Súplica I (1)

Ao iniciar sua súplica (a paz esteja com ele) Com a Louvação e agradecimento a Deus, Todo-poderoso e Majestoso, dizendo:

01 – Louvado seja Deus, sendo o Primeiro sem que ninguém O anteceda, e o Último sem que ninguém O suceda.
É Aquele que os olhos dos observadores são inábeis de atingi-Lo, e as imaginações dos classi cadores são incapazes de descrevê-Lo.

02 – Criou com o Seu poder as criaturas com renovamento e as produziu dedicadamente segundo Seu decreto. Em seguida, fêz-las percorrer no caminho de Sua vontade, e as colocou na senda de Sua amizade. No entanto, não podem atrasar o que foi direcionado a elas, e não são capazes de adiantar o que está atrasado delas.

03 – Ele concedeu para cada alma um sustento imutável e de nido proveniente de Seu sustento, e dividiu Sua provisão de tal forma que ninguém pode aumentá-la quando está reduzida, e nem reduzi-la quando está aumentada.

04 – Estabeleceu para o homem um prazo determinado de vida e um término limitado, para o qual caminha nos dias de sua existência. Até que ele atingi o nal de seu período, ao completar a conta de seu tempo, e alcançar o máximo de seu efeito e concretizar sua idade. Então (Deus) o toma para o que lhe recomendou, seja Sua abundante recompensa ou o Seu castigo advertido, “com isso Ele castiga os malévolos, segundo o que tenham cometido e recompensa os benfeitores com o melhor. 1 Segundo a justiça d’Ele (sejam Santi cados Seus atributos! e Suas Graças sejam manifestadas). “Ele não poderá ser questionado quanto ao que faz; eles sim, serão interpelados. 2

05 – Louvado seja Deus, se Ele tivesse privado os Seus servos de conhecer a forma de louvá-Lo (pelos sucessivos dons que lhes concedeu e pelas graças com que foram brindados), pois eles utilizariam Suas graças sem louvá-Lo, e cariam privilegiados pelas Suas graças sem agradecê-Lo, então teriam saído dos limites da humanidade para os limites da bestiali- dade. E seriam como Ele descreveu em Seu livro consolidado (o sagrado Alcorão): “São como as bestas, quiçá pior, porque estão desatentos (às admoestações) 3.

06 – Louvado seja Deus, pelo que nos ensinou sobre Ele Mesmo e nos inspirou a agradecê-Lo, abriu para nós as portas do conhecimento de Sua Senhoria e nos mostrou a sinceridade em Sua Unicidade 4, afastando-nos da incredulidade e da incerteza a respeito de Sua Ordem.

07 – (Louvamos Ele) Um louvor com o qual vivemos com as criaturas que O louvam, e através do qual ultrapassamos a quem se adianta para Sua satisfação e Seu perdão.

08 – (Louvamos Ele) Um louvor com o qual nos ilumina as trevas do período do túmulo, Al-barzakh5, (e através deste louvor) facilitando para nós o caminho da ressurreição, honrando com isso as nossas posições perante as testemunhas (os anjos, os profetas e os Imames (A.S.)) “no Dia em que cada alma será recompensada pelo que tenha adquirido e elas não serão tratadas injustamente”. “O Dia no qual nenhum amigo poderá proteger com sua amizade a ninguém. Nem ninguém será auxiliado no mínimo que seja 6.

09 – (Louvamos Ele) Um louvor que alcance os mais altos graus que tenha sido registrado no Livro que está perante Deus, que só os anjos próximos podem observá-lo.

10 – (Louvamos Ele) Um louvor através do qual nosso olhar seja sereno quando os olhos estejam desorbitados (pelas cenas do Dia do Juízo Final) e com o qual os nossos rostos resplandeçam quando os semblantes estejam escurecidos (no Dia do Juízo Final).

11 – (Louvamos Ele) Um louvor com o qual nos livremos das chamas doloridas do Inferno, para a Nobre Vizinhança de Deus.

12 – (Louvamos Ele) Um louvor com a qual nos competimos com os Seus anjos próximos e nos reunamos com Seus profetas enviados (A.S.) na Morada de congregação que é impercível no lugar de reunião Cuja glória permanece eternamente.

13 – Louvado seja Deus, Quem escolheu para nós (os Homens) as belezas estéticas, proporcionando-nos os purificados sustentos, estabelecendo para nós toda a virtude humana, e nos favorecendo com respeito a todas as criaturas. Devido a isso, todas Suas criaturas se submetem a nós pelo Seu poder, direcionando a nossa obediência, pela Sua glória.

