A Moralidade da Revolução de Hussein
Muitas revoluções no mundo esquecem, no auge da luta, os valores anunciados previamente, a justiça que procuravam instalar, pisoteando os direitos e os seus princípios, mesmo antes de sua vitória. Seus próceres anunciam a exaltação e defesa de objetivos humanos e símbolos sagrados, como eliminar a escravidão e a humilhação, libertar os povos da tirania, salvar as comunidades da corrupção e do extravio, da decadência moral e cultural, anunciando a justiça social e uma vida digna. Uma vez conquistado o poder, elas tratam os próprios filhos, seguidores, aliados e simpatizantes da pior forma possível. Em relação aos opositores e inimigos, então, não é necessário dizer qual o seu destino. Assim, elas revelam as maléficas intenções de seus comandantes e seu espírito pervertido. Por isso, há entre os objetivos e os meios, entre as práticas e os símbolos anunciados para atrair a população, uma enorme diferença.
A revolução de Hussein difere de tudo isso. Ela foi pura em seus objetivos e meios, sã em suas posições, séria em sua conduta com o amigo e o inimigo. Ela primou na prática da conduta nobre até durante a luta sangrenta e o combate doloroso. Destaca-se a profundidade desse lado iluminado da revolução de Hussein, seu esplendor e grandeza, quando avaliamos a crueldade e o horror que o exército omíada de Kufa praticou. Esse exército cometeu contra o Imam Hussein (AS) e seus aliados, mulheres e filhos, o que nenhum exército cometeu contra inimigo algum. A sua conduta é considerada, quanto à crueldade e ao horror, um novo método de tratamento do inimigo, assumindo a condição de marco inicial dos crimes hediondos que cometidos, ao longo da história, contra a comunidade islâmica e não islâmica. É uma questão que merece ser longamente avaliada.
Avaliação dos Crimes do exército omíada de Kufa
Não conseguimos aqui citar tudo que foi cometido de crimes na dolorosa Batalha de Karbalá pelos elementos do exército omíada. Isso necessitaria de espaço enorme, de tempo e lugar. Porém, citaremos alguns dos principais crimes, convidando o leitor a pesquisar em fontes fidedignas. O exército omíada, antes, durante e depois da batalha de Karbalá, cometeu as seguintes crueldades:
1. Privar as crianças da água e alimento, mesmo as de colo, deixando-as com fome e sede, agredindo-as e amedrontando-as;
2. Aterrorizar as mulheres e as jovens, mães e órfãs, com sofrimentos e agressões, levando-as e exibindo-as, de cidade em cidade, proibindo-as de prantearem seus mortos, tirando-lhes os véus;
3. Queima das tendas com pessoas dentro, sem aviso prévio, mesmo estando com crianças, doentes e feridos;
4. Matança dos recitadores do Alcorão e dos crentes virtuosos presentes nas fileiras de Hussein (A.S.);
5. Matança dos adolescentes ainda não púberes;
6. Proibição da prática da oração e dos cultos, mesmo sendo os mais simples dos direitos humanos e das obrigações religiosas;
7. Decapitação dos mártires e exibição de suas cabeças perante as esposas, as filhas e as irmãs;
8. Falta de piedade até com os doentes, os incapazes de se defenderem, açoitando-os e colocando-os a ferros;
9. Pisotear os corpos dos mártires perante seus parentes;
10. Zombar dos recintos sagrados islâmicos.
Estes e muitos outros crimes hediondos foram cometidos durante todo o mês de Muharram , sem interrupção, não porque aquele grupo crente, o de Hussein e seus seguidores (A.S.), cometeU algum crime, mas porque ergueu sua voz contra a injustiça e a tirania, protestando contra a corrupção e o extravio, proclamando a verdade perante um governante tirano. Apesar de tudo isso, o Imam Hussein (A.S.) seguiu tratando o inimigo selvagem dentro do âmbito moral que lhe foi inculcado por seu Nobre Avô (S.) e seus Nobres Pais, Ali e Fátima (A.S.). Ou seja, Hussein (A.S.) tratou-os com todos os escrúpulos, em alto nível e com hombridade inigualável.
