O 4° Imam – Ali Ibn Al-Hussein (Formosura dos Devotos)
O Imam Ali Ibn Al-Hussein Ibn Ali Ibn Abi Táleb era chamado de “Zein Al-Ábidin” (Formosura dos Devotos), e de “Al-Assajad” (O Genuflecto e Senhor dos Genuflectores).
O Imam Ali Ibn Al-Hussein (A.S.) nasceu na cidade de Medina, no mês de Chaaban do ano 38 da Hijra (661 d.C), durante o califado de seu avô paterno, o Imam Ali Ibn Abi Táleb (A.S.). Seu pai foi o Imam Al-Hussein, filho do Imam Ali Ibn Abi Táleb (A paz esteja com ambos). Sua mãe foi Xáh Zanán, filha de Reza Harad, último rei persa, a qual foi enviada ao Imam Ali Ibn Abi Táleb (A.S.), juntamente com sua irmã, pelo então Governador de Khorassan, localidade que fica ao norte do Irã. O Imam Ali uniu em matrimônio seu filho Al-Hussein com a princesa Xáh Zanáh e sua irmã com seu discípulo Mohammad Ibn Abu Bakr Ibn Qoháfa. Xáh Zanáh gerou o Imam Ali Ibn Al-Hussein, morrendo no parto; e sua irmã gerou a Al-Qássem Ibn Mohammad Ibn Abu Bakr. Seu avô paterno foi o Imam Ali Ibn Abi Táleb, o recomendado pelo Mensageiro de Deus (S.A.A.S.). Sua avó paterna foi Fátima “Azzahra” filha do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.).
Seu desenvolvimento
O Imam Ali Ibn Al-Hussein (A.S.) cresceu e se desenvolveu nas casas dos líderes religiosos, sempre encaminhado nas trilhas de Deus e da retidão, sendo que, viveu por dois anos com seu avô, o Imam Ali Ibn Abi Táleb; e com seu tio paterno, Al-Hassan Ibn Ali, até os doze anos e, posteriormente, com seu pai, o Imam Al-Hussein Ibn Ali até os vinte e dois anos aproximadamente, dos quais teve o melhor aproveitamento sobre os conhecimentos do Islam.
Seus filhos
Teve quinze filhos de diversas esposas, sendo onze do sexo masculino e quatro do sexo feminino.
Seu Ministério
O Imam Ali Ibn Al-Hussein (A.S.) tomou posse de seu ministério como Imam após o assassinato de seu pai, o Imam Al-Hussein Ibn Ali (A.S.), no dia 10 de Muharram do ano 61 da Hijra (684 d.C). Tinha ele então 23 anos de idade e se encontrava impossibilitado de acompanhar seu pai, devido a uma doença que o fez escapar por milagre do infame massacre na batalha de Karbalá, prosseguindo com sua família à região do Chám (que correspondente a Síria, Líbano e Palestina), retornando depois com as cabeças decapitadas em Karbalá no Iraque, onde estavam enterrados os corpos dos mártires, para depois seguirem para Medina onde se completou seu ministério como Imam por trinta e quatro anos.
O papel do Imam “Al-Sajjad” na Revolução do Al-Hussein
O Imam Al-Assajad, acompanhou seu pai, o Imam Al-Hussein (a paz esteja com ambos) desde a sua saída da cidade de Medina, juntamente com os seus irmãos, tios e companheiros de seu genitor, até chegarem à Karbalá, no Iraque, onde ocorreu a hedionda batalha. E, por determinação de Deus Todo Poderoso, ele fora milagrosamente poupado do massacre a fim de que se cumprisse a determinação do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) na sucessão do Imamato, para que a nação islâmica não ficasse sem o seu Imam, a fim de guiá-la em seu governo e doutrina; e sua salvação deu-se pela razão de ter-se adoecido e ficado entre as mulheres e as crianças da casa de seu pai, para depois da cruel derrota, acompanhar a família e o resto dos prisioneiros de Karbalá até Al-Cufá e dali para Damasco e, finalmente, para a cidade de Medina a Iluminada, passando antes pelo cemitério dos mártires de Karbalá, após quarenta dias, para que fossem enterradas as cabeças purificadas juntamente com os devidos corpos.
