Súplica XLV (45)

Sua Súplica na despedida do mês de Ramadan.

01 – Ó Deus! Ó Aquele que não deseja retribuição alguma (em igual)! E que não se arrepende pela doação!

Ó Aquele que não recompensa Seu servo com a equiparação, senão com algo maior do que traz!

Tua Munificência é um início e é inédita. Teu perdão é um favorecimento. Teu castigo é justiça. E Teu decreto é uma eleição para melhor.

02 – Se Tu doas, não manchas Tua doação com humilhação, e se Tu privas?! Sua privação não é opressão.

03 – Tu exibes gratidão para aquele que Te agradece, enquanto que Tu mesmo lhe inspiraste o agradecimento para Ti.

Tua recompensa alcança àquele que Te louve, enquanto Tu lhe ensinaste Tua louvação.

04 – Tu cobres àquele que merece ser escandalizado por Ti.

Tu és Generoso com aquele que merece ser privado por Ti. Ambos são dignos de Tua desproteção e privação, mas Tu fundaste Tuas ações com a Munificência e amabilidade.

Encaminhaste Teu poder na tolerância, e recebeste com clemência àquele que Te tem desobedecido.

E concedeste um prazo àquele que pretendeu tratar-se com injustiça a si mesmo.

Concedeu-lhes esperançosamente, um prazo para que retornem para Ti arrependidos, deixando de lado Seu castigo para dar espaço ao seu arrependimento, de tal forma que aquele que está desventurado dentre eles, não pereça por Tua causa, nem o perverso possa ser desventurado por causa de sua negligência em relação a Tua graça, tudo isto provindo de Teu prolongado perdão a ele, e pelos sucessivos argumentos e provas com ele, isto tudo produzido generosamente de Teu perdão, Ó Generoso!

E como uma dádiva de Teu afeto, Ó Prudente.

05 – Tu abriste para Teus servos uma porta para Teu perdão a qual denominaste, a contrição.

E colocaste nessa porta uma prova de Tua revelação, para que os teus servos não se extraviem dela.

Pois, Tu disseste – Bendito seja Teu nome -: “Ó crentes, voltai, sinceramente arrependidos, a Allah; é possível que o vosso Senhor absolva as vossas faltas e vos introduza em jardins abaixo dos quais correm os rios, no dia em que Allah não desonrará o Profeta nem aqueles que com ele crerem. Uma luz fulgurará diante deles e, com a sua crença, dirão: Ó Senhor nosso, completamos a nossa luz e perdoa-nos, porque Tu és Onipotente!33.

E qual é a desculpa e a justificativa daquele que permanece desatento e negligente de ingressar naquela casa (da perdão) depois de ter-se aberto a sua porta, e apresentada a prova?

06 – Ó meu Deus! Tu és Quem tem aumentado o prazo da cobrança de Teus servos, desejando seus lucros e seus tratos Contigo, e em seus sucessos através da chegada a Ti, e a suas ganâncias provenientes de Ti.

E Tu disseste – bendito seja Teu nome, Sublime e Exaltado sejas:

Quem tiver praticado o bem receberá o décuplo pelo mesmo; quem tiver cometido um pecado receberá um castigo equivalente,(605) e não serão defraudados (nem um, nem outro).34

E Tu disseste: “O exemplo daqueles que gastam os seus bens pela causa de Deus é como o de um grão que produz sete espigas, que irão produzir, cada espiga, cem grãos. Deus multiplica mais ainda a quem Lhe apraz, porque é Munificente, Sapientíssimo.35

E Tu disseste: “Quem estaria disposto a fazer um bom empréstimo a Deus, para que Ele lhe multiplique infinitamente?36.

E Tu revelaste no Alcorão versículos similares a respeito da multiplicação das boas recompensas.

07 – Ó Deus! Tu orientaste Teus servos, através de Tuas palavras ocultas, e Teu incentivo no qual existe seus benefícios e suas porções. (Ao qual se Tu os tivesses ocultados para eles, então seus olhos nunca os teriam percebidos, e seus ouvidos jamais os teriam captados e suas imaginações nunca os teriam alcançados).

Por isso disseste: “Recordai-vos de Mim, que Eu Me recordarei de vós. Agradecei-Me e não Me sejais ingratos!37.