O Imam Hussein e Suas Relações Morais Com o Inimigo
1. Declaração dos objetivos do levante. É costume, em alguns movimentos revolucionários, que os seus líderes ofereçam subornos para atrair a opinião popular, divulgando falsas informações e enganando a população, dissimulando seus verdadeiros objetivos, ocultando os perigos e problemas que irão ocorrer. O Imam Hussein (A.S.), porém, não fez nada disso, não enganou ninguém. Desde o início, divulgou os seus objetivos, revelou os sacrifícios necessários e os perigos que aguardavam a empreitada. Quando resolveu sair de Meca, fez uma declaração, dizendo: “Louvado seja Deus, seja o que Deus quiser, não há força nem poder a não ser em Deus e que as graças de Deus estejam com o Seu Mensageiro. A morte foi designada para os filhos de Adão, a minha saudade pelos meus antepassados é a mesma que Jacó sentiu por José. A melhor morte para mim é ter minhas articulações devoradas por lobos do deserto entre Nawawis e Karbalá, preenchendo seus estômagos vazios e bocas famintas. Não se pode fugir do dia que foi designado. A satisfação de Deus é a nossa satisfação. Nós, descendentes do Profeta, somos pacientes na Sua determinação, pois Ele nos compensará com o prêmio dos pacientes. Quem quiser sacrificar-se por nós e está decidido a encontrar Deus, que nos acompanhe, pois amanhã estarei partindo, se Deus quiser.”
2. A misericórdia e a bondade para com o inimigo. É costume dos revolucionários, também, esquecerem, durante a inflamação revolucionária, o lado humano, negligenciando as questões de misericórdia e bondade, cometendo os piores crimes para alcançar os seus objetivos. O Imam Hussein (A.S.), porém, não fez isso. Ele tratou os seus inimigos com toda misericórdia, bondade e humanismo. Eis que a história registra como ele (A.S.) ordenou aos jovens membros de sua comitiva, quando estava para partir, que levassem uma grande quantidade de água. E eles o fizeram. Quando estava a caminho, encontraram Hurr Ibn Yazid Arriáhi, liderando mil cavaleiros combatentes, enviados por Ziad, (então governante omíada de Kufa) para cercarem o Hussein e seu grupo. Eles se perderam no deserto e ficaram sem água, chegando quase à beira da morte devido à sede. O Imam Hussein (A.S.) disse para seus companheiros: “Dêem água para eles até se saciarem e dêem água para os cavalos.” Assim eles fizeram, saciando a sede das pessoas. Eles enchiam grandes vasilhas com água e deixavam perto dos cavalos. Quando cada um sorvia três, quatro ou cinco goles, eles passavam para outro, até darem de beber para todos os animais. Assim, o Imam Hussein (A.S.) deu de beber para a vanguarda sedenta de seu inimigo, no calor causticante do deserto. Além disso, ele próprio ajudou, dando de beber a algumas pessoas, com bondade e generosidade. Ele tinha a possibilidade de se aproveitar da sede e fraqueza deles e combatê-los, eliminando-os.