O papel do Imam “Al-Sajjad” foi de extrema importância para a realização dos ideais da Revolução do Imam Al-Hussein, a fim de alertar as pessoas contra o cruel domínio dos Omíadas e seus feitos contra os direitos do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.). Quando na cidade de Al-Cufá, o povo se exaltava e chorava pela decepção ao ouvirem as oratórias inflamativas de suas tias Zeinab, a mais velha, e Omm Colçum, a mais nova (a paz esteja com elas), e, diante do conflito da população, o Imam Ali Ibn Al-Hussein (A.S.) pediu-lhes o silêncio e a palavra pelo que, todos o atenderam respeitosamente. E assim, depois de glorificar e engrandecer Deus, curvou-se e orou pelo Mensageiro de Deus (S.A.A.S.). Em seguida começou o seu discurso: “Ó humanos! Eu sou Ali Ibn Al-Hussein Ibn Ali Ibn Abi Táleb. Eu sou o filho daquele do qual tomaram seus bens e aprisionaram seus filhos e mulheres. Eu sou filho daquele que foi cruelmente assassinado nas margens do rio Eufrates pelos insaciáveis de seu sangue, pisando em seu direito, mas nada foi em vão. Ó humanos! Por que, por Deus! Vós escrevestes ao meu pai convidando-o para vir até a Al-Cufá e quando ele veio, vós o matastes? Ó humanos! O que fareis quando o Mensageiro de Deus vos questionar no Dia do Juízo Final: “Vós matastes os de minha Casa e não avaliastes o que vos era defeso. Portanto não sois da minha nação!””
Diante da eloquência do Imam Ali Ibn Al-Hussein (A.S.), a população se inquietou mais ainda depois do que acabaram de ouvir, passando a se repreenderem uns aos outros e a censurarem-se decepcionados pelo que fizeram.
Em outra feita, o Imam Ali Ibn Al-Hussein (A.S.) teve uma atitude de coragem e audácia diante de Obaid’Allah Ibn Ziád, na cidade de Al-Cufá, em sua sala de audiência no Palácio do Governo, ao desmascará-lo diante dos presentes e, principalmente, ao lembrar a todos a posição do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) e a importância de sua Linhagem Purificada por Deus.
“Eu estava em Damasco quando o Exército Omíada chegou com os prisioneiros descendentes de Mohammad (S.A.A.S.), os quais foram levados para uma Mesquita localizada no mercado de Damasco. O Sheikh que os recebeu, aproximou-se do grupo de cativos e, dirigindo-se ao jovem Imam “Al-Sajjad”, disse: “Graças a Deus que vos dizimou e apagou o vosso encanto livrando a terra de vossa presença”, e continuou com suas ofensas e palavras ferinas como chuva torrencial sobre o jovem Imam. Quando o Sheikh terminou, o Imam Ali Ibn Al-Hussein, o interpelou: “Ó Sheikh, acaso já leste o Alcorão?”. “Sim”, assentiu o Sheikh. “Já leste as palavras do Altíssimo: “Dize-lhes: Não vos exijo recompensa alguma senão a afeição aos meus parentes” (Alcorão 42:23) “Sim, eu já li este versículo” respondeu o Sheikh. “Pois somos nós os tais parentes”, afirmou-lhe o jovem Imam. Acaso já leste: “E concedas aos meus parentes os seus direitos?” (Alcorão 17:26) “Sim, já li” tornou a responder o Sheikh. “Pois somos nós os tais parentes que Deus ordena ao Seu Profeta a concessão de seus direitos” “Sois vós mesmo?” “Certamente que o somos! Confirmou o Imam “Al-Sajjad”(A.S.). “Já leste o versículo (Al-Khums): “E sabei que de tudo quanto adquires de despojos, a Quinta parte pertencerá a Deus, ao Mensageiro e aos seus parentes”” (Alcorão 8:41) “Sim, já li”, assentiu novamente o Sheikh. “Pois fazemos parte deste parentesco! Mas, já leste o versículo de (At-Tathír) isto é, A purificação que diz: “Pois Deus só deseja afastar de vós a abominação ó descendentes da Linhagem da Casa Profética e vos purificar integralmente”?” (Alcorão 33:33). Ao ouvir os versículos recitados pelo jovem Imam, o velho Sheikh levantou os braços para os céus e exclamou: “Ó Senhor! Peço o Vosso perdão!” pedindo indulgência por três vezes. “Oh meu Senhor! Peço o Vosso perdão pela inimizade para com a Linhagem do Profeta e me livres de seus assassinos!” Ao tomar conhecimento do arrependimento do Sheikh daquela Mesquita, Yazid ordenou imediatamente a sua execução.
