Durante todo o sábado (29/7) centenas de muçulmanos e não-muçulmanos, representando entidades religiosas, políticas, sociais e culturais de todo o mundo reuniram-se em São Paulo para em uma só voz condenar o terrorismo e o radicalismo.
O evento organizado pelo Centro Islâmico no Brasil e chamado “Encontro Islâmico no Brasil” pôde trazer à tona a verdadeira posição dos muçulmanos em relação ao terrorismo e ao radicalismo, condenando-os e conclamando por união entre os povos para combater estes males e secar suas fontes.
Apesar do evento ter sido alvo de desvirtuamento e islamofobia por uma pequena parte da mídia durante o mesmo pôde ter sido visto o empenho da comunidade muçulmana no combate ao flagelo da intolerância e do terror. Tanto os participantes quanto à imprensa, que fez uma cobertura ampla do evento, puderam dialogar e observar o quanto os muçulmanos estão empenhados para preservar a verdadeira imagem da sua religião e continuar a viver em paz e harmonia em todas as sociedades.
Durante o evento também houve uma exposição com quadros e cartazes que chamavam a atenção de todos quanto ao perigo do radicalismo e o terrorismo.
A leitura de trechos do Alcorão deu início ao ciclo de palestras e orações e, fizeram com que a plateia de cerca de 300 pessoas ficasse em absoluto silêncio.
Na declaração que abriu o encontro ouviu-se: “O terrorismo é uma atitude antiga, e não tem a ver com a cultura islâmica. Repudiamos esse tipo de atitude. Devemos ter comunidades com o máximo de segurança. Nossos mártires deram prova de amor, carinho, e de boa convivência. A paz é a missão da fé”.
“Ao trabalhar para esse encontro, fomos surpreendidos por críticas inapropriadas, mas não perdemos o foco. Há participantes de muitas partes do mundo, chamados para apresentar perspectivas e estudos relativos à origem de grupos extremistas” — observou o diretor do Centro Islâmico no Brasil, Nasser Khazraji.
“O terrorismo é um flagelo, é um problema sério. E uma maneira importante de se combater o problema do terrorismo é pela educação, porque a maior parte daqueles que fazem atos de terrorismo de maneira indiscriminada são jovens que de alguma maneira recebem uma formação, ou uma deformação, seja no seio da família ou alguma instituição de seu bairro, na qual se pratica uma filosofia que absolutamente não é comum no Islã”, disse o diplomata paraguaio Alejandro Hamed Franco, ex-Ministro de Relações Exteriores durante o governo de Fernando Lugo.
O líder de origem curda e Imam da comunidade sunita no Irã, xeque Mulla Grafer Al-Ghaderi, ensinou que “o outro, ou é seu irmão na religião, ou é seu irmão na Humanidade. Isso serve para todos os tempos. A lei de Deus não admite a matança de inocentes. O terror, meus irmãos, é uma história antiga. O chamado Estado Islâmico é formado por inimigos do Islam. Nós, sunitas, e outros grupos islâmicos, não podemos admitir. Condenamos toda atitude de terror contra todas as pessoas e contra todos os povos — ponderou.
Sheikh Ramil Sadikov, Imam da Mesquita de Moscow, afirmou a importância da união das nações e das religiões para combater o terrorismo e o extremismo, dizendo que trabalhar em favor da boa convivência e da diversidade cultural e religiosa é a das chaves para solucionar todos os problemas.
A Presidente do Conselho Mundial pela Paz, Sra. Socorro Gomes, fez um belo pronunciamento esclarecendo pontos sobre e os conflitos no Oriente Média, trazendo à tona questões como diálogo e respeito entre os povos.
A fala mais esperada do evento, no entanto, era a do Ayatullah Sheikh Mohsen Araki. Nascido em Najaf, no Iraque, em 1956, o clérigo foi representante em Londres do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, e atualmente é um dos 88 membros do Conselho dos Especialistas, que elegem o líder do país. Em sua fala criticou o imperialismo e as guerras, além de conclamar todos os povos para um caminho de entendimento e união.
O presidente da Comissão de Solidariedade ao povo Palestino, Sr. Marcos Tenori, que compôs a mesa do evento e palestrou no mesmo, também leu notas de apoio ao evento do Gabinete da Presidência da República, da Presidência do Senado, do Ministério da Justiça, de diversas secretarias de governo, e de diversas instituições e personalidades.
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