3. A Preocupação com os servos apoiadores. É costume que os comandantes esqueçam, na confusão da luta, os elementos marginais dentre seus seguidores e apoiadores, negligenciando-os, esquecendo-se deles, preocupando-se apenas com as pessoas importantes, principalmente os parentes, fazendo distinção entre uma origem e outra, uma cor e outra. O Imam Hussein (A.S.), porém, não se esqueceu de seus amigos e seus apoiadores no campo de batalha, indistintamente. Ele cuidou, da mesma maneira, tanto do servo como dos seus filhos amados. Eis o que aconteceu com João (Yahia, em árabe), servo de Abu Zar Al Ghifári, que era negro. Ele acompanhou Hussein (A.S.) de Medina para Meca e, então, para o Iraque. Quando a luta foi deflagrada, foi ter com o Imam Hussein (A.S.) e lhe pediu para autorizá-lo a lutar. O Imam Hussein (A.S.) disse: “Você está isento. Você nos seguiu à procura de proteção e não deve se envolver com os nossos problemas.” O servo disse: “Ó, filho do Mensageiro de Deus, acha que devo desfrutar da sua prosperidade e abandoná-lo na adversidade? Por Deus que meu cheiro é desagradável, minha ascendência é vil e minha cor é negra. Pede que eu seja premiado com o Paraíso, que meu cheiro seja agradável, minha ascendência tenha honra e meu rosto resplandeça. Por Deus que não o abandonarei até que o sangue desse negro se misture com o seu sangue.” Ele participou da luta, matando vinte e cinco inimigos e foi morto. O Imam Hussein (A.S.) postou-se perante o seu corpo inerte e disse: “Ó, Deus, ilumina o seu rosto, torna agradável o seu cheiro, junte-o aos virtuosos. Faça-o ser conhecido por Mohammad e pelos familiares de Mohammad (S).” Quando Wádhih, o turco, foi atingido, pediu a ajuda de Hussein (A.S.). Ele era servo de um dos companheiros de Hussein (A.S.) e havia combatido como herói. Hussein (A.S.) foi até ele e o abraçou. Wádhih, antes de dar o seu último suspiro, disse, com honra e orgulho: “Quem será como eu, depois de o filho do Mensageiro de Deus ter colado o rosto no meu?”. Ou seja, o Imam (A.S.) colocou o próprio rosto sobre as faces de um servo abissínio e outro turco, ambos mortos na sua frente em defesa do Islã, da mesma forma que o fez, depois, com o filho Ali (A.S.). Haveria outro líder que tenha tratado de maneira tão amável, bondosa e igualitária o mais raso dos combatentes de seu exército e seu próprio filho?
4. O cumprir o pacto e a promessa. É costume entre os líderes de algumas revoluções esquecer o que prometeram aos seus soldados nas situações difíceis, deixando de ser fiéis às suas promessas na eminência da calamidade. O Imam Hussein (A.S.), porém, sempre cumpriu o prometido e o combinado. Preocupava-se que a virtude fosse vitoriosa, mesmo que ele perdesse, por isso, algum aliado. Um homem de nome Adhahak Ibn Abdullah Al Mashriqui foi ter com ele e disse: “Vou combater contigo enquanto tiver combatentes. Quando não mais houver combatentes contigo, quero ter o direito de partir.” O Imam Hussein (A.S.) disse: “Aceito”. Adhahak escondeu o seu cavalo em uma das tendas e, quando viu os cavalos dos companheiros do Hussein sendo abatidos, ele se pôs a lutar a pé. Ao ver que Hussein (A.S.) ficou sozinho, ele disse ao Imam (A.S.): “Posso exigir a promessa?” Hussein (A.S.) disse: “Sim. Você está livre de escapar com vida.” O homem pegou o cavalo, montou e fugiu, escapando com vida.
5. O respeito de Hussein à relação familiar. É natural que a pessoa, durante o calor da luta e forte oposição, negligencie a questão do parentesco e do relacionamento familiar, ignorando-os, principalmente se a outra parte for vil e de péssima personalidade. O Imam Hussein (A.S.), porém, via que o parentesco e a relação familiar tinham uma importância mais elevada do que se imagina. Eis que o mau caráter Shamr Ibn Zi Al-Jaushan, que odiava Hussein (A.S.), procurou criar intriga entre os companheiros do Imam (A.S.), para afastá-los dele, aconselhando-os a suspender o seu apoio. Ele ofereceu segurança para os que tinham parentesco consigo, como Abbas Ibn Ali e seus irmãos. Eles pertenciam ao clã Bani Quilab, pelo lado materno. Shamr foi até o quartel de Hussein (A.S.) e gritou com todas as forças: “Onde estão os filhos da nossa irmã? Onde está Abbas e seus irmãos?” Estes não lhe deram ouvidos e não responderam ao chamado. Hussein (A.S.) disse: “Respondam, mesmo que ele seja libertino.” Eles perguntaram, então: “O que deseja?” Ele respondeu: “Ó, sobrinhos, vocês têm a nossa garantia. Não devem cometer suicídio junto de Hussein. Submetam-se ao Califa dos Crentes, Yazid.” Abbas respondeu-lhe de forma categórica: “Que Deus o amaldiçoe e amaldiçoe a sua segurança. Você nos oferece garantias e o filho do Mensageiro de Deus fica sem segurança? Você nos pede que obedeçamos aos amaldiçoados e aos filhos dos amaldiçoados?”