Quando o Imam “Al-Sajjad” foi levado até sala de audiência do Palácio, Yazid mandou um dos seus oradores subir ao púlpito e insultar a memória do Imam Ali Ibn Abi Táleb, o Príncipe dos Crentes, e de seu filho o Imam Al-Hussein, qualificando-os com as piores características; assim feito, o orador discursava seu discurso ferino, inclinando-se vez ou outra diante de Yazid, enaltecendo-o e ao seu não menos desprezível pai, Moáuiya Ibn Abu Sufián. Não suportando mais tanta injusta humilhação, o Imam “Al-Sajjad” (A.S.) vociferou para o orador: “Aí de ti homem! Trocaste a anuência do servo pela ira do Criador? Saibas de que já se reservou a tua morada no fogo do inferno!” Depois, virando-se para Yazid, disse-lhe: “Deixe-me subir ao púlpito para proferir o que agrada a Deus e Dele ter a recompensa!”Yazid negou-lhe o pedido, porém, diante da insistência dos presentes, ele consentiu e o Imam Genuflecto subiu ao púlpito e glorificou a Deus e O enalteceu e depois começou o discurso:
“Ó humanos! Deus nos deu a sapiência e os sonhos; a paciência e a generosidade; a eloquência e a coragem e por fim, o amor nos corações dos crentes, e nos privilegiou com o fato de que seu Profeta e Mensageiro sejam de nossa gente; e o Verídico para esta nação foi o Imam Ali Ibn Abi Táleb, o Príncipe dos Crentes, como são de nós Jaafar, o Propagador, Hamza o Senhor dos Mártires; Al-Hassan e Al-Hussein netos do Mensageiro de Deus. Ó humanos! Quem me conhece já me conheceu e quem não me conhece, fá-lo-ei me conhecer e conhecer os meus ancestrais. Ó humanos! Eu sou filho de Mecca e Mina; sou o filho do poço de Zamzam, do monte Al-Safá; sou filho daquele que segurou a Pedra dos alicerces pelos cantos do vestuário; sou filho daquele que viajou só do Massjed Al-Haram até o Massjed Al-Aqça; sou filho daquele que Deus lhe revelou o que foi revelado. Eu sou o filho de Al-Hussein! Assassinado em Karbalá! Eu sou filho de Mohammad, o Escolhido; eu sou o filho de Fátima “Azzahra”. Eu sou o filho de Khadija, a Grande; eu sou o filho, daquele que foi ensanguentado em seu próprio sangue; eu sou o filho daquele que foi abatido em Karbalá. Eu sou o filho daquele que o Gênio chorou na escuridão e as aves o lamentaram no espaço.”
Diante do discurso cheio de lágrimas e de dor, os presentes não mais se contiveram de emoção, passando a se inquietar e chorar. Entretanto, temendo o encanto do momento, Yazid Ibn Moáuiya ordenou o Muezim a interromper o Imam “Al-Sajjad”, e este em obediência ao seu senhor, clamou: “Allahu Akbar! Allahu Akbar!”
Imediatamente, o Imam cortou-lhe a indagação, repetindo-a: “Allahu Akbar! É o Excelso, é o Supremo, o Majestoso e o Acima de todo temor e ameaça!” O Muezim confirmou então: “Eu sou testemunha de que não há divindade além de Deus!”
