Em comemoração aos vinte e cinco anos da fundação do Centro Islâmico no Brasil em São Paulo, houve um evento muito peculiar em função de sua programação; e envolveu pessoas do Brasil e da América Latina.
Me chamou atenção o slogan do encontro (que durou três dias do mês de abril de 2024): Islã, a religião do diálogo e da vida. O que mais precisamos na atualidade é de diálogo. E o diálogo realmente aconteceu. Havia gente de diversas religiões e de diversas instâncias da sociedade; autoridades religiosas, civis, militares, do judiciário, além de autoridades estaduais e municipais e representantes das diversas sociedades beneficentes de São Paulo.
Para mim o evento foi uma catarse! Me deu a ideia de que estávamos num Novo Mundo pelo clima altamente espiritual do encontro.
Ocorreram reuniões pontuais entre os representantes das comunidades religiosas e não religiosas conjuntamente, oportunidade em que dialogaram sobre os desafios que encontram diante do momento em que vivemos uma certa inversão de valores e até a perda de alguns valores fundamentais para uma vida de respeito e de cumprimento do dever.
Sinceramente, fiquei envolvido numa atmosfera de serenidade pelas falas dos sheiks, dos padres das diversas igrejas e ritos, pois deles só se ouvia palavras que serenavam as almas ao tecerem termos de aproximação entre as pessoas, de respeito pela diferença do outro, pela acolhida do outro em seus corações. Sim, corações! Pois, o coração é o símbolo do amor e do acolhimento, disse um dos palestrantes.
Num dado momento, fiquei muito feliz ao ver que as mulheres presentes tiveram seus momentos próprios. Se reuniram, expuseram seus desafios e saíram radiantes. Um grupo delas me disse: “Estamos levando soluções para nossas comunidades, foi uma reunião de países diferentes; aprendemos muito, foi uma reunião abençoada.”
Acredito que pelo fato de ficarmos três dias num hotel com toda a estrutura necessária para o evento, sem ir e vir, contribuiu muito para criar um clima peculiar para sentirmos momentos de rara espiritualidade.
Prof. Jamil Ibrahim Iskandar