14 – Louvado seja Deus, Quem encerrou para nós a porta da necessidade, exceto a Ele. Pois, como poderemos louvá-Lo e quando podemos cumprir Seu agradecimento? Não poderemos fazê-lo nunca!

15 – Louvado seja Deus, Quem tem formado em nossos corpos os instru- mentos da contração (Instrumentos Físicos de nosso corpo que se abrem e fecham, e que se pegam e soltam); tem nos feito desfrutar da tranquilidade da vida; elaborou para nós os membros para trabalhar; tem-nos alimentado com sustentos agradáveis e saudáveis; tem-nos enriquecido com Seu favor e nos tem alegrado com Sua Munificência.

16 – Depois, nos ordenou para examinar nossa obediência e submissão, a nos proibiu para provar nosso agradecimento. Mas nós nos desviamos do caminho de Sua ordem, montando os bordos das Suas proibições. Apesar de tudo, Ele não se apressou em Seu castigo nem em Sua vingança contra nós. Ao contrário, Ele nos concedeu o tempo pela Sua misericórdia, generosamente, e por Sua amabilidade cou esperando nosso arrependi- mento e nossa volta a Ele com Sua elevada indulgência.

17 – Louvado seja Deus, Quem nos orientou para o perdão, o qual não encontraremos nem nos bene ciaremos senão por Seu favor. Pois, nós não obtivéssemos Seu favor (o perdão), se não por Ele. Pois, Sua dedicação conosco caria ótima, e Seu benefício para nós caria imenso, e Sua graça para nós caria incomensurável.

18 – Pois, não era assim seu procedimento com respeito ao perdão para nossos antepassados. Pois Ele nos livrou daquilo que não podemos carregar, e não nos impôs algo fora de nossa capacidade; – só tem estimulado os assuntos facilmente e não tem deixado nenhuma evidência, nem argumento e prova para ninguém.

19 – Portanto, o mais desaventurado de nós é quem resulta aniquilado na contramão da Sua complacência, opondo-se a Seus mandamentos, enquanto o mais feliz é aquele cuja intenção é direcionada a Ele.

20 – Louvado seja Deus por todo o louvor que está surgindo de Seus anjos mais próximos d’Ele, e que está surgindo pelos os homens mais nobres, e homens mais gratos e satisfeitos com Ele, com um louvor superior a todos os demais louvores, e semelhante à superioridade de nosso Senhor sobre todas Suas criaturas.

21 – Pois, o louvor pertence a Ele, por todas as graças que nos tem concedido e foi concedido a cada um de Seus servos passados e presentes, equivalendo a quantidade do que abarca Seu conhecimento quanto a todas as coisas, e em frente de cada graça, louvamos inúmeras louvações, eternas, e multiplicadas permanentemente, até o Dia do Juízo Final.

22 – Um louvor que não possui o nal em seu limite, é incalculável, cujo destino não cessa o seu alcance, cujo termino sem fim.

23 – (Louvamos Ele) Um louvor que seja um meio para Sua obediência e Seu perdão, e seja um motivo que origina Sua complacência e é um instru- mento para Sua indulgência, e um caminho para Seu Paraíso, um refúgio contra Sua desgraça, uma segurança contra Sua ira, um auxílio para Sua obediência, uma barreira que protege da desobediência a Ele, e uma ajuda para cumprir com Seu direito e Suas recomendações.

24 – (Louvamos Ele) Um louvor através do qual sejamos felizes entre os afortunados de Seus amigos éis e íntegros e, somando-nos aos mártires que foram martirizados pelas espadas de Seus inimigos. Certamente Ele é o Senhor, Protetor e Louvável.


1 O Sagrado Alcorão. Capítulo 53 (A Estrela), versículo 31.
2 O Sagrado Alcorão. Capítulo 21 (Os Profetas), versículo 23.
3 O Sagrado Alcorão. Capítulo 7 (As Alturas), versículo 179.
4 Monoteísmo: Crer no Único Deus e aqui signi ca acreditar na Unicidade Divina em que não há outra divindade senão Allah (Deus). Ser Ateu significa não acreditar em nenhuma Religião. Ser Politeísta é associar alguém ou algo a Deus. Ser Idólatra é adorar estátuas e ídolos.
5 Al-barzakh: Estado intermediário que corresponde logo após a morte até o Dia da Ressurreição.
6 O Sagrado Alcorão. Capítulo 44 (A Fumaça), versículo 41.

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