Respeitosamente, o Imam “Al-Sajjad” falou: “Sim! Eu confirmo com todo o testemunho de que, não há divindade além de Deus!” O Muezim assentiu: “E dou testemunho de que Mohammad é o Mensageiro de Deus!”. O Imam afirmou ao Muezim: “É mister lembrardes de Mohammad, e virando-se para Yazid, este continuou: Este tão caro e generoso Profeta era seu avô ou o meu? Se disseres que é vosso avô, todos saberão que és mentiroso, porém, se confirmares que é meu avô, então por que mataste meu pai por pura crueldade e inimizade e te apossaste de seus pertences e de seus bens, aprisionando as mulheres de sua casa? Ai de ti no Dia do Juízo Final, quando meu avô te questionar”.
Constrangido, Yazid ordenou ao Muezim celebrar a oração. Nisso os presentes começaram a murmurar entre si, alguns participaram das orações outros se retiraram.
Percebe-se claramente que as atitudes e discursos eloquentes do Imam Genuflector (A.S.), das quais mencionamos algo, eram preenchidas com um sabor especial para o intelecto, pelo que segue:
1. Esclarecimento sobre a posição da Linhagem do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), os quais representam a verdadeira descendência do Profeta Mohammad (S.A.A.S.) e a conservação da Mensagem Islâmica e seus conhecimentos, que são mencionados no Alcorão Sagrado através de seus versículos, e que o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) enaltecia em seus colóquios.
2. Manifestação sobre o caráter hediondo do crime contra a Linhagem do Profeta, realizado pelos agressores e usurpadores dos direitos dos Imam Al-Hassan e Al-Hussein, netos do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.).
3. Denúncia à conspiração que os Omíadas maquinaram contra os conhecimentos do Islam e alteração de seus dogmas, confundindo as pessoas e instigando as pessoas a agirem com injúria e blasfêmia.
4. O Imam Al-Sajjad (A.S.) queria despertar a consciência da nação islâmica, uma nação que os Omíadas tentaram obscurecer através da força, terror, ganância e ilegitimidade.
5. Cumprimento de seu papel e encargo legal de sua obrigatoriedade divina no compromisso como Imam legítimo após seu genitor, o Imam Al-Hussein (A.S.), para a vitória da justiça e confrontação das deturpações e do que é ilícito, guiando a nação para os caminhos da verdadeira linha do Islam, preparando-a moral e espiritualmente contra a dissidência, seja na sociedade ou no governo.
Um pouco da vida do Imam “Al-Assajad”
Quando o Imam (A.S.) retornou à cidade de Medina depois de todo ocorrido em Karbalá, passou à prática de suas atividades nas investigações religiosas, a fim de alertar a nação contra questões contrárias a ela, apesar de também se empenhar na vigilância sobre o governo dos Omíadas.
O Imam (A.S.) dava assistência à centenas de crianças necessitadas, levando-lhes pessoalmente o alimento e lhes preparava a comida com suas próprias mãos, inclusive indigentes, mendigos e órfãos podiam sempre contar com ele, e até os agasalhava quando se tornava necessário.
Ele (A.S.) comprava os escravos e os libertava nas noites de Ide Al-Fitr, isto é, na noite da comemoração do fim do Jejum do Ramadan. Calcula-se que o Imam (A.S.) tenha libertado cerca de cem mil escravos, como exemplo da divulgação da liberdade na sociedade; daí que foi também chamado por uns de “O Libertador de Escravos”.
O Imam (A.S.) comemorava com frequência a memória do Imam Al-Hussein, para que a sua lembrança permanecesse viva na consciência da nação e em sua história, bem como, pela preservação duradoura da Mensagem alusiva a abominação daquilo que é ilícito e ditatorial. O Imam Ali Ibn Al-Hussein (A.S.) vivia triste e sentia saudades de seu inesquecível pai, o Imam Al-Hussein, e dos mártires da sua Casa (A.S.). Não havia uma refeição em que o Imam (A.S.) não lembrasse da sede de seu pai e seus companheiros.