E disseste: “Se Me agradecerdes, multiplicar-vos-ei os favores; se Me desagradecerdes, sem dúvida que o Meu castigo será severíssimo.38

E Tu disseste também: “Invocai-Me, que vos atenderei! Em verdade, aqueles que se ensoberbecerem, de Me adorarem, entrarão, humilhados, no inferno.39.

Pois, Tu consideraste que a suplica é igual a “adoração”, e consideraste o abandono da súplica é igual a arrogância perante Ti.

E tens cominado declarando a quem abandonar a súplica conduza-lhe humilhado no inferno.

Portanto, eles! (Teus servos) por Tua Munificência Te recordam. Por Tua generosidade Te Agradecem. Por Tua ordem te Suplicam, e por Ti mesmo doam em teu caminho,

pedindo Teu incremento. E através destas ações está a salvação de Tua ira, e seu triunfo em

adquirir Tua complacência.

08 – Se qualquer criatura tivesse dirigido outra criatura de maneira em que Tu o fizeste para Teus servos, está criatura seria descrita por a benevolência, e qualificada por sua bondade, e elogiada por todas as línguas.

09 – Pois! a Ti pertence a louvação, enquanto se encontre uma forma de louvar-Te. É enquanto que quem palavras com as quais alcança Ser Louvado, e enquanto existir significado que possa ser empregados em Teu louvor.

10 – Ó Quem favoreceu aos Seus servos com a beneficência e generosidade, inundando-os com a bondade e graça!

11 – Que extensiva Tua graça com que nos favoreceste, quanta é completa Tua benevolência para conosco, e que exata Tua bondade que nos concedeste!

12 – Tu nos guiaste para Tua religião que escolheste, e a Tua crença que comprazeste, e ao Teu caminho que facilitaste, que Tu havia mostrando-nos para aproximação a Ti, e a chegada a Tua Dignidade.

13 – Ó Deus, Tu estabeleceste o mês de Ramadan entre os eleitos daqueles deveres, e entre as mais especiais das obrigações, destacando-o sobre outros meses, elegendo-o sobre todos os demais tempos e eras. E preferiste-o sobre outras épocas do ano por Ter revelado nele o Alcorão e a luz, e pela fé que Tu multiplicaste nele, e pelo jejum que Tu obrigaste nele, e pela permanência em prece (ou vigília) que Tu incentivaste em seu tempo. E magnificaste a Noite do Decreto, a qual é melhor do que mil meses.

Depois, por meio deste mês, Tu nos preferiste sobre as demais comunidades.

E através de suas virtudes nos escolheste com exclusão das pessoas de outras nações.

Nós jejuamos por Tua ordem em seu dia, e permanecemos em vigília com Tua ajuda em suas noite, apresentando-nos com seu jejum e sua vigília à Tua Misericórdia que Tu expuseste perante nós, e através dele procuramos os motivos para Tua recompensa.

14 – Tu estás Perfeito daquilo que se busca de Ti durante o mês de Ramadan, e Tu és O Generoso com o que havia pedido de Tua Munificência. E Tu estás próximo daquele que tenta chegar para Tua Cercania.

15 – Certamente! este mês permaneceu entre nós num estado de louvação. E nos acompanhou com a companhia de quem é benevolente. Nos beneficiou com a mais excelente recompensa entre as criaturas do mundo.

16 – Depois se separou de nós no final de seu tempo, na final de seu término, na culminação de sua medida. Então nos despedimos dele como o fizéssemos daquele cuja partida nos dói, cuja marcha angustiadora nos enche de tristeza e solidão. E a quem devemos um pacto de lealdade protegido, uma santidade preservada e um direito cumprido.

17 – Então nós dizemos: A paz esteja contigo, ó o maior mês de Deus (superior aos demais meses), ó festival de Seus devotos!

A paz esteja contigo, ó o mais nobre dos tempos que serão acompanhados, é o mais bondoso dos meses em seus dias e suas horas!

A paz esteja contigo, ó mês no qual as esperanças foram aproximadas, e as ações foram nele espalhadas abundantemente.

A paz esteja contigo, que tu és um companheiro de grande categoria quando apareces, e tua ausência é dolorosa quando tu desaparece, ó esperado cuja separação nos dói!

