hejrita (equivalente a 12 de maio de 677 d.C.). Ele viveu na época de seu avô, o Imam Al-Hussein (A.S.), e o acontecimento de Karbala, no ano de 61 Hejrita (equivalente a 680 d.C.), ocorreu quando ele tinha quatro anos. Ele testemunhou e vivenciou a tragédia de Karbala, sendo uma testemunha viva de todos os acontecimentos. E este foi um dos motivos pelos quais o Imam Al-Hussein (A.S.) fez questão de levar sua família, mulheres e filhos para Karbala, para serem testemunhas do que ocorreria no local, e assim transmitissem para todos o ocorrido.
Viveu com seu pai Imam Assajad (A.S.) por trinta e cinco anos, e aprendeu dele a boa conduta, a educação, as jurisprudências, os mistérios divinos, os ensinamentos islâmicos e os valores e princípios elevados. Em uma tradição o companheiro Jaber Al-Ansari (R.D.) se encontrou com o Imam Mohammad Al-Baqer (A.S.) enquanto ainda criança e o saudou. Então, as pessoas ao redor estranharam o ato de Jaber, que disse: “Num certo dia eu estava sentado ao lado do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) e Hussein (A.S.) estava em seu colo. Então, ele (S.A.A.S) disse para mim: Ó Jaber, nascerá alguém deste menino (Hussein) que será chamado no dia do juízo final como o Senhor dos Devotos. Este é Ali ( filho de Hussein). E nascerá um filho de Ali chamado Mohammad, que irá dominar todos os conhecimentos. Ó Jaber, se o encontrar então apresente minhas saudações a ele”.
O Imam Al-Baqer (A.S.) foi nomeado com este nome pois explorava e expandia os conhecimentos. Por isso que seu pai Imam Ali ibnol Hussein (A.S.) disse: “Certamente, ele (Imam Al-Baqer) é o pai dos Imames, fonte de conhecimento, ele explorará o conhecimento, e juro que ele será a mais semelhante entre as pessoas ao Mensageiro de Deus (S.A.A.S.)”. Jaber Al-Jo ́ (R.D.) disse: “Abi Jafar (Imam Al-Baqer) me narrou setenta mil ditos”. Mohammad Muslim Al-Taq disse: “Perguntei a ele por trinta mil narrativas”.
O Imam Al-Baqer (A.S.) gostava do trabalho e da atividade, e incentivava muito isso. Nunca foi preguiçoso ou dependente dos outros, e ele tinha fazendas e plantações, trabalhava nelas e comia junto com os fazendeiros e distribuía o faturamento das fazendas aos pobres e necessitados, sendo que foi o homem mais generoso de sua época. Certa vez um indivíduo o criticou por trabalhar durante o calor do dia dizendo: “Que Deus te perdoe e te oriente. Por que um dos líderes de Quraish (Imam Al-Baqer) está trabalhando a esta hora do dia por esta vida mundana! O que você dirá se a morte vier te buscar neste momento? O Imam (A.S.) então disse: Se a morte vier me buscar juro por Deus que eu estarei na melhor das minhas situações. A morte veio enquanto eu estava na obediência a Deus, evitando necessitar de você e das pessoas. Eu temeria se a morte viesse enquanto eu estivesse na desobediência a Deus. Então, o homem disse: Que Deus te abençoe. Eu vim aqui pra te aconselhar mas você acabou me aconselhando”.
O Imam (A.S.) estava decidido que as pessoas devem estar cientes que a busca pela riqueza e pelo trabalho é uma devoção e obediência a Deus, e não devem achar que deixar de trabalhar e se voltar apenas às orações e devoções é a única obediência a Deus. O Imam Al-Baqer (A.S.) era um grande e frequente pagador da caridade e do Zakat aos pobres e aos necessitados. Ele gostava de alimentar os próximos com alimentos saborosos e sempre buscava estreitar os laços com seus familiares e irmãos, e nunca se enjoava das visitas de seus familiares e irmãos.
O Imam Al-Baqer (A.S.) salvou a sociedade islâmica e o governo da época, che ado por Abdel Malik ibn Maruwan, da exploração e usurpação dos romanos elaborando pela primeira vez na história do Islam uma moeda especifica para os muçulmanos, ao que passaram a usá-la ao invés da moeda romana usada na época até então. Ele desenhou em um dos lados da moeda a inscrição “Mohammad Rasulallah – Mohammad Mensageiro de Deus” e ela foi posta em circulação em cidades e regiões sob disputa entre o governo islâmico e os romanos, e desta forma os muçulmanos conseguiram sair da dependência econômica dos romanos e frustraram os seus planos de pressionar os muçulmanos a abdicarem de regiões em disputa. Com isso os romanos partiram para a opção militar, declarando guerra contra os muçulmanos, mas foram derrotados pelos exércitos dos muçulmanos. Portanto, o Imam (A.S.) acabou com a dependência dos muçulmanos lançando uma moeda especifica para a sociedade islâmica, e foi assim que o Imam (A.S.) agiu quando viu que a sociedade muçulmana estava em perigo. Ele se via sempre obrigado a apoiar a sociedade, e este é o método e caminho de todos os Imames (A.S.).