O Imam Ali (A.S.) publicou muitas obras sobre o conhecimento islâmico e colóquios sobre a Linhagem da Casa Profética; inclusive, preparou uma geração inteira de eruditos e palestrantes, os quais nos legaram o Islam eterno, expandindo-o em todos os países islâmicos. Alguns deles foram Abu Hamza Al-Samali, Said Ben Moussaib e Said Ibn Al-Jubair.
O Imam Ali Ibn Al-Hussein (A.S.) era demasiadamente devoto a Deus; e sua devoção ao Supremo era por demais humilde, chegando a extrema submissão e veneração a Deus, protetor e majestoso, num êxtase sem par. Nem acabava a sua oração, e, ao se lembrar de alguma graça, ajoelhava e agradecia a Deus. Quando era chamado para conciliação de duas pessoas, o Imam realizava uma genuflexão em louvor a Deus. Por isso, foi apelidado de “Al-Sajjad” e de ‘Zein Al-Abidín’.
A página da Genuflexão
A biografia nos reservou dezenas de questões pertinentes ao Imam “Al-Sajjad” (A.S.), que se diversificaram por direito na forma e no desenvolvimento do ensino, garantindo a devoção, para que o servo de Deus, possa alcançar um meio de atingir a graça do Senhor dos Mundos; ressaltando que o conteúdo de tais questões, face as modificações e edificações das mesmas, intencionavam que os crentes permanecessem no caminho da retidão e da paz na sociedade em que vivem, a fim de serem responsáveis nas condutas do trabalho e do dever em todas as questões da vida
O Imam Ali Ibn Al-Hussein (A.S.) começava sempre com o louvor e a glorificação a Deus Supremo, orando sobre Mohammad, Seu Mensageiro, e sobre todos os seus Profetas, abençoando e saudando a Linhagem do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.). O Imam (A.S.) sempre exortou o povo a se afastar do iníquo e a se conscientizar sobre a importância de seu Magnificente Criador. O Imam “Al-Sajjad” fez muitas exortações ao seu povo e lhes deu conselhos utilíssimos, diversificados de acordo com o teor, mas, infelizmente não temos espaço suficiente para relatar ao leitor todas as suas oratórias tão importantes para as estradas da vida. Entretanto, este magnífico legado foi reunido sob o título de “A Página da Genuflexão” em homenagem a importância dos Imames da Linhagem do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) e de seus companheiros (A.S.) e adeptos, graças ao empenho dos sábios muçulmanos e dos crentes que passaram pela história, a fim de mostrarem o Reino da justiça ao qual a humanidade deve se encaminhar para que possam se aproximar de seu Criador e Senhor, para alcançar a Sua graça e a felicidade nesta vida terrena e na eternidade.
A Mensagem dos Direitos
O Imam “Zein Al-Abidín” defendia com fervor os direitos humanos, sendo a mais importante defesa que já escreveu, e alusiva a todos os interesses da vida. Entretanto, ele ressaltava antes de tudo os direitos de Deus Supremo sobre seus servos e depois, o direito do próprio homem sobre si mesmo, e como deveria obtê-lo com a aprovação de Deus a fim de permanecer nos caminhos da felicidade e do bem. Há também os direitos sociais, tais como os direitos dos pais, os direitos da esposa, os direitos do marido, os direitos dos filhos, os direitos dos parentes, os direitos dos vizinhos, os direitos do amigo, os direitos do grande, os direitos do pequeno, os direitos do benfeitor, os direitos do conselheiro, enfim, os direitos na vida social. O Imam (A.S.) defendia os direitos políticos e econômicos, tal como, o direito do Governante sobre o seu povo, o direito do povo sobre seu Governante, o direito do empregador, o direito do empregado, o direito do sócio e qualquer outro direito concernente ao campo dos direitos sobre o empenho para uma vida feliz, seja individual ou social.