6. A não utilização das mulheres como escudo humano. É costume, também, na maior parte das revoluções, a utilização das mulheres como escudo humano, quando não são utilizadas como meio de diversão. Hussein (A.S.), porém, valorizou a mulher e a colocou em seu devido lugar, respeitando-a, considerando o seu sentimento. Ele não levou com ele as mulheres a não ser para transmitirem os apelos da Sagrada Revolução às pessoas, dentro dos limites do pudor, decência, castidade e honra. Por isso, não autorizou o seu ingresso no campo de batalha e a ter de se sujeitar aos homens. Quando a cabeça de Wahb Ibn Abdullah Al Kalbi foi arremessada na direção de Hussein (A.S.), sua mãe pegou a cabeça do filho, limpou o sangue e a terra, pegou uma estaca e saiu para a luta. Hussein (AS) apareceu para levá-la de volta para as tendas, para junto das outras mulheres. Ela pegou na ponta de seu manto e lhe disse: “Não retornarei ou morrerei contigo.” O Imam Hussein (A.S.) disse-lhe: “Que Deus os recompense pelo que sacrificaram pelos familiares de seu Mensageiro. Retorne para junto das outras mulheres, que Deus tenha piedade de você.” Também falou: “Volte, ó, mãe de Wahb, você e seu filho estarão com o Mensageiro de Deus (S), pois as mulheres não são obrigadas a lutar pela causa de Deus.”
7. A conservação da benevolência e da sensibilidade. A sensibilidade e a benevolência são questões que a maioria das operações revolucionárias esquece, considerando as inspirações de simpatia empecilhos no caminho da vitória. O Imam Hussein (A.S.), porém, levou em consideração os sentimentos e as sensibilidades, porque havia se rebelado por eles. Portanto, como poderia ignorá-los? Quando Amru Ibn Junáda Al-Ansári, cheio de entusiasmo e coragem, foi pedir autorização a Hussein (A.S.) para combater os inimigos, estando com apenas onze anos de idade, depois de ver o pai ser morto na mesma batalha, o Imam (A.S.) negou lhe. Disse: “Esse é um jovem cujo pai foi morto na primeira investida. Talvez a mãe dele não queira que entre em combate.” O menino disse: “A minha mãe me ordenou fazê-lo.” Hussein (A.S.), então, autorizou-o. O jovem foi morto rapidamente e sua cabeça atirada na direção de Hussein (A.S.). Sua mãe pegou-a, limpou o sangue e atingiu um inimigo que estava próximo dela com ela, matando-o. Ela retornou para o acampamento, pegou uma estaca e declamou:
“Sou idosa, esquecida, fraca, desprovida, definhando, frágil. Golpeio vocês com força pelo filho da honrosa Fátima”.
Hussein (A.S.) levou-a de volta para a tenda depois de ela ter ferido dois homens com a estaca.
8. Perdoar o Inimigo. É costume dos inimigos não perdoarem uns aos outros, a não ser raramente. Quando um dos lados é causador do problema, o perdão fica muito distante da realidade. O Imam Hussein (A.S.), porém, perdoou em Karbalá até quem foi motivo de seu acampamento naquele local, impossibilitado que ficou de se dirigir a Kufa, ou de retornar para Meca, sendo, em seguida, atacado pelos exércitos inimigos. Hurr Ibn Yazid Ar Riáhi cercou Hussein (A.S.) e recusou todas as suas ofertas, como ir para Kufa, voltar para Medina ou seguir outro caminho, apesar de Hussein (A.S.) ter sido benevolente com ele, salvando-o e a seu exército de terem perecido de sede. Quando Hurr recobrou a razão e se arrependeu do que fez, pediu perdão a Hussein (A.S.). Suplicou-lhe que o perdoasse pelo crime que havia cometido. Hussein (A.S.) recebeu-o de braços abertos e aceitou a sua desculpa, dando-lhe as boas vindas e perdoando-o. Além disso, prestou-lhe uma honrosa homenagem, depois de ter combatido a favor do Islã e defendido as leis islâmicas. Ele disse, fazendo-lhe o elogio fúnebre depois de cair como mártir. Em pé ao lado do corpo, falou o Imam (A.S.): “A sua mãe não errou ao dar-lhe o nome de Hurr , pois você é livre neste mundo e feliz no Outro.”
