Palavra da Sra. Socorro Gomes (Presidente do Conselho Mundial de Paz) no Encontro Islâmico no Brasil

Gostaria de dar bom dia a todos e revelar minha grande alegria e honra por estar aqui neste evento da mais alta importância para o nosso país e para a humanidade. Agradeço o convite ao Sheikh Taleb Hussein al-Khazraji, o Imam do Centro Islâmico no Brasil, e me somo a todos aqui que já levantaram sua voz saudando o clérigo, Sheikh Dr. Mohsen Araki, que ele seja muito bem-vindo ao Brasil.

O senhor é respeitado e admirado por todos que conhecem o seu trabalho em defesa da paz. Aqui a sua missão é também a missão de todos que aqui estão, que é a construção de um mundo de paz, e com o toda a humildade quero dar minha contribuição através de algumas palavras, em uma tarefa desafiadora e difícil, pois a sua vinda e a sua grande campanha pela paz se dá nesse momento onde vivemos em um mundo que está em conflito, com muitas dificuldades, onde em todos os continentes a paz está sendo ameaçada.

Vivemos em um mundo de pressão, de chantagens, ameaças e agressões aos povos e à paz, a soberania e à autodeterminação dos povos. Então é um momento onde a convergência para buscarmos como construir a paz é muito importante.

Neste mundo de agressão, dentre as ameaças à paz, de fato uma das mais graves é o terrorismo. O terrorismo de grupos armados financiados e estimulados pelas grandes potências imperialistas. E nos chama a atenção que quem capitaneia, já há muito tempo, estes grupos terroristas e este estímulo aos grupos terroristas que buscam criar o caos, terror e medo, para inclusive mudar regimes, são os Estados Unidos da América.

Os Estados Unidos da América e Israel são os maiores fomentadores dos grupos terroristas. Mas há também o terrorismo de estado, que aqui já mencionamos. Que conta com uma força bélica muito grande, e por coincidência ou não, este terrorismo de estado, no entendimento do Conselho Mundial da Paz, é também utilizado sobremodo pelos Estados Unidos da América contra nações soberanas e estados independentes, para destruir ou substituir governos, tudo isso de acordo com os seus desígnios que não são nada nobres. Este terrorismo conta com bases militares em todos os continentes. São quase mil bases espalhadas por todos os continentes do mundo. Conta também com uma rede de mísseis e escudos antimísseis. Conta com frotas de marinha de guerra em todos os mares. E hoje conta também com um grande instrumento de terror que é necessário para este trabalho, que é a chamada grande mídia. Sugiro que os senhores, grandes sábios e estudiosos, também se debrucem sobre este tema.

A grande maioria das notícias do mundo, 60% ou 70% delas, advém das empresas de mídia dos Estados Unidos da América. E é uma mídia de guerra, não de paz, direitos humanos ou democracia. Essa grande mídia tem servido para disseminar mentiras e falsidade, destruindo governantes e transformando o mundo com bases nas falsidades, fazendo com que nações inteiras caiam na antipatia de outras. Isso fomenta uma simpatia pela guerra, como se a agressão aos países e povos por parte das potências imperialistas fosse algo positivo. Isto é muito perigoso e um grande obstáculo para a paz.

O terrorismo de estado sem sombra de dúvidas já destruiu muitos governos. E aqui na América Latina também somos vítimas destas campanhas. Há pouco tempo, no Paraguai, o ex-ministro nos disse que o ex-presidente Fernando Lugo foi deposto através de um golpe criado e fomentado pela mídia com toda a construção intelectual realizada pelos Estados Unidos da América. Assim foi em Honduras, e observem a Venezuela, que está senda cercada e atacada com campanhas de destruição do governo atual que objetivam tomar as riquezas do país, assim como acontece no Oriente Médio. O objetivo é saquear as riquezas de povos e nações soberanas, um assalto ao petróleo e gás. Como por exemplo o assalto ao gás da Bolívia, ao nosso pré-sal, à biodiversidade da Amazônia, o cerco à Rússia e à China. Pois este tipo de terrorismo não aceita nada que floresça, nada que seja soberano e independente, e que não esteja controlado pela cobiça, a cobiça do império. Este é um grande obstáculo à paz.

Mas podemos dizer que há também um outro lado, o lado da resistência dos povos, a resistência daqueles que se levantam e sem dúvida nenhuma há, por exemplo, na Palestina um povo que vive um calvário há mais de seis décadas, e que resiste, afogado em sangue, resiste e luta contra um ocupante que se utiliza do genocídio para destruir o povo da terra. E que conta com o apoio quase incondicional dos Estados Unidos da América, pois o governo sionista é justamente a ponta de lança para levar a destruição ao Oriente Médio. Mas o povo palestino resiste, como o povo do Líbano que resiste e é solidário a todos os povos em luta. Uma resistência de paz, que entende que a paz não se conjuga com a submissão. Paz significa soberania e justiça nas relações internacionais. Também lembro da grande luta heroica do povo sírio, povo e governo que lutam e defendem a nação. Contamos também com a resistência e solidariedade da Republica Islâmica do Irã, que aqui está representada pelo querido Sheikh Mohsen al-Araki.

Digo que a força descomunal do império, e o estímulo ao terrorismo, que tanto sofrimento tem trazido, também enfrenta uma resistência inquebrantável. E confiante nessa unidade venho aqui trazer o apoio do Conselho Mundial da Paz dizendo que o imperialismo é forte, truculento e cruel, não possui senso de justiça e respeito a nada, mas não é invencível. Muitos impérios já caíram ao longo da história, e este, que já está em decadência, também irá ruir. Sendo que sua decadência maior é a moral, a decadência ética, pois os povos já perceberam que o império não consegue transmitir nada de bom. Mas daqui, dos povos que querem a paz haverá força suficiente para construí-la e construir um mundo sem imperialismo ou opressão, com soberania, justiça e paz, pois a paz é feita com justiça em primeiro lugar.

Obrigada e seja bem-vindo Sheik.

Sra. Socorro Gomes – Presidente do Conselho Mundial de Paz.
Encontro Islâmico no Brasil – São Paulo, 29 de julho de 2017.

 

 

 

 

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