A paz esteja contigo, ó parceiro que traz consolo em sua chegada, pondo-nos felizes, e que nos deixa na solidão quando vai embora, (deixando-nos tristes). A paz esteja contigo, como vizinho no qual os corações se amaciaram, e os pecados nele foram diminuídos. A paz esteja contigo, ó ajudante que auxilia contra o demônio, e amigo que aplanou os caminhos da beneficência. A paz esteja contigo. Quantos são os liberados e os perdoados por Deus em ti! Quão felizes eram aqueles que observaram Tua santidade! A paz esteja contigo. Que tu és o maior perdoador dos pecados e Tu és o maior encobridor dos defeitos. A paz esteja contigo. Quão prolongado foste para os pecadores! Quão reverenciado foste nos corações dos crentes! A paz esteja contigo, ó mês com o qual não podem os outros dias competi-lo! A paz esteja contigo, ó mês que está envolvido em paz para todos os assuntos! A paz esteja contigo, cuja companhia não desagrada nem sua amistosa intimidade é repreendida! A paz esteja contigo, igual como tu chegaste a nós, acompanhado com as bênçãos, e nos limpaste das impurezas dos delitos. A paz esteja contigo, quem não és despedido com aborrecimento, nem teu jejum é deixado por incômodo. A paz esteja contigo, quem é buscado antes de seu tempo, e objeto de pena e tristeza antes mesmo de tua partida. A paz esteja contigo. Quanta maldade tem-se afastado de nós através de ti! Quanta bondade foram acrescentado a nós através de Ti! A paz esteja contigo, e com a Noite do Decreto, que é melhor do que mil meses. A paz esteja contigo. Quão enorme nosso cuidado contigo desde ontem!

É quão intensa será nossa saudade por ti amanhã! A paz esteja contigo e com tua generosidade da qual nos privamos por nossa negligência, e com Tuas bênçãos passadas, as quais foram retiradas de nos.

18 – Ó Deus! nós somos os familiares integrantes deste mês, através do qual Tu nos enobreceste e nos garantiste o bom sucesso por causa de Tua bondade, enquanto os desventurados ignoraram o valor de seu tempo, e foram privados de sua virtude, devido à sua perversidade!

Tu és Quem nos tens preferido para conhecer suas virtudes, guiastenos para suas condutas, e práticas meritórias, deste-nos o bom êxito em seu jejum e a permanência em prece, apesar de reconhecer que fomos negligentes, e praticamos nele as poucas práticas de muitas.

19 – Ó Deus, só a Ti pertence a gratidão. Nos reconhecemos nossa admissão da malvadez e nossa confissão da negligência. E pertence a Ti em nossos corações o pacto de arrependimento. E pertence a Ti também a sincera busca de desculpar-Te através de nossas línguas.

Recompensa-nos pela negligência na qual caímos neste mês, com uma retribuição através da qual possamos obter o benefício desejado dele, e tomemos como compensação as recompensas reservadas e almejadas!. E faça com que nossa desculpa seja aceita pelo que faltamos em relação a Teu direito neste mês.

20 – Ó Deus, permite que as nossas vidas presentes alcancem o próximo mês de Ramadan! E uma vez que nos tenhas feito chegar a ele, auxilia-nos para adorar-Te como Tu és Digno e merecedor.

Faz que empreendamos a obediência que Tu mereces, dando-nos o mérito para isto. E concede-nos as obras virtuosas, a fim de que possamos cumprir Teu direito nestes dois meses (presente e posterior) do tempo!

21 – Ó Deus, se com os grandes e pequenos pecados que nós cometemos neste nosso mês, com as pequenas faltas e os grandes erros que adquirimos, seja intencionalmente ou por esquecimento, ou violarmos a honra dos outros homens. Então abençoe a Mohammad e a sua família, e cobre-nos com Tua cobertura, e perdoa-nos com Teu perdão. Não nos coloques diante dos olhos de quem se rejubilam pelo mal dos outros, nem estendas para nós as línguas dos difamadores exagerados, emprega-nos nele, por aquilo que aliviará e expiará tudo quanto Tu desaprovas de nós. Por Tua clemência inesgotável, e pela Tua generosidade que não será irredutível.

22 – Ó Deus, abençoe a Mohammad e a sua família. Recupera-nos da nossa desgraça por meio do nosso mês. Abençoe-nos neste dia (Id Al tr) de comemoração do final de nosso jejum. Torna-o um dos melhores dias que tenham passado sobre nós.

