Estes são trechos extraídos de uma longa narrativa sobre uma famosa reunião na qual Imam Al-Redha (A.S.) superou todos os teólogos das várias seitas que se opunham ao Islam, que foram convocados por Al Ma’mun para um debate.
Imran As Sabi disse ao Imam Al-Redha (A.S.): “Declaramos a unicidade de Allah pela realidade ou pela descrição?”
O Imam Al-Redha (A.S.) respondeu: “Certamente, Allah, a Luz, o Iniciador do cosmos e o Primeiro é Um sem qualquer associado ou coisa que o acompanhe. Ele é Único sem um segundo. Ele não é compreendido nem desconhecido. Não é peremptório nem alegórico. Não é mencionado nem esquecido. Não é algo para que um nome familiar possa ser adequado a Ele. O Iniciador é Auto Existente e a luz que é distribuída para todas as coisas. Ele não passou a existir num tempo determinado e não terá duração por um tempo determinado. Ele não passou a existir em coisa alguma, não se ocultou em coisa alguma, e não se dirigiu a coisa alguma. Nenhum orador pode criar uma expressão para descrevê-Lo mesmo se pensar na luz, no exemplo, no etéreo ou na sombra. Tudo o que havia antes da criação se encontrava na condição do “não existir nada senão Ele”. A própria condição se encontrava nesse estado. Existem somente atributos imaginários e a tradução de uma imagem na mente com o propósito de fazer os outros entenderem. Compreendeste Imran?”
Imran respondeu afirmativamente.
O Imam (A.S.) prosseguiu: “É preciso saber que a imaginação, a volição e a vontade possuem o mesmo sentido embora sejam três expressões distintas. O ponto principal de Sua imaginação, volição e vontade são as letras com que Ele deu origem a tudo e criou a resposta para cada problema. Ele não definiu em Sua imaginação um sentido, diferente do finito e do existente, para as letras, porque são, na verdade, imaginárias e Allah precedeu a imaginação, uma vez que nada era antes Dele ou estava com Ele. A imaginação, entretanto, precedeu as letras; portanto, estas passaram a existir por meio da imaginação. A imaginação era existente ao passo que não havia nenhuma direção antes de Allah. A imaginação de Allah é algo distinto Dele. Por conta disso, a ação de uma coisa é algo diferente dela própria, a extremidade de uma coisa é algo diferente dela própria, a característica de uma coisa é algo diferente daquilo que é descrito com ela, o limite de uma coisa é algo diferente daquilo que está relacionado a esse limite. As letras são coisas distintas e separadas que não possuem uma indicação única. Quando estão combinadas num determinado arranjo, se referem a outras coisas, como os nomes e as características. É preciso saber também que não há nenhuma característica para o indescritível, nenhum nome para o que não tem sentido e nenhuma extremidade para o que é desprovido de limites ou margens. Todos os nomes e características se referem à perfeição e a existência, mas não ao envolvimento, a abrangência, como as referências aos termos das figuras geométricas de quadrados, círculos ou triângulos, porque Allah pode ser reconhecido por meio dos nomes e dos atributos, mas não por meio de termos. Allah não está sujeito a nenhum termo; portanto, as criaturas não podem reconhecer a Ele da mesma maneira que se reconhecem. Se os Seus atributos e nomes não se referirem a Ele, então as criaturas estarão adorando aos Seus nomes e atributos, não os seus significados. Se isso for verdadeiro, a divindade adorada será alguém distinto Dele, já que Seus atributos se referem a algo distinto Dele”.
Imran perguntou: “A imaginação é um ser criado ou não?” Imam Al-Redha (A.S.): “A imaginação é ser criado inanimado que não pode ser compreendido pela inação. É um ser criado porque se originou de Allah. Por ser chamada de “coisa”, é um ser criado. Existem somente duas coisas – Allah e Suas criaturas. Um ser criado pode ser inanimado, móvel, variável, estático, conhecido ou obscuro. Qualquer ser que obtenha um nome, é criado”.