O Imam Al-Baqer (A.S.) teve diversas oportunidades de expandir e divulgar os conhecimentos e ensinamentos islâmicos dos Ahlul Bait (A.S.), já que os omíadas estavam ocupados com as revoltas e rebeliões que ocorriam aqui e ali. Enquanto isso o Imam (A.S.) aproveitava a oportunidade para ensinar e educar um grupo de companheiros e alunos que carregariam os ensinamentos e conhecimentos dos Ahlul Bait (A.S.) consigo. Entre tais companheiros estão:
Aban ibn Taghlob: Ele foi contemporâneo de três Imames dos Ahlul Bait (A.S.). Imam Assajad (A.S.), Imam Al-Baqer (A.S.) e Imam Assadeq (A.S.). Ela aprendeu e absorveu a grande maioria de seus conhecimentos do Imam Al-Baqer (A.S.), versando-se em jurisprudências, hadith (tradições), conduta, idioma, tafsir (interpretação), e gramática.
Zurarah ibn A ́yon: O Imam Assadeq (A.S.) disse: “Se não fosse Zurarah eu imaginaria que os ditos do meu pai iriam vanescer”. O Imam Assadeq (A.S.) saudava a alma de Zurarah dizendo sempre: “Que Deus abençoe a alma de Zurarah ibn A ́yon. Se Zurarah e seus semelhantes não tivessem existido os ditos do meu pai estariam extintos”.
Mohammad ibn Muslim Al-Thaqa : O Imam Assadeq (A.S.) o respeitava e o considerava muito sendo que ele foi um dos referidos no dito do Imam (A.S.) quando disse: “Quatro pessoas para mim são as mais amadas, enquanto vivas ou mortas”. Ao mesmo tempo, o Imam Assadeq (A.S.) ordenou seus companheiros a procurarem Mohammad ibn Muslim quando necessário, e disse: “Ele ouviu os ditos de meu pai e era um grande homem”. Um dos companheiros do Imam Al-Baqer (A.S.) foi Kumait Al-Asadi, o poeta.
O Imam Al-Baqer (A.S.) nos deixou um grande legado na ciência da interpretação do Alcorão Sagrado e nas tradições do profeta Mohammad (S.A.A.S.), história dos profetas, jurisprudências islâmicas, educação, du ́a e etc. Fora o legado cientifico, o qual foi e ainda é muito útil para o ser humano.
O Imam Al-Baqer (A.S.) viveu a época de cinco governantes durante o tempo de seu Imamato. Foram eles: Walid ibn Abdel Malik, Suleiman ibn Abdel Malik, Omar ibn Abdel Aziz, Yazid ibn Abdel Malik e Hisham ibn Abdel Malik. Ele viveu a opressão, injustiça, perseguição, tortura e a inimizade por parte de todos eles, e por isso apoiava as revoltas e revoluções que ocorriam contra os governantes injustos, sendo a mais famosa a revolta de seu irmão, Zaid ibn Ali ibnol Hussein (A.S.), que declarou a revolução contra Hisham ibn Abdel Malik e os omíadas no ano de 122 Hejrita (equivalente a 740 d.C.) e resistiu de forma firme até ser martirizado em batalha atingido por uma echa mortal. Ele foi martirizado, cruci cado e queimado, e suas cinzas jogadas ao ar, como demonstração e prova do ódio que os governantes sentiam contra os Ahlul Bait (A.S.) e seus seguidores. Hoje, Zaid ibn Ali (A.S.) possui um grande santuário em sua homenagem no Iraque, que é visitado por milhares de muçulmanos de todo o mundo.
O último governante da época do Imam Al-Baqer (A.S.), Hisham ibn Abdel Malik, se sentiu muito ameaçado e pressionado pelo Imam (A.S.), pois via que as pessoas e os companheiros do Imam (A.S.) aumentavam dia após dia, e estavam sempre em sua volta, obedecendo suas orientações e prontos para seguirem suas ordens. Por isso, o tirano não suportou esta situação e mandou envenenarem o Imam Al-Baqer (A.S.), que não resistiu ao veneno e foi martirizado no dia 7 de Zul Hijjah do ano 114 Hejrita (equivalente a 31 de janeiro de 773 d.C.). O Imam Al-Baqer (A.S.) foi velado e enterrado no Cemitério de Al-Baqui, em Medina, ao lado de seu pai, Imam Zain Al-Abedin (A.S.), e seu tio avô, Imam Al-Hassan (A.S.), sendo que no local do enterro foi erguido um santuário nobre que era visitado pelos muçulmanos, porém os wahabitas o destruíram no ano 1344 Hejrita (equivalente a 1925 d.C.).