9. Orientação e não derramamento de sangue. É costume dos revolucionários se excederem na vingança, aumentando a sede do derramamento de sangue dos inimigos. Preocupam-se apenas na matança. A Revolução de Hussein (A.S.), porém, não podia ter essa característica e carregar o peso da culpa. A Revolução de Hussein (A.S.) foi uma revolução orientadora e despertadora, principalmente para aqueles que foram enganados pelos tiranos. Por isso, Hussein (A.S.) recusou dar início à luta, apesar de ter sido muito aconselhado, admoestado, lembrado e advertido. Quando foi cercado por Hurr no caminho, Zuhair Ibn Alkain disse: “Ó, filho do Mensageiro de Deus, lutar contra esse é mais fácil do que lutar contra os que virão depois. Vamos ter que enfrentar o que não conseguimos derrotar.” O Imam (A.S.) respondeu: “Não vou iniciar a luta.” Ele resolveu aconselhá-los, admoestá-los e fazer-se conhecer. A história nos informa que o Imam (A.S.) continuou orientando e exortando, lembrando e advertindo durante todo o tempo do levante, desde a sua saída de Medina até os últimos instantes de sua nobre vida e antes de seu martírio. A história registra todas as suas admoestações, seus sermões e suas palavras aos indivíduos e às comunidades, o que demonstra que ele não economizou empenho, nem meios para despertar, instruir, orientar e guiar, com a esperança de fazer a comunidade assumir as suas responsabilidades religiosas e políticas, evitando o derramamento de sangue. Até quando foi obrigado a lutar, ele só o fez em defesa própria, contentando-se com o necessário, sem desejar o sacrifício vão das pessoas.
10. Sem Imposição de Apoio. O Imam Hussein (A.S.), em sua revolução, deixou a porta aberta para quem quisesse apoiá-lo ou não. Não impôs a ninguém, ao contrário da maioria das revoluções da história. Ele não obrigou ninguém ingressar em suas fileiras. Na noite de Ashura ele discursou para seus companheiros, dizendo: “Sei que amanhã será o nosso dia. Por isso, autorizo vocês a ir embora, não vou reprovar ninguém por isso. Aproveitem as trevas da noite para ir embora levando cada um alguém da minha família. Que Deus lhes pague. Dispersem-se pelas plagas e cidades, pois o inimigo deseja somente a mim. Ao conseguir me agarrar, deixará de procurar aos outros.” Seus companheiros, seus irmãos e seus filhos lhe responderam, dando-lhe apoio irrestrito, de livre e espontânea vontade, dispostos a se sacrificar por ele. Um de seus companheiros, chamado Mohammad Ibn Bishr Al-Hadrami, ao saber que seu filho havia caído prisioneiro, disse: “Deixo a sua proteção e a minha nas mãos de Deus, pois não gostaria de permanecer vivo depois de ele cair prisioneiro.” Quando Hussein (A.S.) ouviu-o dizer aquilo, disse-lhe: “Que Deus tenha misericórdia de você. Está livre de seu voto de apoio a mim. Vá e trate de libertar o seu filho.” Bishr disse: “Que os animais ferozes me devorem vivo se eu abandoná-lo, ó, pai de Abdullah.” O Imam (A.S.) disse-lhe: “Toma essas vestes (eram cinco, no valor de mil dinares) e as entregue ao seu filho, Mohammad. Elas poderão ajudá-lo a libertá-lo.”
São fatos que devem ser tomados como paradigmas, verdadeiras lições morais ministradas pela revolução de Hussein (A.S.), símbolos da verdadeira doutrina do Islã de Mohammad (S.)
* Extraído da Revista Evidências Islâmicas #1 Jan/Fev 2008.