E, o maior na atração de Teu perdão, e o mais contundente em eliminar os nossos pecados. E perdoa-nos pelas nossas culpas ocultadas como manifestadas.

23 – Ó Deus, com a partida deste mês, faz-nos apartados de nossos pecados. Faz-nos sair das nossas culpas com a saída dele. E estabelecemos nele entre os mais felizes de seus companheiros íntimos, e entre os mais afortunados nele, e entre os mais profusos pela sua parte.

24 – Ó Deus! Quem observou este mês como deveria ser observado: E preservou seu sacramento como deveria ser preservado. E respeitou seus limites como deveria ser respeitados. E evitou seus pecados como deveria ser evitados.

E se aproximou a Ti uma ação que gera para ele Tua complacência, e produz a ele a concessão de Tua misericórdia.

Então, ó meu Deus! pela Tua generosidade, dá-nos algo semelhante a isto.

E concede-nos disto múltiplos de Teu favor! Certamente, Tua generosidade não diminuía Teus tesouros e nunca terminam senão que acrescentam em quantidade.

E as fontes de Tua beneficência jamais se esgotam. E Tua doação é a mais agradável.

25 – Ó Deus, abençoe a Mohammad e a sua família, e inscreve para nós a mesma recompensa daquele que tem jejuado nele ou quem Te adorou nele até o Dia da Ressurreição.

26 – Ó Deus, para Ti nos arrependemos — neste dia do encerramento do jejum, o qual estabeleceste para os crentes como uma festividade e uma alegria, e para as pessoas de Teu credo como um tempo de assembleia e reunião — de cada má ação que tenhamos cometido, cada má obra que tenhamos adiantado, ou cada mau pensamento que secretamente tenhamos concebido, com o arrependimento daquele que não ampara o desejo de voltar ao pecado, e daquele que depois não retornará à falta, e com um arrependimento sincero e livre de toda dúvida e titubeio.

(Portanto, ó Deus), aceite-o (o arrependimento) de nós, e fique comprazido conosco, e fixa-nos nele (no estado de arrepender-se) permanentemente!

27 – Ó Deus, concede-nos o medo do castigo infernal (prometido).

E a saudade da recompensa prometida, para que nós possamos encontrar o prazer daquilo pelo qual Te suplicamos, e a mais forte pena pelo qual nos refugiamos em Ti.

E coloca-nos perante Ti entre aqueles que se arrependem sinceramente, e aqueles que Tu obrigaste Tua amizade para com ele, e Tu aceitaste deles a sua volta para obedecer-Te, Ó o Mais Justo entre os justos!

28 – Ó Deus! Conceda a dispensa e perdão para nossos pais e nossas mães, e para todas as pessoas devotas de nossa religião, aqueles que se foram e aqueles que passarão anteriormente, até o Dia da Ressurreição.

29 – Ó Deus, abençoe o nosso Profeta Mohammad e a sua família, tal como abençoaste aos anjos mais próximos.

Abençoe-o e a sua família tal como abençoaste aos Teus profetas enviados.

Abençoe-o e a sua família tal como abençoaste aos Teus servos piedosos e melhor do que tudo isto, ó Senhor do universo, abençoe a ele com uma bênção cuja efeito chegue até nós e cujo benefício nos atinja por meio da qual nossa súplica seja atendida.

Certamente Tu és o Mais Nobre entre aqueles a quem se lhes deseja ardentemente.

E Tu o Mais Su ciente entre aqueles em quem se lhes tem confiança.

E Tu o Mais Doador entre aqueles cujo favor é solicitado, e és Poderosíssimo sobre todas as coisas!


33 O Sagrado Alcorão. Capítulo 66 (A Proibição), versículo 8.

34 O Sagrado Alcorão. Capítulo 6 (O Gado), versículo 160.

35 O Sagrado Alcorão. Capítulo 2 (A Vaca), versículo 261.

36 O Sagrado Alcorão. Capítulo 2 (A Vaca), versículo 245.

37 O Sagrado Alcorão. Capítulo 2 (A Vaca), versículo 152.

38 O Sagrado Alcorão. Capítulo 14 (Abraão), versículo 7.

39 O Sagrado Alcorão. Capítulo 40 (Perdoador), versículo 60.

- voltar -