O Imam “Al-Sajjad” (A.S.) procedeu com solidez sobre os grandiosos ensinamentos celestiais e o entendimento do eterno Alcorão Sagrado, de uma forma jamais vista antes. Instruindo o homem a parar e pensar sobre como proceder, tal como o faz o esperançoso e o sapiente, a fim de conhecer os segredos da vida e seus direitos, bem como, conhecer este Imam que enriqueceu a humanidade com seus ensinamentos e sapiência, para que se possa conhecer o Islam magnífico.
As pregações e a sabedoria
Tanto os livros quanto as tradições, as biografias e a história, mencionaram centenas das pregações e exortações do Imam Ali Ibn Al-Hussein (A.S.) e seu ministério eloquente e expressivo, o qual entregou ao homem e à sociedade um governo sólido e forte, fazendo com que o seu povo conhecesse a verdade da vida que é passageira. Mas infelizmente muitos ignoram esta verdade e se iludem, perdendo-se no desconhecimento e na ignorância, pois somente os sábios e os retos aos olhos de Deus se encontram protegidos das ilusões do mundo, caminhando sempre na senda deste Imam (A.S.) e absorvendo da riqueza de suas pregações e discursos.
Eis que segue abaixo, algo de seus discursos proveitosos:
“Ó humanos! Temei a Deus e sabei que a Ele retornareis. Sabei que cada alma prestará contas de seus atos, tanto faz se tinham sidos bons ou maus, mesmo que tenha ocorrido entre ambos uma distância razoável; Deus os julgará! Aí de ti ó descendentes de Adão, que sois irrefletido! Sabei que não haverá imprevidência sobre ti. E, se a tua morte te surpreender repentinamente, sentirás em átomo de segundos a necessidade de entender e analisar, mas a tua morte te será implacável e se tornará sobrecarregada e então, o anjo te arrancará o espírito ao teu corpo e teus dois anjos, Munkar e Nakír, irão te questionar sobre as tuas ações, sendo que, primeiramente te perguntarão sobre qual era o Deus que adoravas, e qual era o Profeta que lhes fora mandado, e qual era Religião que tu professavas, e qual era o Livro que recitavas, e qual era o Imam que tu seguias, e sobre o que desgastaste em tua idade e donde adquiriste as tuas riquezas e como as gastavas. Por isso, alerta-te e olhe sobre ti mesmo e só respondas depois de analisar, questionar e conhecer…”
“Se praticares a caridade, Deus vos recompensará; e se servires a Deus, sereis engrandecidos diante Dele; e se Deus vos livrou dos lamentos, devereis Temê-lo; e se aproximardes de Deus, ele ampliará a vossa sobriedade; o vosso contentamento diante de Deus, será precedido com Seu arrimo e vos encaminhará para a Sua assistência; e se fordes generosos é porque sois piedosos diante de Deus…”
A Morte do Imam “Al-Sajjad”
O Imam Ali Ibn Al-Hussein (A.S.) morreu injustiçado e preocupado na cidade de Medina, e, a causa da morte foi pela ingestão de um veneno que lhe foi ministrado por parte do Governador daquela cidade, que se chamava Suleiman Ibn Abdel Mâlec Ibn Maruán, por ordem do califa Omíada, Hichám Ibn Abdel Mâlec Ibn Máruan. O Imam (A.S.) foi assassinado por ter sido o mestre dos ensinamentos de Deus, aqui na terra, sempre içando o estandarte da justiça, e, por ter sido um Imam verídico e correto, guiando o povo pelos caminhos da virtude e da iluminação, até o dia em que morreu como mártir, no ano 95 da Hijra, correspondente ao ano de 718 d.C, aos cinquenta e sete anos de idade.
O Imam “Al-Sajjad” foi sepultado no cemitério de Al-Baquí, ao lado de seu tio e do Imam Al-Hassan Ibn Ali Ibn Abi Táleb, na cidade de Medina. Aquele dia foi um dos mais funestos para os seus moradores, devido ao clamor que tomou conta da cidade, que se vestiu com a roupagem da tristeza e da aflição, despedindo-se de seu injustiçado Imam, que deixou atrás de si os seus ensinamentos, oratórias, discursos, e sapiência, os quais, são até hoje fontes de benefício para os fiéis.